Passei aqui para avisar que publicarei o post sobre a final no próximo final de semana. Por hora, mando alguns links:
Vitor Birner
Marcelo Barreto
Lédio Carmona
Mano Menezes
Zonal Marking
quarta-feira, 14 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
Dia #30 - Prognósticos da grande final em resumo
Li muitos posts sobre a prévia da final.
Alguns com análise tática impecável, como Zonal Marking e Olho Tático, sendo que ambos focam muito na influência de Cruyff e Pep Gaurdiola no modo de jogo da Espanha.
Há aqueles como Maurício Noriega, que defendem que haja o que houver, a Espanha é que é o melhor time, e por isso merece vencer. Ou como André Rizek, que defende a Fúria com embasamento científico.
E também aqueles que acham que quem vai ganhar vai ser mesmo a Holanda, como Mauro Cezar Pereira, comparando este time laranja à Familia Scolari de 2002
Existem também as análises mirabolantes e curiosas, como José Trajano relacionando a final à cidade de Santa Rita do Passa Quatro e PVC analisando os porquês da camisa azul.
A análise de Sidney Garambone, me agradou muito, já que como eu, ele queria mesmo era ver a taça dividida entre os dois times.
Mas com certeza a mais esperada de todas as análises é a de Paul, o Polvo. Mesmo sabendo que ele tem um histórico de erros em finais, todos esperavam ansiosamente sua proclamação. Ela foi inclusive transmitida ao vivo em vários canais pelo mundo, com narração e tudo.
Paul disse que a campeã será a Espanha.
Publico aqui o vídeo com a empolgadíssima narração do pessoal da Rádio Marca, que peguei como dica no Blog da Redação UOL Esporte. Destaque para os gritos de comemoração logo depois do resultado final:
Só relembrando os espanhóis mais otimistas, a final ele costuma errar.
Alguns com análise tática impecável, como Zonal Marking e Olho Tático, sendo que ambos focam muito na influência de Cruyff e Pep Gaurdiola no modo de jogo da Espanha.
Há aqueles como Maurício Noriega, que defendem que haja o que houver, a Espanha é que é o melhor time, e por isso merece vencer. Ou como André Rizek, que defende a Fúria com embasamento científico.
E também aqueles que acham que quem vai ganhar vai ser mesmo a Holanda, como Mauro Cezar Pereira, comparando este time laranja à Familia Scolari de 2002
Existem também as análises mirabolantes e curiosas, como José Trajano relacionando a final à cidade de Santa Rita do Passa Quatro e PVC analisando os porquês da camisa azul.
A análise de Sidney Garambone, me agradou muito, já que como eu, ele queria mesmo era ver a taça dividida entre os dois times.
Mas com certeza a mais esperada de todas as análises é a de Paul, o Polvo. Mesmo sabendo que ele tem um histórico de erros em finais, todos esperavam ansiosamente sua proclamação. Ela foi inclusive transmitida ao vivo em vários canais pelo mundo, com narração e tudo.
Paul disse que a campeã será a Espanha.
Publico aqui o vídeo com a empolgadíssima narração do pessoal da Rádio Marca, que peguei como dica no Blog da Redação UOL Esporte. Destaque para os gritos de comemoração logo depois do resultado final:
Só relembrando os espanhóis mais otimistas, a final ele costuma errar.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Dia #26 - Espanha 1 x 0 Alemanha - Puyol encarnou a fúria
O grande duelo da copa. Há 4 dias que só se fala disso. Nas matérias completas da mídia em geral sobre as semifinais, o outro jogo ficava até com menos espaço.
Era o duelo do time que a todos encanta contra o time que todos queriam ver encantar, mas que mesmo não encantando está ganhando.
Esse jogo introduz o mais novo personagem da Copa. Depois dos Pássaros Galvão, da Jabulani, do Maradona, o mundo animal introduz o Polvo Paul nessa grande caricatura chamada Copa do Mundo 2010. É um polvo que adivinho os vencedores dos jogos através de caixas de comida.
Este Polvo já é um personagem do meio futebolístico desde a Euro 08, quando ele errou e disse que a Alemanha seria campeã, mas acertou os jogo precedentes, ainda que tenha sido perguntado somente a respeito dos jogos envolvendo alemães. Nesta Copa, novamente ele foi consultado, e até agora acertou todos os jogos germânicos, inclusive a derrota para a Sérvia. E para este jogo, o palpite dele é, Espanha. E olha que ele é alemão.
Meu palpite também era pela Fúria. Mesmo com o exército revolucionário de Joachim Low tendo feito 4 gols em duas potências, e a Espanha tendo sofrido para passar do apagado Portugal e tendo feito o mundo sofrer ao vencer de um jeito muito magro o time da Larissa Riquelme. Porque a esquadra germânica vinha sem um peça fundamental, Mueller. E os ibéricos tem seu maior trunfo a posse de bola, que inviabiliza o jogo rápido de contra ataques do time alemão.
A Espanha ganhou ainda mais pontos comigo quando vi que na formação inicial Del Bosque deixou Torres no banco e veio com o moleque Pedro desde o início. Nada melhor do que atacar a Alemanha da forma com que ela surpreendeu a todos: apostando na velocidade, vitalidade e no descompromisso da juventude. Boa análise de posicionamento do jogo feita por Mauro Beting, pode ser vista aqui.

Desde o início, viu-se que técnico do super bigode estava certo. A movimentação de Pedro infernizava a zaga alemã, que entrara em campo estranhamente apática, junto com o time todo. Pela primeira vez no mundial, o excesso de juventude pesou, e a mescla da experiência com a juventude deram o toque especial ao jogo espanhol. Busquets, Xavi, Xabi Alonso, e Iniesta rodavam a Jabulani de um lado ao outro do campo parecendo time de handebol, só esperando momentos certos para os "pivôs" Pedro e Villa se desmarcarem para receberem um passe e concluir. A Alemanha tentava não perder a concentração, pois sentia que um erro seria fatal, e então permitiu somente duas grandes ocasiões de perigo. No primeiro tempo, junta-se a estas somente uma terceira ocasião para Puyol em jogada de escanteio, pouco usual no repertório desta equipe.
A Alemanha, como já foi citado no parágrafo anterior, estava estranhamente apática. Parecia sentir o peso da decisão. Ozil foi muito bem anulado por Sergio Busquets. E Trochowski era esforçado, mas não conseguia substituir Mueller a altura. Klose e Podolski até recebiam a Jabulani de Schweinsteiger Lahm e Boateng, mas não tinham a frieza do domínio para manter a posse e gerar lances de gol. A única coisa que pode ser discutível neste tempo alemão é um possível pênalti em Ozil. Mas bastante discutível, passível de interpretação do momento.
Na segunda etapa, o cenário se mantinha, com a Espanha sendo perigosa duas vezes com Xabi e Villa, em chutes de fora. Kroos, substituto de Trochowski, exije de Casillas uma grande defesa em sua primeira participação, numa das raras vezes que a Alemanha conseguiu encaixar contra-ataque. Blitz espanholas permitiram ainda mais 3 grandes, sendo 2 com um impossível Pedro. A Espanha teve como pior índice durante o jogo, 58% de posse. incrível.
O gol veio aos 27', de um jeito pouco usual. Como no primeiro tempo, Puyol tentou mais uma vez uma jogada ensaiada de escanteio com Xavi. Mas desta vez, a corrida voraz e sem marcação, somada aos olhos bem abertos e emanando espírito de fúria, fizeram a cabeçada se transformar em gol, estufando a redes mais do que Roberto Carlos seria capaz em falta da meia lua sem barreira. Certamente, quando a Jabulani morreu lá no fundo, estava com dor e náuseas, vendo tudo girar, sentindo-se nocauteada. André Kfouri descreve este jogo como um tourada, e o gol como uma espetada no fundo da carne do touro holandês. vale a pena dar uma olhada.
Interessante dado que só a enciclopédia do futebol chamada Paulo Vinicius Coelho poderia reparar: era o primeiro gol da Espanha em jogada parada neste mundial. Mas era de se esperar, pois o grande trunfo deste time é a posse. Tanto que daí em diante o time simplesmente tocou a Jabulani de um lado ao outro. E vale destacar que isso é feito muito conscientemente, e de forma treinada. Dificilmente um toque percorre mais do que 5 metros, pois o domínio depende da passagem de pé em pé. O domínio é claro e indiscutível, e percebe-se que é o foco da equipe. O gol é consequência.
Pedro nos fez lembrar que ainda é mesmo moleque quando foi fominha e perdeu a chance de ampliar, ao querer concluir num momento em que o recém entrado Torres tinha gol aberto. E saiu logo em seguida, sabendo do erro que cometera. Nos minutos finais a
Espanha se segurou como pode. E no apito final, todo o time correu para abraçar Puyol, o herói catalão, naquele momento simbolo maior da unidade espanhola.
A Alemanha decepcionou nesta partida, mas sai de cabeça erguida do mundial. E já nos deixa em alerta para nosso mundial em casa. Certamente será um time muti forte até lá, quando os vários talentos amadurecerão. Ozil e Mueller prometem muito ainda.
No fim, vale lembrar que Paul, o Polvo, mais uma vez acertou.
Era o duelo do time que a todos encanta contra o time que todos queriam ver encantar, mas que mesmo não encantando está ganhando.
Esse jogo introduz o mais novo personagem da Copa. Depois dos Pássaros Galvão, da Jabulani, do Maradona, o mundo animal introduz o Polvo Paul nessa grande caricatura chamada Copa do Mundo 2010. É um polvo que adivinho os vencedores dos jogos através de caixas de comida.

Meu palpite também era pela Fúria. Mesmo com o exército revolucionário de Joachim Low tendo feito 4 gols em duas potências, e a Espanha tendo sofrido para passar do apagado Portugal e tendo feito o mundo sofrer ao vencer de um jeito muito magro o time da Larissa Riquelme. Porque a esquadra germânica vinha sem um peça fundamental, Mueller. E os ibéricos tem seu maior trunfo a posse de bola, que inviabiliza o jogo rápido de contra ataques do time alemão.
A Espanha ganhou ainda mais pontos comigo quando vi que na formação inicial Del Bosque deixou Torres no banco e veio com o moleque Pedro desde o início. Nada melhor do que atacar a Alemanha da forma com que ela surpreendeu a todos: apostando na velocidade, vitalidade e no descompromisso da juventude. Boa análise de posicionamento do jogo feita por Mauro Beting, pode ser vista aqui.
Desde o início, viu-se que técnico do super bigode estava certo. A movimentação de Pedro infernizava a zaga alemã, que entrara em campo estranhamente apática, junto com o time todo. Pela primeira vez no mundial, o excesso de juventude pesou, e a mescla da experiência com a juventude deram o toque especial ao jogo espanhol. Busquets, Xavi, Xabi Alonso, e Iniesta rodavam a Jabulani de um lado ao outro do campo parecendo time de handebol, só esperando momentos certos para os "pivôs" Pedro e Villa se desmarcarem para receberem um passe e concluir. A Alemanha tentava não perder a concentração, pois sentia que um erro seria fatal, e então permitiu somente duas grandes ocasiões de perigo. No primeiro tempo, junta-se a estas somente uma terceira ocasião para Puyol em jogada de escanteio, pouco usual no repertório desta equipe.
A Alemanha, como já foi citado no parágrafo anterior, estava estranhamente apática. Parecia sentir o peso da decisão. Ozil foi muito bem anulado por Sergio Busquets. E Trochowski era esforçado, mas não conseguia substituir Mueller a altura. Klose e Podolski até recebiam a Jabulani de Schweinsteiger Lahm e Boateng, mas não tinham a frieza do domínio para manter a posse e gerar lances de gol. A única coisa que pode ser discutível neste tempo alemão é um possível pênalti em Ozil. Mas bastante discutível, passível de interpretação do momento.
Na segunda etapa, o cenário se mantinha, com a Espanha sendo perigosa duas vezes com Xabi e Villa, em chutes de fora. Kroos, substituto de Trochowski, exije de Casillas uma grande defesa em sua primeira participação, numa das raras vezes que a Alemanha conseguiu encaixar contra-ataque. Blitz espanholas permitiram ainda mais 3 grandes, sendo 2 com um impossível Pedro. A Espanha teve como pior índice durante o jogo, 58% de posse. incrível.
Interessante dado que só a enciclopédia do futebol chamada Paulo Vinicius Coelho poderia reparar: era o primeiro gol da Espanha em jogada parada neste mundial. Mas era de se esperar, pois o grande trunfo deste time é a posse. Tanto que daí em diante o time simplesmente tocou a Jabulani de um lado ao outro. E vale destacar que isso é feito muito conscientemente, e de forma treinada. Dificilmente um toque percorre mais do que 5 metros, pois o domínio depende da passagem de pé em pé. O domínio é claro e indiscutível, e percebe-se que é o foco da equipe. O gol é consequência.
Pedro nos fez lembrar que ainda é mesmo moleque quando foi fominha e perdeu a chance de ampliar, ao querer concluir num momento em que o recém entrado Torres tinha gol aberto. E saiu logo em seguida, sabendo do erro que cometera. Nos minutos finais a
Espanha se segurou como pode. E no apito final, todo o time correu para abraçar Puyol, o herói catalão, naquele momento simbolo maior da unidade espanhola.
A Alemanha decepcionou nesta partida, mas sai de cabeça erguida do mundial. E já nos deixa em alerta para nosso mundial em casa. Certamente será um time muti forte até lá, quando os vários talentos amadurecerão. Ozil e Mueller prometem muito ainda.
No fim, vale lembrar que Paul, o Polvo, mais uma vez acertou.
Dia #25 - Holanda 3 x 2 Uruguai - A consistência laranja termina com o sonho celeste.
Mesmo sendo encarado com menor importância, este ainda era um jogo de semifinal de Copa do Mundo. A Holanda representava o time eficiente, que desclassificou o Brasil e está invicto há 2 anos. O Uruguai era a sensação do torneio, surpresa total até para eles mesmos, mas que trazia o melhor treinador da Copa e a esperança de todos os não europeus.
Muitos desfalques deixavam a celeste bastante desfigurada. O incrível sacrifício de Luiz Suarez desfalcava o ataque, e o multi-caras Lugano era o grande desfalque da defesa. Já a laranja vinha com peças até que bem substituídas, pois trocar um coadjuvante por outro é bem fácil.
O primeiro tempo teve um início de domínio holandês, sendo logo em seguida revertido para a celeste. Até que Giovanni Van Bronchorst acertou aos 17' um petardo no lugar geométrico mais próximo possível do que a linguagem boleira gosta de chamar de forquilha! Golaço incrível! Contando com um pouco da sobrenaturalidade da Jabulani, apenas para dar o toque milimétrico-plástico-cinematográfico do lance. Podia ser uma latinha amassada dessas que se usa pra jogar no recreio de milhares de escolas brasileiras, que entraria bem perto daquele lugar.
Vantagem holandesa acho que não merecida. O empate era o mais justo. E ele logo aconteceu nos pés do craque sulamericano: Forlán chutou também de longe, e dessa vez contou com bastante das danças da Jabulani para empatar, bem no final da primeira etapa. Todo mundo para o chuveiro na igualdade.
Para a segunda etapa, o técnico holandês tirou um volante e colocou Van de Vaart, visando o crescimento do volume de jogo laranja. Mas o Uruguai teve um virtude que o Brasil não teve, que foi tocar mais curto e manter a posse à espera de uma oportunidade. A Holanda realmente aumentava seu volume no ataque, porém sem conseguir envolver o uruguaios como fez em outros jogos.
Foi quando a individualidade de Sneijder, o maior candidato a craque da Copa, apareceu, junto com mais um capítulo da maior candidata a vexame da Copa, a arbitragem. O meia holandês limpou a marcação e chutou da entrada da área em direção ao gol. No meio do caminho, Van Persie, em posição de impedimento, não toca a Jabulani, mas claramente tenta e atrapalha o goleiro, caracterizando participação na jogada. É gol ilegal aos 25', vantagem laranja.
O Uruguai reclama, mas ainda acredita que o jogo pode ser ganhou em campo. Porém, 3 minutos depois Kuyt encontra Robben bem colocado para ampliar a contagem. Portenhos sentem um pouco o golpe desta vez. Mas continuam tentando.
Pela ausência de Suarez, Forlán veio mais adiantado, ao lado de Cavani, e assim o Uruguai perdeu seu grande trunfo na Copa até então, que era a armação de sua estrela. Oscar Tabarez até tentou, mas não tinha peças em seu elenco à altura de um semifinal de Copa, por isso optou por jogar com as melhores peças que tinha em mãos. A garra uruguaia se fez presente em muitos momentos do jogo, coisa que o Brasil não sabia fazer. E no fim, Maxi Rodriguez diminuiu o placar, colocando emoção nos instantes finais.
Mas não deu. A Holanda jogou a sua pior partida no torneio, mas estava na final 32 anos depois. Os uruguaios caíam com honra. Será que foi diretamente culpa do juiz, como defende Vitor Birner? E o que será que aconteceria com mais 10 minutos de jogo (pergunta que Andre Loffredo colocou no pós jogo da Sportv)?
O fato principal é que o Uruguai se redescobriu para o futebol. Teve uma chance bem aproveitada para mostrar para si mesmo que não é só passado, mas que tem um história de glórias que pode voltar no futuro. Ótimos textos sobre isso podem ser lidos em Lédio Carmona e Marcelo Barreto.
Mas os laranjas estão na final, com muitas chances de titulo. Será que Cruyff está feliz, ou vai dar uma das suas e mostrar dor de cotovelo?
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Dia #22 - Quartas - Brasil 1 x 2 Holanda - Quem explica o apagão?
Primeiro grande teste para os "dungaboys" no mundial. E também para a Laranja. A diferença é que os europeus vêm de dois anos de invencibilidade, e um futebol pragmático e consistente, porém sem brilho. Já a Canarinho foi amplamente contestada em 2 e amplamente elogiada em outros 2 jogos deste mundial. E fora um bom amistoso contra Itália, só jogou contra adversários ruins desde o jogo em que se classificou
matematicamente para o mundial, inclusive perdendo da Bolívia e empatando com a Venezuela.
Na formação inicial, uma surpresa de cada lado: Oojer entra na zaga holandesa, e Felipe Melo, apesar da contusão contra Portugal, vem entre os titulares.
O primeiro tempo faz o torcedor brasileiro sonhar. A Seleção domina a Holanda com maior posse e jogadas perigosas. Antes dos 10', Robinho abre o placar após cruzamento de Daniel Alves, mas o gol é corretamente anulado devido a posição irregular do lateral.
Logo em seguida, cerca de 5 minutos, outro gol, agora legal: Felipe Melo da um passe, no melhor estilo Gérson, no meio de uma defesa laranja mal posicionada, e encontra Robinho livre para completar para o gol em apenas um toque. Superioridade brasileira refletida com justiça.
E o domínio não parou por aí, a impressão era que viria uma goleada. Ótimas triangulações no trio ofensivo, que acabaram em chances claras desperdiçadas por Kaka e Luís Fabiano. Escanteios perigosas não aproveitados pela alta zaga. E o
primeiro tempo acabou com um gostinho de que a Holanda, apática ofensivamente, tinha saído no lucro.
Após o intervalo, as equipes retornaram sem modificações.
Mas atitude mudou. Na saída de bola já se viu um erro bisonho do time brasileiro. E logo Sneijder e Robben começaram a aparecer mais.
O atacante começou a ter mais liberdade, inclusive para dar a sua jogada já manjada, o corte para dentro seguido de arremate. O meia, sumido no primeiro tempo, foi logo efetivo: Num cruzamento seu aos 8', o melhor goleiro do mundo Julio César errou a saída, e Felipe Melo desviou acidentalmente para as redes.
Nesse momento, a seleção brasileira reagiu da pior forma possível. Acusou duramente o golpe e não conseguiu se recompor. Quinze minutos depois, em escanteio sem sentido concedido por Juan, os laranjas aplicaram uma jogada ensaiada com desvio no primeiro poste e gol de Sneijder de cabeça no centro da área pequena. Ele mesmo, outra vez. E com só 1,70m de altura.
Duelos entre Brasil e Holanda são sempre marcados pela dificuldade, disputas acirradas no placar, como em 94 e 98. Mas desta vez, diferentemente das outras percebia-se que ao nervosismo brasileiro seria o maior empecilho.
Felipe Melo, a grande aposta de Dunga, foi sempre muito contestado pelo temperamento instável, e excesso de violência. No jogo contra Portugal já demonstrou claramente isso. E logo após tomar a virada, foi disputar um bola com Robben e além de fazer a falta, deu um pisão no holandês, amplamente visto pela TV. O árbitro não precisou de replay ou auxiliar para avermelhar o brasileiro.
Daí em diante, faltou cabeça ao time brasileiro. Apagou tudo. Dunga precisa dar uma chacoalhada na equipe, mas não possuía ninguem no banco capaz de fazer isso. Robinho sumiu, Kaka deve ter sentido dores, um sumido Luís Fabiano deu lugar a um Nilmar com vontade mas nulo quando sozinho. E o sonho do Hexa ficou para 2014.
Agora, momento da caça às bruxas. Culpa de quem? Certamente uma parcela considerável de Dunga, E Felipe Melo? Ele foi o que sabia ser. Errou quem depositou confiança nele quando ele não poderia corresponder. Infelizmente, é um jogador médio, violenta, na medida para jogar campeonato alemão, não Copa do mundo pelo Brasil. Teve momentos de brilhantismo, como no passe do primeiro tempo, mas na pressão sempre espana.
E ele só foi para campo hoje porque Dunga não tinha substitutos em quem confiava. Com Ramires suspenso, os jogadores que receberam a copa como "prêmio" pesaram. e poderiam ter dado lugar a peças mais úteis.
Que eu penso da gestão de Dunga? Temos que aprender, e não esquecer, como disse PVC. Entender que o radicalismo não serve para nada, seja ele ditador (esse ano) quanto "open bar" (como em 2006). Saber que a diferença que o futebol brasileiro tem do resto do mundo é o talento, e talvez estrelas meteóricas têm que ser levadas em conta. A Seleção Brasileira deve ter vários jogadores capazes de desequilibrar, pois nós temos isso em abundância. Sem isso, somo normais.
O Brasil foi rotulado nesta copa, na mídia de língua inglesa, como "The Sambakings". Esse nome resume muito do que penso. Nessa época de futebol carrancudo, fechado e turrão, a alegria e a desenvoltura brasileira precisa brilhar. Senão, seremos comuns. Ou até piores que os comuns.
matematicamente para o mundial, inclusive perdendo da Bolívia e empatando com a Venezuela.
Na formação inicial, uma surpresa de cada lado: Oojer entra na zaga holandesa, e Felipe Melo, apesar da contusão contra Portugal, vem entre os titulares.
O primeiro tempo faz o torcedor brasileiro sonhar. A Seleção domina a Holanda com maior posse e jogadas perigosas. Antes dos 10', Robinho abre o placar após cruzamento de Daniel Alves, mas o gol é corretamente anulado devido a posição irregular do lateral.
Logo em seguida, cerca de 5 minutos, outro gol, agora legal: Felipe Melo da um passe, no melhor estilo Gérson, no meio de uma defesa laranja mal posicionada, e encontra Robinho livre para completar para o gol em apenas um toque. Superioridade brasileira refletida com justiça.
E o domínio não parou por aí, a impressão era que viria uma goleada. Ótimas triangulações no trio ofensivo, que acabaram em chances claras desperdiçadas por Kaka e Luís Fabiano. Escanteios perigosas não aproveitados pela alta zaga. E o
primeiro tempo acabou com um gostinho de que a Holanda, apática ofensivamente, tinha saído no lucro.
Após o intervalo, as equipes retornaram sem modificações.
Mas atitude mudou. Na saída de bola já se viu um erro bisonho do time brasileiro. E logo Sneijder e Robben começaram a aparecer mais.
O atacante começou a ter mais liberdade, inclusive para dar a sua jogada já manjada, o corte para dentro seguido de arremate. O meia, sumido no primeiro tempo, foi logo efetivo: Num cruzamento seu aos 8', o melhor goleiro do mundo Julio César errou a saída, e Felipe Melo desviou acidentalmente para as redes.
Nesse momento, a seleção brasileira reagiu da pior forma possível. Acusou duramente o golpe e não conseguiu se recompor. Quinze minutos depois, em escanteio sem sentido concedido por Juan, os laranjas aplicaram uma jogada ensaiada com desvio no primeiro poste e gol de Sneijder de cabeça no centro da área pequena. Ele mesmo, outra vez. E com só 1,70m de altura.
Duelos entre Brasil e Holanda são sempre marcados pela dificuldade, disputas acirradas no placar, como em 94 e 98. Mas desta vez, diferentemente das outras percebia-se que ao nervosismo brasileiro seria o maior empecilho.
Felipe Melo, a grande aposta de Dunga, foi sempre muito contestado pelo temperamento instável, e excesso de violência. No jogo contra Portugal já demonstrou claramente isso. E logo após tomar a virada, foi disputar um bola com Robben e além de fazer a falta, deu um pisão no holandês, amplamente visto pela TV. O árbitro não precisou de replay ou auxiliar para avermelhar o brasileiro.
Daí em diante, faltou cabeça ao time brasileiro. Apagou tudo. Dunga precisa dar uma chacoalhada na equipe, mas não possuía ninguem no banco capaz de fazer isso. Robinho sumiu, Kaka deve ter sentido dores, um sumido Luís Fabiano deu lugar a um Nilmar com vontade mas nulo quando sozinho. E o sonho do Hexa ficou para 2014.
Agora, momento da caça às bruxas. Culpa de quem? Certamente uma parcela considerável de Dunga, E Felipe Melo? Ele foi o que sabia ser. Errou quem depositou confiança nele quando ele não poderia corresponder. Infelizmente, é um jogador médio, violenta, na medida para jogar campeonato alemão, não Copa do mundo pelo Brasil. Teve momentos de brilhantismo, como no passe do primeiro tempo, mas na pressão sempre espana.
E ele só foi para campo hoje porque Dunga não tinha substitutos em quem confiava. Com Ramires suspenso, os jogadores que receberam a copa como "prêmio" pesaram. e poderiam ter dado lugar a peças mais úteis.
Que eu penso da gestão de Dunga? Temos que aprender, e não esquecer, como disse PVC. Entender que o radicalismo não serve para nada, seja ele ditador (esse ano) quanto "open bar" (como em 2006). Saber que a diferença que o futebol brasileiro tem do resto do mundo é o talento, e talvez estrelas meteóricas têm que ser levadas em conta. A Seleção Brasileira deve ter vários jogadores capazes de desequilibrar, pois nós temos isso em abundância. Sem isso, somo normais.
O Brasil foi rotulado nesta copa, na mídia de língua inglesa, como "The Sambakings". Esse nome resume muito do que penso. Nessa época de futebol carrancudo, fechado e turrão, a alegria e a desenvoltura brasileira precisa brilhar. Senão, seremos comuns. Ou até piores que os comuns.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Dia #19 - Espanha 1 x 0 Portugal - Uns brilham mais, outros menos.
Antes da Copa, qualquer um apostaria numa vitória espanhola, por um placar de muitos gols, sendo alguns para os lusitanos. Isso pela superioridade de um time, o espanhol, contrabalanceada pela superioridade de um jogador, Cristiano Ronaldo, que certamente deixaria suas marcas.
Neste ponto da Copa, ninguém tem tanta certeza de mais nada. A Espanha perdeu um jogo inacreditável, venceu os demais na medida. Portugal começou mal, goleou e se apresentou razoavelmente bem contra o Brasil. Previsão de jogo equilibrado, com leve vantagem da fúria. Esperança de brilho de Cristiano Ronaldo.

Mas a previsão, mais uma vez neste mundial, não se concretizou. A principalmente por culpa de Portugal. Cristiano Ronaldo teve como principal preocupação a posição de seu topete nos replays que passavam no telão. A criação sobrava para um esforçado Tiago, mas que não é um fora-de-série, e por isso não dava conta. O Bom Coentrão até colocou em prática uma boa marcação no início, mas a partir do final do primeiro tempo já afrouxou, e Xavi e xabi caíam por ali criando boas chances. Concluídas por Villa e torres, quase sempre para boas defesas do goleiro Eduardo.
Casillas quase colaborou com os lusitanos em algumas jogadas de bola parada, mas logo se redimiu. Simão e Hugo almeida tentaram o que podiam. E CR7 arrumou mais algumas vezes o topete.
Somente o nervosismo separava a Espanha do seu gol. A maior virtude desta equipe é o tempo que têm a Jabulani nos pés, com índices de passe maiores a 60% em quase todas as partidas. Assim, a calma era questão de tempo. Enquanto isso, Eduardo brilhava.
Demorou, mas apareceu a estrela da Copa. Poucas pessoas apostariam nele como o principal destaque do mundial, mas talvez como um dos melhores. Mas a calma e oportunismo estão fazendo de Villa o grande nome da Africa do Sul. Teve frieza para colocar-se no bico da área, receber o passe (ainda que em impedimento), errar o primeiro chute e acertar o segundo, pondo a fúria em vantagem aos 17"do segundo tempo. Enquanto isso, Cristiano Ronaldo ainda arrumava o topete.
Era o primeiro tento sofrido pelo goleiro Eduardo neste campeonato. Ainda assim, aproveito para apontá-lo como melhor em campo. É um dos que merecem a típica fama pós-copa.
Assim, dali em diante a Espanha cozinhou a partida, sem dar chance de reação aos lusitanos. Cristiano Ronaldo voltou para casa sem brilhar, marcando um único gol (apenas por piedade da Jabulani). Esse desempenho em parte foi mesmo culpa dele, pois carece de ser decisivo quando demandado. Mas uma parcela da culpa recai também sobre a seleção portuguesa, formada por vários jogadores médios ou bons, com entrosamento razoável e nenhuma capacidade de inovar. Por mais que seja bom, não tem o ambiente propício para se destacar.
Já Villa, tem todo um ambiente ao redor dele propício para o sucesso, e ele tem aproveitado muito bem isso. Pois então, como diriam os lusitanos, sua estrela "segue a brilhar"!
Neste ponto da Copa, ninguém tem tanta certeza de mais nada. A Espanha perdeu um jogo inacreditável, venceu os demais na medida. Portugal começou mal, goleou e se apresentou razoavelmente bem contra o Brasil. Previsão de jogo equilibrado, com leve vantagem da fúria. Esperança de brilho de Cristiano Ronaldo.
Mas a previsão, mais uma vez neste mundial, não se concretizou. A principalmente por culpa de Portugal. Cristiano Ronaldo teve como principal preocupação a posição de seu topete nos replays que passavam no telão. A criação sobrava para um esforçado Tiago, mas que não é um fora-de-série, e por isso não dava conta. O Bom Coentrão até colocou em prática uma boa marcação no início, mas a partir do final do primeiro tempo já afrouxou, e Xavi e xabi caíam por ali criando boas chances. Concluídas por Villa e torres, quase sempre para boas defesas do goleiro Eduardo.
Casillas quase colaborou com os lusitanos em algumas jogadas de bola parada, mas logo se redimiu. Simão e Hugo almeida tentaram o que podiam. E CR7 arrumou mais algumas vezes o topete.
Somente o nervosismo separava a Espanha do seu gol. A maior virtude desta equipe é o tempo que têm a Jabulani nos pés, com índices de passe maiores a 60% em quase todas as partidas. Assim, a calma era questão de tempo. Enquanto isso, Eduardo brilhava.
Demorou, mas apareceu a estrela da Copa. Poucas pessoas apostariam nele como o principal destaque do mundial, mas talvez como um dos melhores. Mas a calma e oportunismo estão fazendo de Villa o grande nome da Africa do Sul. Teve frieza para colocar-se no bico da área, receber o passe (ainda que em impedimento), errar o primeiro chute e acertar o segundo, pondo a fúria em vantagem aos 17"do segundo tempo. Enquanto isso, Cristiano Ronaldo ainda arrumava o topete.
Assim, dali em diante a Espanha cozinhou a partida, sem dar chance de reação aos lusitanos. Cristiano Ronaldo voltou para casa sem brilhar, marcando um único gol (apenas por piedade da Jabulani). Esse desempenho em parte foi mesmo culpa dele, pois carece de ser decisivo quando demandado. Mas uma parcela da culpa recai também sobre a seleção portuguesa, formada por vários jogadores médios ou bons, com entrosamento razoável e nenhuma capacidade de inovar. Por mais que seja bom, não tem o ambiente propício para se destacar.
Já Villa, tem todo um ambiente ao redor dele propício para o sucesso, e ele tem aproveitado muito bem isso. Pois então, como diriam os lusitanos, sua estrela "segue a brilhar"!
Dia #19 - Paraguai 0 (5)x 0(3) Japão - O jogo mais chato dessa copa
A surpresa nipônica prometia dar trabalho à garra paraguaia.
E deu trabalho mesmo não só a eles, mas à garra de todos nós. E o Paraguai também.
Os sulamericanos vieram com 3 atacantes, muita movimentação, pontaria zero. E o Japão teve no time titular os bons Honda e Endo, mas com exceção de pouquíssimas tentativas esporádicas no primeiro tempo, mal chegaram na área adversária.
O jogo foi chato, uma tortura.
E essa tortura durou 120 minutos. Infindáveis 120 minutos de tempo normal mais prorrogação. Quando chegou no 9o. minuto do primeiro tempo da prorrogação, a vontade do público era que ao menos tivesse disputa de pênaltis, para que a partida tivesse alguma emoção. E nos 15 minutos finais, meio que de pirraça, as equipe criaram alguma coisa de maior emoção. Parecia que era mais pelo cansaço da zaga adversária que por qualidade ofensiva.
Mas foi só um alarme falso. Fim de jogo, 0x0, primeira disputa de penalidades máximas da copa. E nem aqui tivemos muita emoção. Os paraguaios foram muito frios e firmes, e acertaram todas as cobranças. Já o japonês Komano não teve toda a frieza oriental necessária, e errou. Final, 5x3, E o Paraguai fazendo história ao chegar nas quartas de final pela primeira vez. Eram 4 sulamericanas entre as oito melhores.
E deu trabalho mesmo não só a eles, mas à garra de todos nós. E o Paraguai também.
Os sulamericanos vieram com 3 atacantes, muita movimentação, pontaria zero. E o Japão teve no time titular os bons Honda e Endo, mas com exceção de pouquíssimas tentativas esporádicas no primeiro tempo, mal chegaram na área adversária.
O jogo foi chato, uma tortura.
E essa tortura durou 120 minutos. Infindáveis 120 minutos de tempo normal mais prorrogação. Quando chegou no 9o. minuto do primeiro tempo da prorrogação, a vontade do público era que ao menos tivesse disputa de pênaltis, para que a partida tivesse alguma emoção. E nos 15 minutos finais, meio que de pirraça, as equipe criaram alguma coisa de maior emoção. Parecia que era mais pelo cansaço da zaga adversária que por qualidade ofensiva.
Mas foi só um alarme falso. Fim de jogo, 0x0, primeira disputa de penalidades máximas da copa. E nem aqui tivemos muita emoção. Os paraguaios foram muito frios e firmes, e acertaram todas as cobranças. Já o japonês Komano não teve toda a frieza oriental necessária, e errou. Final, 5x3, E o Paraguai fazendo história ao chegar nas quartas de final pela primeira vez. Eram 4 sulamericanas entre as oito melhores.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Dia #18 - Brasil 3 x 0 Chile - Já era freguês mesmo...
Alguém realmente acreditava que Dunga poderia ter problemas?
O Chile de Bielsa, por mais que seja bem montado, e ofensivo, peca muito na defesa. E para melhorar, os principais defensores estariam suspensos.
Somado a isso, o fato de que Dunga pela primeira vez surpreendeu a todos, e ao invés do marcador Josué apostou na substituição de Felipe Melo por Ramires, peça que naturalmente já deixaria a seleção mais ofensiva. No papel, a seleção vinha com o que tinha de mais ofensivo (dentro da concepção dunguística), considerando Daniel Alves mais meia ofensivo do que Elano. No papel, estávamos nas quartas.
E no jogo, não foi diferente. Com uma postura ofensiva, o time chileno virou presa fácil para a Seleção. A saída de bola do time esteve impecável, fazendo com que os contra-ataques se tornassem muito perigosos. Mas o gol até que demorou a sair. Veio aos 34', num outro ponto forte (que diria) do time, o cruzamento na área. Após escanteio, Juan, para mim o melhor em campo, subiu mais alto do que todo mundo e marcou. Era a coroação de um grande trabalho da defesa brasileira. Neste Brasil defensivo, era justo que fosse marcado o terceiro gol de um defensor em Copas. E os outros foram de Marcio Santos em 94 e Edmilson em 2002, ambas campanhas de título (by Marcelo Barreto, que faz ótima análise da partida)
Mas para ampliar demorou menos. Num contra ataque aos 39', o trio de ouro brasileiro resolveu funcionar. Robinho recebe na direita, encontra Kaká no meio que coloca no limiar do impedimento para Luís fabiano, no meio da área. O atacante, driblou o goleiro e guardou, no melhor estilo matador.
Na volta do segundo tempo, Bielsa resolveu vencer sua birra com Valdívia e coloca El Mago em campo. Mas foi praticamente inútil perante a prestação do setor defensivo brasileiro. Gilberto Silva, Lúcio, e o super Juan estavam intransponíveis , além de Michel Bastos, que fez sua melhor partida com a amarelinha. Júlio César talvez tenha guardado o uniforme do segundo tempo limpo.
E o terceiro gol coroou a ousadia de Dunga: aos 15', Ramires roubou no meio, dominou, conduziu e tocou para Robinho, que em 1 toque botou a Jabulani para dentro e tirou a urucubaca de não fazer gols em Copas.
O único ponto negativo foi o cartão amarelo recebido por Ramires, que o deixou de fora do jogo das quartas. E foi a única falta do jogador no jogo, no meio de campo, bem desenecessária. Na verdade, deve ter sido encomendado pela imprensa, pois o time se portou tão bem, que não teria o que mudar para a próxima partida. Agora, pelo menos vai ter assunto para discussão.
Dos 25' até o final, nada que representasse perigo. O destaque mesmo foi a entrada de Kleberson, que tenho certeza que Dunga o colocou só para justificar a convocação.
Dia #18 - Holanda 2 x 1 Eslováquia - Atenção em cada detalhe
Mais uma vez eu digo que a Holanda era, antes da Copa, minha grande aposta.
Só que mais uma vez não consigo provar a todos que estava certo. É um crime comparar este time com o carrosel de Cruyff, o time de Van Basten ou até mesmo à equipe de Bergkamp. Mas também é crime comparar o time de Telê em 82 com o de 94.
Então, este time de Robben e Snejder continua jogando aquilo que sabe.
A arma deles todo mundo já viu, já entendeu. Cruzamentos de e chutres de fora da área de Snejder, e joadas pela direita com Robben, que por ser canhoto, sempre encerra a jogada com um corte para dentro e o chute direto. Marcar bem eta jogada significa marcar meio time.
Não há muito o que dizer deste jogo, ainda mais pelo meu atraso neste post (o jogo das as quartas contra o Brasil daqui há meia hora). O comentário que melhor sintetiza este time foi feito por PVC: a Holanda não é nenhum bicho papão, mas joga sabendo cada detalhe do que está fazendo.
Sabe até que levar um gol no minuto noventa não muda a classificação. Menção honrosa para Vittek que soube aproveitar a chance de dormir artilheiro.
Será que vou provar minha tese após as quartas?
Só que mais uma vez não consigo provar a todos que estava certo. É um crime comparar este time com o carrosel de Cruyff, o time de Van Basten ou até mesmo à equipe de Bergkamp. Mas também é crime comparar o time de Telê em 82 com o de 94.
Então, este time de Robben e Snejder continua jogando aquilo que sabe.
A arma deles todo mundo já viu, já entendeu. Cruzamentos de e chutres de fora da área de Snejder, e joadas pela direita com Robben, que por ser canhoto, sempre encerra a jogada com um corte para dentro e o chute direto. Marcar bem eta jogada significa marcar meio time.
Não há muito o que dizer deste jogo, ainda mais pelo meu atraso neste post (o jogo das as quartas contra o Brasil daqui há meia hora). O comentário que melhor sintetiza este time foi feito por PVC: a Holanda não é nenhum bicho papão, mas joga sabendo cada detalhe do que está fazendo.
Sabe até que levar um gol no minuto noventa não muda a classificação. Menção honrosa para Vittek que soube aproveitar a chance de dormir artilheiro.
Será que vou provar minha tese após as quartas?
Dia #17 - Argentina 3 x 1 México - Olhando o replay
Pela primeira vez, o jogo era da Argentina mas outra pessoa brilhou mais do que Maradona.
Antes de começar a partida, viro para e meu pai e digo: "com a eliminação da Italia, esse juiz certamente é um dos cotados para afinal". Engano meu .
O México entrou focado. Tem aquele gol de Maxi Rodriguez em 2006 entalado até hoje, e a disposição era toda para não deixar que ele se repetisse. O time mexicano é leve, rápido, mesmo não tendo o bom Carlos Vela. Criou 3 grandes chances até os 25'.
A Argentina demorava para se encontrar. Tevez mais uma vez era esforçado, mas o resto do time não. Messi não havia tido ainda chance de desequilibrar. Até os 25'
Nesse minuto crucial, aconteceu um lance que poderá selar a maior revolução que este mundial poderá trazer ao futebol. Eis que Messi finalmente tem a chance de criar o lance fatal, e passa milimetricamente para Tevez, que levemente impedido (porém bem na frente ao auxiliar), não alcança a Jabulani antes do goleiro, e fica na linha da pequena área olhando o desenrolar da jogada. O rebote do arqueiro caprichosamente encontra outra vez Messi, que num golpe de vista, sem realmente pensar na situação do companheiro, lança de primeira para o mesmo Tevez, que cabeceia para o gol. Era mais do que claro, o impedimento. Não precisava de replay para atestar isso. Mas o bandeira de início não levantou, e o árbitro italiano Roberto Rossetti validou o tento, apesar de ampla reclamação (falarei mais no fim do post)
A seleção mexicana ali se desestabilizou. Pouco mais de 5 minutos depois do fato capital, a zaga da uma bobeada inadmissível na frente de um sonolento porém oportunista Higuain, e o atacante agradece o presente, dribla o fraco goleiro Perez e amplia.
No segundo tempo, Tevez corou seu esforço com um belo gol, este perfeitamente regular, da intermediária. O placar de 3 x 0 matou as esperanças mexicanas. Ainda tentaram uma reação, diminuindo aos 26' com o jovem Hernandez, mas foi só.
No lance da controvérsia, o replay estava lá. E todo mundo viu. Jogadores do México colaram no bandeira apontando ao telão, enquanto a torcida vaiava. O personagem, chamado Stefano Ayroldi, também viu, por isso chamou o juiz na lateral, e aparentemente tentou voltar atrás na decisão. Mas Rossetti não endossou o arrependimento do auxiliar, e validou o gol. Era injusto, mas era a regra. Como aponta Mauro Beting, o juiz acertou ao errar deliberadamente, pois a Fifa quer que seja assim, não aceita a revisão do lance por meio de imagem, e aceitar tal revisão faria com que todo o regulamento do mundial pudesse ser contestado.
Os mais críticos podem vir com o argumento de que então qualquer erro do juiz poderia gerar também esta contestação. E digo que não, pois como as decisões do juiz são interpretativas, desde que tomada ali apenas pelos 3 árbitros, portanto errar é encarado com interpretado de forma diferente. Neste lance, claramente pode-se ver que houve influência externa.
Obviamente, eu não concordo com isso. Na era tecnológica, a tecnologia tem que fazer parte do maior espetáculo do planeta. E certamente a discussão será levantada após este mundial. Blatter inclusive se "desculpou oficialmente" pelo acontecimentos, e mandou os italiano para casa (junto com o juiz do jogo da Inglaterra). Mas a discussão tem que existir, a pressão para que isso ocorra é fundamental.
Pode não ser com abrangência total, pode ser só em situações de dúvida de eventos fundamentais (foi ou não foi gol, saiu antes do cruzamento ou não, etc), e não em qualquer situação. Pode ser chamado apenas pelo juiz, sem o famoso "challenge" da NFL, mas tem que existir a possibilidade de revisão. Senão, como comentei em post anterior, a credibilidade do esporte vai ser cada vez mais abalada. E a própria Fifa é quem tem mais a perder com isso.
Os quatro próximos anos devem ser de muita reflexão. Mas aposto que certamente em 2014 teremos muitas novidades.
Antes de começar a partida, viro para e meu pai e digo: "com a eliminação da Italia, esse juiz certamente é um dos cotados para afinal". Engano meu .
O México entrou focado. Tem aquele gol de Maxi Rodriguez em 2006 entalado até hoje, e a disposição era toda para não deixar que ele se repetisse. O time mexicano é leve, rápido, mesmo não tendo o bom Carlos Vela. Criou 3 grandes chances até os 25'.
A Argentina demorava para se encontrar. Tevez mais uma vez era esforçado, mas o resto do time não. Messi não havia tido ainda chance de desequilibrar. Até os 25'
Nesse minuto crucial, aconteceu um lance que poderá selar a maior revolução que este mundial poderá trazer ao futebol. Eis que Messi finalmente tem a chance de criar o lance fatal, e passa milimetricamente para Tevez, que levemente impedido (porém bem na frente ao auxiliar), não alcança a Jabulani antes do goleiro, e fica na linha da pequena área olhando o desenrolar da jogada. O rebote do arqueiro caprichosamente encontra outra vez Messi, que num golpe de vista, sem realmente pensar na situação do companheiro, lança de primeira para o mesmo Tevez, que cabeceia para o gol. Era mais do que claro, o impedimento. Não precisava de replay para atestar isso. Mas o bandeira de início não levantou, e o árbitro italiano Roberto Rossetti validou o tento, apesar de ampla reclamação (falarei mais no fim do post)
A seleção mexicana ali se desestabilizou. Pouco mais de 5 minutos depois do fato capital, a zaga da uma bobeada inadmissível na frente de um sonolento porém oportunista Higuain, e o atacante agradece o presente, dribla o fraco goleiro Perez e amplia.
No segundo tempo, Tevez corou seu esforço com um belo gol, este perfeitamente regular, da intermediária. O placar de 3 x 0 matou as esperanças mexicanas. Ainda tentaram uma reação, diminuindo aos 26' com o jovem Hernandez, mas foi só.
No lance da controvérsia, o replay estava lá. E todo mundo viu. Jogadores do México colaram no bandeira apontando ao telão, enquanto a torcida vaiava. O personagem, chamado Stefano Ayroldi, também viu, por isso chamou o juiz na lateral, e aparentemente tentou voltar atrás na decisão. Mas Rossetti não endossou o arrependimento do auxiliar, e validou o gol. Era injusto, mas era a regra. Como aponta Mauro Beting, o juiz acertou ao errar deliberadamente, pois a Fifa quer que seja assim, não aceita a revisão do lance por meio de imagem, e aceitar tal revisão faria com que todo o regulamento do mundial pudesse ser contestado.
Os mais críticos podem vir com o argumento de que então qualquer erro do juiz poderia gerar também esta contestação. E digo que não, pois como as decisões do juiz são interpretativas, desde que tomada ali apenas pelos 3 árbitros, portanto errar é encarado com interpretado de forma diferente. Neste lance, claramente pode-se ver que houve influência externa.
Obviamente, eu não concordo com isso. Na era tecnológica, a tecnologia tem que fazer parte do maior espetáculo do planeta. E certamente a discussão será levantada após este mundial. Blatter inclusive se "desculpou oficialmente" pelo acontecimentos, e mandou os italiano para casa (junto com o juiz do jogo da Inglaterra). Mas a discussão tem que existir, a pressão para que isso ocorra é fundamental.
Pode não ser com abrangência total, pode ser só em situações de dúvida de eventos fundamentais (foi ou não foi gol, saiu antes do cruzamento ou não, etc), e não em qualquer situação. Pode ser chamado apenas pelo juiz, sem o famoso "challenge" da NFL, mas tem que existir a possibilidade de revisão. Senão, como comentei em post anterior, a credibilidade do esporte vai ser cada vez mais abalada. E a própria Fifa é quem tem mais a perder com isso.
Os quatro próximos anos devem ser de muita reflexão. Mas aposto que certamente em 2014 teremos muitas novidades.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Dia #17 - Alemanha 4 x 1 Inglaterra - A Ilusão de ótica
Que o time inglês devia futebol, ninguém nega. Que a Alemanha tem qualidade, também não. Mas Alemanha x Inglaterra é um "clássico", na melhor terminologia do boleiro brasileiro. Se fosse na Itália, seria "Derby"; na Argentina "Superclasico"; e na Inglaterra, "Big Match".
Esses eram o principais elementos e questionamentos antes da partida, que já começou movimentada. Cappello apostou novamente em Defoe no ataque.
(Faço um parêntese aqui sobre os técnicos italianos nessa Copa. Ambos tem um imensa dificuldade em convocar corretamente. As escolhas de Cappello são tão discutíveis quanto as de Lippi. Trazer Heskey e Defoe e deixar Walcott em casa é uma aposta muito duvidosa)
Desde o início, a juventude alemã se impôs. Muller e Ötzil tem um entrosamento fantástico no meio, e não importa quem esteja na frente, eles conseguem servir. Mas por ironia do destino, o passe para o primeiro gol saiu direto do goleiro Neuer para Klose. O atacante muito oportunista, que não desiste de nenhuma jogada, lutou até o fim, e ganhando na corrida do zagueiro, tirou do goleiro e abriu o placar. Eram 20' do primeiro tempo.
Aos 32', Mueller recebe atrás da zaga e tem caminho aberto para o gol. Mas vê Podolski chegando do lado oposto, e serve o companheiro, que domina e chuta cruzado em meio às pernas de James. Placar ampliado em ótima percepção de Mueller, que não foi fominha e serviu o ataque. Tudo levava a crer em goleada histórica.
Porém, 5 minutos depois o time inglês resolveu por em prática o velho estilo chuveirinho, já que conta com dois fantástico cruzadores, Lampard e Gerrard. E este último encontrou Upson na pequena área, que se redimiu na falha de marcação de Klose no início para diminuir.
Aí, lembrei daquele velho jargão: "clássico é clássico, e vice-versa", e não tem favorito. Dois minutos após o gol, Lampard recebe a Jabulani na meia-lua, acha espaço em meio à zaga alemã, e solta um petardo que bate no travessão e no chão, DENTRO DO GOL, e sai na mão do goleiro, que já repõe no ataque. O árbitro uruguaio Jorge Larrionda não da o gol, muito menos seus assistentes. Mas claramente a bola entra, como podemos ver neste vídeo do globoesporte.com:
É, a Fifa insiste com a idéia de poucos juízes em campo e sem ajuda eletrônica, e esses erros comprometem o trabalho de anos de todo um país. Um grande absurdo.
A Inglaterra até tentou mais algumas vezes antes do intervalo, mas o placar ficou neste 2 x 1 mesmo.
No segundo tempo, a Alemanha voltou com a postura de contra-atacar. A Inglaterra pressionou no início sofrendo rápidas investidas de contra golpe. Até que aos 22', uma delas chegou em Schweinsteiger, e ele encontrou Mueller na entrada da área. O bom meia foi premiado com um bonito gol. Era o terceiro gol alemão. Nesse momento, afundou todo ímpeto da esquadra inglesa.
E 3 minutos depois, Özil conseguiu outra boa escapada rente à linha lateral, cruzou ao meio encontrando mais uma vez Mueller, que fez o segundo e coroou sua fantástica atuação, bem como a prestação de toda equipe alemã.
Mas, fica aquela sensação de enganação no ar. Será que a partida teria tomado outros rumos com o empate inglês? O domínio alemão era incontestável, mas ainda assim fica aquela ponta de dúvida, pois seria um empate conseguido na garra em 2 minutos. No futebol, isso é capaz de mudar resultado.
Muitos colocaram este lance como troco pelo que ocorreu na final da copa de 1966, quando um gol inglês contra a Alemanha não entrou mas foi validado. Era um débito que o English Team tinha com história.
O fato é que bateu dentro, e o juiz deveria ter dado. No intervalo, as vaias ao juiz superaram inclusive as incansáveis vuvuzelas. E isso tudo poderia ser evitado se a FIFA resolvesse se modernizar, como toda a humanidade está se modernizando. Deve se utilizar de recursos tecnológicos para aumentar a acurácia dos acontecimentos, neste que é o maior espetáculo esportivo do planeta. Esse cultura da interpretação e da injustiça vai deixar (ou já deixou) de ser um charme do jogo e passar a ser uma mancha que denigre o esporte.
No mundo do twitter, as reclamações não demoram nem um minuto para aparecer. E posto aqui um screenshot tirado minutos após o tal momento controverso daquela página de buzz monitor da CNN que postei no jogo do Uruguai.
Impressionante o fato de que eram 7493 tweets por minutos só sobre "Inglaterra". E pode-se ver também referências ao juiz (referee), aos bandeirinhas (linesman), a 1966 e a "clearly (claramente). Enfim, todo mundo viu.
Outra manifestação que rodou a rede, esta bem humorada e que merece destaque, eu tirei do fotoblog Panettone Fly Free (via @timsleeper):

E você viu gol? O juiz e o bandeira não. Será que foi mesmo ilusão?
Dia #16 - Estados Unidos 1 x 2 Gana - O fim do sonho americano
A expectativa deste jogo era grande. Os Estados Unidos eram a equipe da emoção nessa copa e Gana o último fio de esperança da África. Tinham todo um continente que para incentivá-los.
E parece que isso pesou em favor dos ganeses. Sentindo toda essa motivação, entraram bastante ligados na partida, contra um time sonolento dos norte-americanos. Talvez culpa do vibrante uniforme vermelho e amarelo.
Nem bem começou o jogo, Prince Boateng recebe um passe depois de um desarme no meio de campo, corre quase 40 metros e chuta para abrir o placar, após mau posicionamento do goleiro Howard (na minha opinião).
A partir daí, o nervosismo imperou no time dos EUA. Donovan não tinha muito espaço para desenvolver, diante da forte marcação africana. Altidore novamente era um peso destrutivo no ataque. E Gana corria bastante nos contra-ataques, levando perigo.
No segundo tempo finalmente os Estados Unidos conseguiram jogar com mais objetividade, e empataram a partida com Donovan cobrando pênalti. O jogo ficou equilibrado, mas ninguém conseguiu encaixar mais nenhuma jogada ofensiva, e o jogo foi para a prorrogação.
Mas marcação ganesa se impôs, e levou o continente africano mais uma vez às quartas. E decretou-se o fim do sonho americano. Que essa participação seja levada como lição para a constante evolução do soccer, agora com amplo apoio popular.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Dia #16 - Oitavas - Uruguai 2 x 1 Coréia do Sul - Celeste à mineira
Começaram as oitavas.
Umas das chaves já garante um time "inédito" na semifinal. Coloquei entre aspas pois nossos hermanos uruguaios já não figuram na elite de algum campeonato há muito tempo. Ganhar algo, já não conseguem desde que Francescoli em 95 bateu aquela falto na barreira mal colocada por Taffarel.
E parece que Oscar Tabares veio decidido a mudar mesmo esta escrita. E tem uma arma mineira para isto: Diego Forlán. Este muito bom jogador chegou na copa de mansinho, saiu de centroavante para armador de jogadas e tem sido o motor de um Uruguai muito consistente. Enfrentou somente a França como adversário que teoricamente ofereceria grande perigo, porém como se viu foi o pior de todos. Mas nenhum dos resultados celestes foi contestado.
Os coreanos até que tentaram. Depois de uma falha inexplicável do goleiro que resultou no primeiro gol de Suarez, e um primeiro tempo muito bagunçado, o time voltou para o segundo tempo muito bem. Os primeiros 23 minutos foram de domínio incontestável, com muita velocidade e Lugano se segurando do jeito que dava. Até que o gol de Lee justamente saiu.
Mas o Uruguai e principalmente Forlán não se abalaram. O time logo acordou, se impôs, e numa jogada de cruzamento, a Jabulani procurou quem entendia. Suarez a pegou com carinho, ajeitou para o meio e acertou um chute fantástico no lado oposto.
Placar final 2 x 1, Uruguai nas quartas depois de 40 anos. Parabéns à Coréia do Sul que caiu lutando até o final. Parabéns ao Uruguai que foi superior e mereceu vencer. E de mansinho vai voltando ao topo.
Aproveito para mostrar um site de monitoramento de Tweets focado em Copa. É um serviço da CNN, que isola as expressões relativas à Copa e faz uma representação de proporção através de figuras. Abaixo, o monitor no momento do gol coreano:
É bem interessante para quem gosta do assunto. Para ver mais, o endereço é esse aqui:
http://edition.cnn.com/SPECIALS/2010/worldcup/twitter.buzz/
Dia #15 - Espanha, Chile e a punição ao anti-jogo
Análise rápida deste grupo.
A Espanha, grande favorita, precisava ganhar. A Suíça, rainha do antijogo, tinha a classificação na mão, era só golear a fraca seleção de Honduras. E o Chile, sensação ofensiva da Copa, poderia ficar de fora.
O que esperar do resultado desse grupo? Apesar de torcer pelo Chile, a impressão era que ficaria pelo caminho. Mas os Deuses do futebol trataram de punir quem denegria a imagem do esporte. Se a Suíça passasse, era a vitória de um time que rejeita o gol num esporte que o objetivo é fazer gols.
A Espanha se impôs no primeiro tempo e abriu 2x0 com Villa e Iniesta, sendo que o primeiro gol foi numa infantilidade sem tamanho do goleiro chileno. Estar perdendo deixou os sulamericanos nervosos, e parecia que a consistente Fúria iria golear.
Mas Bielsa tratou de mudar a postura do time para o segundo tempo. E logo nos primeiros minutos da segunda etapa, Millar chutou a Jabulani de um jeito que pareceu a folha seca de Didi, mas que na verdade foi culpa de um desvio do zagueiro, e entrou. O placar de 2 x 1 obrigava os suíços a vencer por 2 gols.
Coisa difícil. Para variar, a Suíça foi mais adepta do anti-jogo do que de procurar o gol. Aí, não tinha o que fazer. As chances foram iguais, para Honduras e para os europeus. O time centro-americano ficou feliz com o pontinho que levou para casa.
Para o Chile, classificação justa. O único problema foram os 3 desfalques que ganhou para o jogo contra o Brasil, em sua já não tão boa defesa. Vamos ver o que vai dar!
Classificados
1 - Espanha
2 - Chile
A Espanha, grande favorita, precisava ganhar. A Suíça, rainha do antijogo, tinha a classificação na mão, era só golear a fraca seleção de Honduras. E o Chile, sensação ofensiva da Copa, poderia ficar de fora.
O que esperar do resultado desse grupo? Apesar de torcer pelo Chile, a impressão era que ficaria pelo caminho. Mas os Deuses do futebol trataram de punir quem denegria a imagem do esporte. Se a Suíça passasse, era a vitória de um time que rejeita o gol num esporte que o objetivo é fazer gols.
A Espanha se impôs no primeiro tempo e abriu 2x0 com Villa e Iniesta, sendo que o primeiro gol foi numa infantilidade sem tamanho do goleiro chileno. Estar perdendo deixou os sulamericanos nervosos, e parecia que a consistente Fúria iria golear.
Mas Bielsa tratou de mudar a postura do time para o segundo tempo. E logo nos primeiros minutos da segunda etapa, Millar chutou a Jabulani de um jeito que pareceu a folha seca de Didi, mas que na verdade foi culpa de um desvio do zagueiro, e entrou. O placar de 2 x 1 obrigava os suíços a vencer por 2 gols.
Coisa difícil. Para variar, a Suíça foi mais adepta do anti-jogo do que de procurar o gol. Aí, não tinha o que fazer. As chances foram iguais, para Honduras e para os europeus. O time centro-americano ficou feliz com o pontinho que levou para casa.
Para o Chile, classificação justa. O único problema foram os 3 desfalques que ganhou para o jogo contra o Brasil, em sua já não tão boa defesa. Vamos ver o que vai dar!
Classificados
1 - Espanha
2 - Chile
domingo, 27 de junho de 2010
Dia #15 - Grupo G - Brasil, Portugal e o Chuck Norris canarinho
O duelo talvez tivesse perdido o brilho com a expulsão de Kaka e a goleada portuguesa na rodada anterior. O Brasil convenceu no jogo anterior, então já era esperado que classificasse em primeiro.
A maior expectativa era como a Seleção se comportaria sem Kaká. O seu substituto Júlio Batista, que foi a questão mais discutida na convocação de Dunga, teria a grande chance de provar que as críticas estavam erradas. De última hora, Robinho foi poupado e deu lugar a Nilmar, e somando-se a Daniel Alves no lugar do machucado Elano, eram essas as três mudanças em relação ao jogo contra a Costa do Marfim.
Porém, o esperado aconteceu. O Brasil começou o jogo sentindo a falta de movimentação e criatividade de Kaká e Robinho. Júlio Batista foi muito mal, Gilberto Silva continua apenas destrutivo, e Felipe Melo estava em noite digna de Bruce Lee. Travou um duelo a parte com o luso-brasileiro Pepe, estava amarelado aos 35, e foi substituído aos 41 do primeiro tempo ainda. Daniel Alves tentou algo a mais, com chutes de fora da área e um passe para Nilmar chutar na trave, mas foi só.
Ficou evidente a kakadependencia. O segundo tempo foi feio e sem emoção. Daniel Alves sumiu da partida, Luís Fabiano estava afobado e sem pontaria, e Dunga demorou demais a mexer na equipe. Colocou Ramires, mas ainda assim pouco ajudou.
Portugal criou algumas poucas chances, quase todas passando por Cristiano Ronaldo, mas ainda assim sem perigo. O capitão Lúcio foi o grande nome do jogo. Se antecipou ao atacante português em praticamente todas as jogadas, deixando-o com pouco espaço para jogar. Em um dos poucos equívocos, na tentativa de proteção dentro da área, tocou para o meio e colocou Raul Meireles na cara do gol, mas Julio Cesar mostrou serviço.
Para completar a performance, o camisa 3 brasileiro em várias oportunidades ainda saiu jogando, chegando até a criar jogadas mais do que o próprio meio campo brasileiro. E aos 42, ainda cabeceou com perigo após cruzamento de escanteio.
Enfim, foi o melhor em campo, indiscutivelmente. Porém, o prêmio da Fifa foi mais uma vez para Cristiano Ronaldo. Não será porque isso é feito via internet, no site da entidade? O português é fenômeno de mídia, esses votos não serão nunca justos. Mesmo se o time perder por goleada ele será o mais votado.
Na outra partida, a Costa do Marfim, sabendo que precisava de um placar elástico, começou até que bem, abrindo 2 x 0. Mas depois parou, só retomando o ritmo no fim do segundo tempo, e o placar ficou só em 3 x 0. Com o empate da outra partida, mesmo um 10 x 0 seria inútil.
O destempero de Felipe Melo foi outro grane assunto do jogo. O jogador não foi bem nesta temporada, e cada vez mais tem se mostrado como um atleta violento. Esperava-se dele um comportamento diferente na copa, e no jogo da Costa do Marfim ele até que se portou bem. Mas nesse jogo, mais difícil, voltou a destemperar-se. Continuando assim, contra Uruguai ou Argentina, teremos ele em campo por 15 minutos apenas. Interessante foram as campanhas que dispararam na internet durante e após a partida. Primeiro, foi o "calma Felipe Melo", por causa das faltas e do amarelo. E após o jogo, pipocaram alguns "Felipe Melo Facts" , no melhor estilo Chuck Norris:
Por causa do Felipe Melo, os melhores momentos da copa vão ser editados pelo Tarantino.
As namoradas de Felipe Melo têm medo de pedir carinho a ele. Ele pode entender carrinho.
Milhares de pessoas no mundo deram entrada no hospital após assistir à atuação de Felipe Melo em transmissão 3D.
O cantor Roberto Carlos e o apresentados Wagner Montes já entraram numa dividida com Felipe Melo...
No jogo de xadrez: Cristiano Ronaldo é a Dama; Kaká é o Bispo; Julio Batista é a Torre; Felipe Melo, o Cavalo.
Uma vez Felipe Melo foi jogar JoKenPo com o presidente Lula. Ele tinha uma tesoura, e o Lula, 5 dedos.
O Michael Jackson morto faz muita falta. O Felipe Melo vivo faz mais ainda.
Felipe Melo é o único jogador que você encontra no FIFA 2010, no Winning Eleven e no Mortal Kombat.
Mais facts no blog do Renato Maurício Prado, Kibe Loco e o mais impressionante, Portal do Vale Tudo.
Classificados
1 - Brasil
2 - Portugal
Dia #14 - Grupo F - Paraguai, Eslováquia e a Culpa italiana

Nesse grupo, não convém falar explicitamente dos jogos. O resultado final é mais importante. Então, vou começar pelo fim, tentando explicar
A desclassificação da Itália foi uma grande vergonha para o futebol italiano. Não é uma novidade, pois a Itália já caiu na primeira fase em outras 5 vezes (as outras foram em 50, 54, 62, 66,74, conforme cita PVC). De quem é a culpa disso? O diário Tuttosport.com, 5 minutos após o fim do jogo, colocou no ar apenas a foto acima, do técnico Marcello Lippi com escrito em cima "COLPA TUA" (culpa tua). Na coletiva pós-jogo, ele mesmo quis assumir toda essa culpa.
O que ele fez? Apostou demais em Simone Pepe, jogador limitado, e que depende de outros jogadores para render, e não tem frieza para decidir, como vimos no último lance da partida. Consequentemente, demorou para encontrar o ataque ideal, dentre as peças que tinha. Só nos últimos 15 minutos de um jogo em que já perdia por 2x0 apostou em Di Natale e Quagliarella ao invés do fraco Iaquinta e da eterna promessa Gilardino. A resposta foram os 3 (1 anulado) gols em 10 minutos, todos resultados de bonitas jogadas, além da bola salva em cima da linha pelo zagueiro eslovaco.
O meio, sem Pirlo (a entrada dele foi um ato de desespero apenas), sofreu com muita aposta no fraco Camoranesi e um De Rossi, que é bom mas pensa que é muito melhor, tanto que cometeu o erro bobo e crucial que resultou no primeiro gol eslovaco. Gattuso, por mais história que tenha, não era jogador para essa copa, já sente muito a idade.
A defesa, sempre o grande ponto forte italiano, tinha uma falha estrutural chamada Fabio Cannavaro. Um jogador de quase 37 anos já deu o que tinha que dar numa Copa. Já foi o melhor do mundo, ainda que em escolha duvidosa. A Itália sofreu 5 gols no torneio, e os 3 principais foram culpa dele: contra o Paraguai, contra a Nova Zelândia e o terceiro gol contra a Eslováquia, quando o time ganhava moral e conseguia mais volume de jogo. E ainda foi num lance besta, de lateral. Inadmissível. Chiellini até tentava compensar, ainda terá uma sobrevida vestindo a azzurra. Zambrotta não merece ser comentado.
E no gol, o tal do Marchetti, não teve culpa de ser convocado e do Buffon dar mal jeito na coluna, que aliás é típico sintoma da idade.
Enfim, Lippi não colocou em campo o melhor time disponível. Confiou demais na sua base campeã mundial, que já não era um time fantástico. Indo mais para trás, convocou mal, mas não como Dunga, explorando um time trabalhado e construído. Quis levar aqueles que estiveram com ele na Alemanha. Para isso, deixou em casa talentos de grande destaque nos últimos campeonatos italianos, como Boriello, os jovens Giuseppe Rossi e Balotelli, e o badboy Cassano, que é melhor do que qualquer um que ele chamou. E é triste saber ele só não vai por birra antiga entre eles.
Enfim, foram sucessivos erros de Lippi. Mas indo ainda um pouquinho mais para trás ainda, errou quem colocou o Lippi lá. Depois de 2006, ele pediu demissão como estrela e tentaram uma experiência "estilo Dunga", com Donadoni, que fracassou na Euro08. E ao invés de inovar, foram lá chamar o Lippi outra vez. E esperavam que ele colocasse em campo um time renovado?
Arrisco dizer que uma das melhores coisas que a Itália tem atualmente é a safra de técnicos: Luciano Spaletti, Roberto Mancini, Carlo Ancelotti, Claudio Ranieri e Cesare Prandelli são todos muito bons. Este último, que para mim é o melhor de todos eles, inclusive já assinou com a Federcalcio (CBF de lá) para o pós-copa. Mas será tarde.
Enfim uma sucessão de erros que vão muito além desta partida, mas que aqui tiveram seu climax. Mérito da Eslováquia, que fez o básico, com um Hamsik mais inspirado que nos outros jogos, e Vittek oportunista. Aproveitaram suas chances com eficiência, e a Itália não.
Itália vai para casa com vergonha. Lippi deixou de ser sinônimo de herói para símbolo do maior fracasso na história do Calcio.
Sobre o outro jogo, parabéns para os paraguaios que confirmaram o 1o. lugar e a hegemonia sulamericana nesta Copa. E parabéns para a Nova Zelândia, que veio com rótulo de saco de pancada e foi embora invicta, na frente de França e Itália. Mas precisa treinar bastante ainda. O jogo foi muito fraco.
Classificados:
1 - Paraguai
2 - Eslováquia
sábado, 26 de junho de 2010
Dia #14 - Grupo E - Holanda, Japão e os aprendizes de Zico
Depois da desclassificação da Itália, este dia não poderia proporcionar mais nenhuma grande surpresa. Um jogo seria confronto direto por vaga, o outro para treinar a Holanda.
Foi o que aconteceu. Até esta rodada, a Laranja está muito longe de ser mecânica, parecendo mais uma mexerica ainda verde no pé, vencendo mais não convencendo. E Camarões, já desclassificado, vinha apenas pela honra.
E o jogo não teve graça nenhuma. Não é que tenha sido um jogo horroroso, mas foi desinteressante. Todo mundo foi assistir Japão e Dinamarca (mesmo quem deveria ter visto outro), pois lá teve emoção e bom futebol. Para não dizer que nada foi relevante, teve a entrada de Robben, e a participação dele no segundo gol. Eto'o até chegou a empatar de pênalti, para não passar em branco. Mas foi só.
A grande jogo foi mesmo Japão e Dinamarca. O time japonês está ganhando muita confiança conforme avança o mundial. E não é para menos. Honda e Endo, a dupla responsável pelas ações de ataque da equipe, é muito habilidosa, tem muito talento, e sabe usar bem. Ambos cresceram no Japão dos anos 90, que viu o crescimento do futebol através de um embaixador muito especial: Zico. Endo chegou a trabalhar com o galinho na Copa passada, mas é evidente que ambos aprenderam muito com ele.
O primeiro gol, de Honda, de falta pelo lado aos 17'. A Jabulani teve endereço direto para rede, sem aprontar das suas, e com o goleiro dinamarquês se posicionando mal. O time manteve o domínio, e Endo fez mais um aos 30', de falta outra vez, agora frontal. A perfeição não é a mesma, mas ninguém duvida que os alunos usaram da concentração oriental para estudar e treinar os ensinamentos do mestre, e os aplicaram muito bem.
A Dinamarca tentava se recompor. Tomasson, Rommendal e o grandalhão Bendtner tentavam organizar o ataque, mas esbarravam na própria afobação. No segundo tempo, o técnico Molten Olsen colocou mais dois atacantes, encheu e área japonesa e abusou de levantamentos na área, sem sucesso. Conseguiu apenas um pênalti aos 35, convertido.
O 2 x 1 não intimidou o Japão, que jogava no contra-ataque usando da tradicional velocidade asiática. E numa dessas jogadas, mais uma vez Honda desequilibrou. Deu um drible dentro da área, digno de jogador sulamericano (como diz Birner aqui) ficou cara-a-cara com o goleiro. Mais uma vez mostrou uma personalidade digna de Zico, não foi fominha, e passou para o companheiro que estava na cara do gol só empurrar.
Classificados
1 - Holanda
2 - Japão
Dia #13 - Grupo D - Alemanha, Gana, e os irmãos Boateng
Infelizmente, entre os 2 maiores destaques desse grupo não está o futebol. Os quatro times tinham chances de classificação, e para fazer isso com tranquilidade, tinham que vencer.
Mas a ofensividade só apareceu mesmo com os que tinham menos chance, a Austrália. Pela primeira vez o futebol estilo holandês encaixou (um pouco tarde). No primeiro tempo, A Sérvia até criou algumas poucas chances, tendo inclusive um gol bem anulado. Porém, não conseguia usar suas duas principais estrelas, Stankovic (muito recuado) e Vidic.
No segundo tempo, os times entenderam que eram 45 minutos para evitar o pior, e o jogo ficou interessante. E foi quem tinha menos chance que tomou as rédeas do jogo. Os Socceroos se lançaram na ofensiva, e conseguiram abrir o placar com Cahill, de cabeça. Neste momento foi a vês dos Sérvios se lançarem ao ataque buscando o empate, porém quem se aproveitou disso foi a própria Austrália, que ampliou com Holman com um bom chute da intermediária, contando com uma ajudinha do já conhecido poder sobrenatural da Jabulani.
O resultado deu moral para o time da Oceania, mas ainda era pouco para tirar a goleada da primeira rodada. E os Sérvios se acalmaram, se organizaram e impuseram a melhor técnica. E diminuíram com Pantelic aos 39, após rebote do goleiro Schwarzer, que até então vinha muito bem.
Nesse momento cada time precisava de 2 gols. Mais uma vez os Sérvios pressionaram e marcaram, mais uma vez em impedimento. No fim teve muita pressão, mas nenhum gol legal. E as duas nações morreram abraçadas.
No outro jogo, os destaques de que comentei antes. O primeiro, a linda camisa preta do time alemão. Aliás, os dois uniformes alemães são muito bonitos. E o outro, o "caso Boateng". Em Gana, estão dois Boatengs (Prince e Derek, que não jogou), mas que não são parentes. E na Alemanha ainda tem Jerome Boateng, meio irmão de Prince. Ambos são filhos do mesmo pai, que é ganês, e nascidos em terras germânicas. Cada um escolheu jogar de um lado.
O irmão ganês recentemente ficou famoso por tirar Ballack da Copa, e desde então o irmão alemão não falou mais com ele. Mas parece que teve um perdão na hora do jogo, e eles até que se deram bem. No fim, tudo vai virar história para os netos mesmo, e estes vão inclusive ser primos.
O jogo mesmo, muito morno. Cacau jogou no lugar de Klose, trouxe velocidade, mas pouca objetividade. Carlos Simon, o juiz brasileiro, deu muitas faltas no começo que inclusive irritaram muito as equipes, devido ao jogo muito pegado. Gana conseguiu algumas jogadas com Ayew nas costas de Boateng (sempre ele), mas nada que trouxesse grande perigo, pois a pontaria africana estava muito ruim.
O gol veio num lance isolado. Na única falha de marcação ganesa no meio de campo, Özil chutou da intermediária, e abriu o placar. O goleiro nada pode fazer.
Faltavam 30 minutos para acabar o jogo. Os ganeses a princípio até pressionaram no ataque, mas conforme o tempo foi passando diminuíram o ritmo. Quando souberam do resultado de 2 x 1 na outra partida, tiraram o pé de vez. E o fraco 1 x 0 classificou os dois times, e garantiu mais um pouco de assunto no jantar de Natal da família Boateng.
No fim, a impressão que se tira é que aquela Alemanha bicho-papão da primeira rodada já não existe mais.
E para sorte de Blatter e da Fifa, ao menos uma seleção africana passou para as oitavas na Copa da África.
Classificados:
1 - Alemanha
2 - Gana
No segundo tempo, os times entenderam que eram 45 minutos para evitar o pior, e o jogo ficou interessante. E foi quem tinha menos chance que tomou as rédeas do jogo. Os Socceroos se lançaram na ofensiva, e conseguiram abrir o placar com Cahill, de cabeça. Neste momento foi a vês dos Sérvios se lançarem ao ataque buscando o empate, porém quem se aproveitou disso foi a própria Austrália, que ampliou com Holman com um bom chute da intermediária, contando com uma ajudinha do já conhecido poder sobrenatural da Jabulani.
O resultado deu moral para o time da Oceania, mas ainda era pouco para tirar a goleada da primeira rodada. E os Sérvios se acalmaram, se organizaram e impuseram a melhor técnica. E diminuíram com Pantelic aos 39, após rebote do goleiro Schwarzer, que até então vinha muito bem.
Nesse momento cada time precisava de 2 gols. Mais uma vez os Sérvios pressionaram e marcaram, mais uma vez em impedimento. No fim teve muita pressão, mas nenhum gol legal. E as duas nações morreram abraçadas.
O irmão ganês recentemente ficou famoso por tirar Ballack da Copa, e desde então o irmão alemão não falou mais com ele. Mas parece que teve um perdão na hora do jogo, e eles até que se deram bem. No fim, tudo vai virar história para os netos mesmo, e estes vão inclusive ser primos.
O jogo mesmo, muito morno. Cacau jogou no lugar de Klose, trouxe velocidade, mas pouca objetividade. Carlos Simon, o juiz brasileiro, deu muitas faltas no começo que inclusive irritaram muito as equipes, devido ao jogo muito pegado. Gana conseguiu algumas jogadas com Ayew nas costas de Boateng (sempre ele), mas nada que trouxesse grande perigo, pois a pontaria africana estava muito ruim.
O gol veio num lance isolado. Na única falha de marcação ganesa no meio de campo, Özil chutou da intermediária, e abriu o placar. O goleiro nada pode fazer.
Faltavam 30 minutos para acabar o jogo. Os ganeses a princípio até pressionaram no ataque, mas conforme o tempo foi passando diminuíram o ritmo. Quando souberam do resultado de 2 x 1 na outra partida, tiraram o pé de vez. E o fraco 1 x 0 classificou os dois times, e garantiu mais um pouco de assunto no jantar de Natal da família Boateng.
No fim, a impressão que se tira é que aquela Alemanha bicho-papão da primeira rodada já não existe mais.
E para sorte de Blatter e da Fifa, ao menos uma seleção africana passou para as oitavas na Copa da África.
Classificados:
1 - Alemanha
2 - Gana
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Grupo C - Estados Unidos, Inglaterra and the *Injury time!
Quem diria que a maior emoção da Copa até agora seria proporcionada justo por eles? Falar depois é fácil, mas eles eram minha maior aposta para maior surpresa do mundial.
Mas, respeitando a tradição, começo pelo outro jogo.
A Inglaterra precisava se redimir, e a tarefa, no papel, era relativamente simples. Na realidade, relativamente difícil. A Eslovênia entrava em campo como líder do grupo, precisando de um simples empate para se classificar, mas foi covarde.
Cappello tirou o contestado Heskey e veio com Defoe, tentando dar agilidade o time. E conseguiu resultado logo no primeiro tempo: após cruzamento da direita, o baixinho atacante se antecipou de maneira perfeita em relação ao zagueiro, e empurrou para o gol, dando mais tranquilidade para os ingleses. Rooney jogou um partida muito melhor.
Porém, acabaram abusando um pouco dessa tranquilidade, e não marcaram mais. Rooney jogou uma partida muito melhor, mas ainda muito aquém do que poderia, assim como Gerrard. No final, ingleses acabaram passando muito mais nervoso do que o necessário. A Eslovênia teve uma chance de empate com mais de 40 minutos do segundo tempo (aliás foi a única jogada deles em todo jogo), mas não fez. E o jogo acabou 1 x 0.
Enquanto isso, no outro jogo o começo foi muito movimentado. A Argélia deu dois chutes nos 5 primeiros minutos, acertando um no travessão. Aos poucos, os americanos tomaram a iniciativa do ataque do seu modo, puxando contra-golpes rápidos. Porém, o centroavante Jozy Altidore não estava num dia muito bom, e perdia bolas fáceis e chutava por cima.
Aos 19, o time americano já era melhor. Após mais uma trapalhada do atacante Altidore num rápido contra-ataque, a bola sobrou para chute de Gomez em cima do goleiro. No rebote, ele cruzou na pequena área encontrando Dempsey, que mandou para o gol. Como num infeliz deja-vu, o juiz apitou de braço erguido para cima, seguindo o que fizera o bandeira, anulando o tento sob alegação de impedimento. O lance era difícil, e não era irregular.
Sendo difícil ou não, a verdade é que mais uma vez os EUA tinham sido prejudicados pela arbitragem. O sentimento de revolta passou a dominar o time, e isso trouxe o nervosismo junto.
O time americano manteve o domínio no restante da partida. Em raras situações a Argélia conseguia chegar, porém sempre com perigo. Mas os erros decorrentes da afobação e do azar americano estavam causando um desclassificação dramática e não merecida. Dempsey protagonizou um lance inacreditável, tirando do goleiro duas vezes na sequencia, um na trave direita e outra fora do lado esquerdo. Bradley, Altidore e Felhaber ainda tiveram chances claras.
Aos 45 minutos e meio, boa jogada africana resultou em cabeçada perigosa defendida por Howard, dando um calafrio na nação americana. Na reposição de jogo, o goleiro lançou Donovan, que liderou um veloz ataque de 5 contra 2, e lançou Altidore, que em chute vindo direita perdeu mais uma grande chance. O goleiro argelino espalmou para o meio. Caprichosamente, a Jabulani procurou a estrela de Donovan, se colocou à frente dele esperando ser empurrada para o gol. E repousou lá no fundo das redes.
Em mais um drama hollywoodiano, os Estados Unidos explodiram em exultação e estavam classificados, em primeiro do grupo.
Na outra partida, já encerrada, os eslovenos caminhavam lentamente para o vestiário após um jogo em que eles terminaram classificados, quando receberam a notícia que iriam tomar o último banho em solo africano. Foi punida a covardia, e recompensada a determinação e a perseverança, o "Yes We can!". E o chefe-mor inclusive mandou congratulações oficiais.
Aqui manifestação de Donovan no FB. Neste link pode ser encontrado este vídeo abaixo que circulou na rede hoje. Possui um compilado de comemorações ao redor do mundo no momento do gol.
Classificação:
1 - Estados Unidos
2 - Inglaterra
(*Corrigido! Extra time seria prorrogação)
Dia #12 - Grupo B - Argentina, Coréia e o gol perdido
Neste grupo, estava fácil saber quem ia ficar em primeiro, a dúvida para os argentinos
não era essa. Era se o Messi ia ou não fazer gol.
Para os demais, a pergunta era quem ia levar a segunda vaga. E durante os 90 minutos, os três chegaram a ter a vaga na mão.
A Argentina vinha com 7 mudanças no time. Maradona quis colocar todo mundo para jogar. O que mais me chamou atenção, na verdade, foi uniforme azul mais escuro, muito bonito. No jogo, a cadência argentina era a mesma de sempre. A Grécia é que vinha com um comportamento covarde, sem tentar nem os tradicionais contra ataques seguidos de cross na área.
Messi era o motor da equipe, mas estava visivelmente incomodado pelo fato de não conseguir marcar seu gol. Criou muito, chutou bolas incríveis o goleiro pegou coisas que nunca mais pegará na vida. A Jabulani está mostrando outra vez todo seu orgulho, parecido com o que fez com Cristiano Ronaldo. Só que ainda não deixou Messi brilhar mais que ela.
No segundo tempo, após muito tentar, veio o gol argentino: em jogada de escanteio, Demichelis cabeceou, Milito (é, do mesmo time mesmo) tirou, mas no rebote o mesmo Demichelis mandou para a rede. Maradona então trocou o ataque, colocando em campo ninguém menos que Martin Palermo, aquele dos 3 pênaltis. E o cara teve estrela, e ampliou o placar. El Pibe virou para a tribuna de imprensa e fez um sinal do tipo "E agora, vai falar o que?", devido às intensas críticas que recebeu pela convocação do atacante. Foi um caso meio parecido com o Luizão em 2002, pois foi ele que fez os gols que classificaram o país para a Copa.
Até o Palermo marcou, e Messi não. E Maradona já utilizou todos os seus jogadores de linha.
No outro jogo, a Nigéria saiu ganhando, resultado que classificaria a Grécia (que estava 0x0 no momento). Os africanos foram muitos mais ofensivos, mas pouco efetivos. A Coréia do Sul aplicou o futebol rápido e bom em bolas paradas, e acabou virando no início do segundo tempo. Com este resultado, ela estava classificada.
Neste momento, aconteceu o lance mais incrível deste jogo. Yakubu recebe uma bola na pequena área, sem goleiro, e chuta para fora. Merece o vídeo:
No fim, ele ainda empatou de pênalti. Mas nessa altura, a Grécia já perdia para a Argentina, classificando ainda os coreanos. Se vencesse, a Nigéria passava. Aquele gol fez uma falta..
Classificados:
1 - Argentina
2 - Coréia do Sul
Dia #12 - Grupo A - Uruguai, México e o Vexame
Nessa rodada de definições, as análises serão feitas aos pares.
E o Grupo A foi o grupo do vexame, e todos sabem bem o porque.
Esse time francês protagonizou certamente o maior vexame em história da copas. Nem foi o pior resultado, pois em 2002 numericamente foi pior. Os fatos são dignos do ridículo: expulsão de jogador do elenco, briga do capitão com o auxiliar técnico, corte de patrocínio no meio da competição, visita de ministro, e culminando com o papelão que Domenech fez ao não cumprimentar Parreira. Que absurdo.
Bom, no futebol, não poderia ser diferente. Os Bafana Bafana entraram em campo em defesado orgulho nacional, e os franceses em defesa de nada. Assim, dois gols mais do que merecidos dos africanos, em uma partida que eles dominaram do começo ao fim, e talvez até merecessem sorte melhor e a classificação. Mas, como vale o desempenho em toda a competição, foram punidos pelas desatenções do primeiro jogo. Meu destaque deste time será Tshabalala, pela personalidade que teve no primeiro jogo e pela participação neste contra Les Bleus. Estes, aliás tiveram um golzinho mixuruca marcado por Malouda, que só serviu para ajudar um cronista de tv a dar apelido: Time do 1: 1 gol, 1 ponto e 1 vexame...
No segundo jogo, Uruguai foi fantástico e mesmo tendo a vantagem, foi para cima do estranho México. Digo estranho porque pelos lances que vi e relatos que li, foi um time completamente diferente do que jogou os outros jogos, no que diz respeito à atitude. Se a África do Sul tivesse contido um pouquinho sua euforia, teria feito mais gols na frança, e mandado Aguirre e seus comandados passar férias com o Chaves em Acapulco.
A vitória por 1 x 0 gols de Suarez foi justa, e coroou esta fantástica campanha Uruguaia, que não liderava um grupo há 56 anos e não ia às oitavas há 20.
Classificados:
1 - Uruguai
2 - México
terça-feira, 22 de junho de 2010
Dia #11 - Espanha 2 x 0 Honduras - Ta demorando para deslanchar...
Difícil dizer. O fato é que tivemos outra partida teoricamente fácil da Espanha com sofrimento desnecessário. E não foi um sofrimento de medo de perder, pois mais uma vez o time dominou a partida jogando futebol consistente. É um sofrimento pelo fato de não conseguir transformar isso em resultado, ou melhor, pelo fato de não espelhar através do resultado o que esta Espanha realmente joga.
A Fúria vinha com Torres e Jesus Navas nos lugares de Iniesta e David Silva. O time é o mesmo, continua bom, continua criando, continua chutando, mas erra demais! Até que saísse o gol de Villa (uma pintura por sinal), e mesmo depois, foi um festival de gols perdidos. No total, foram 22 chutes! Esse excesso de expectativa faz os espanhóis pecarem demais no último toque.
Honduras veio para assistir. Suazo teve sua chance de jogar, mas pouco fez. Na segunda etapa, o jogo continuou dominado pela Fúria. Logo aos 5, Villa outra vez marcou. E depois, ainda teve um pênalti, em que ele demonstrou mais do que nunca a instabilidade espanhola e chutou para fora por centímetros.
Será que esse time oferece mesmo risco à Seleção?
Dia #11 - Chile 1 x 0 Suíça - Finalmente furaram o muro anti-jogo
Este jogo teve cobertura especial. Este blog apresenta o relato do nosso corresponde internacional Guto Catoia, direto de Santiago de Chile. Guto é brasileiro e estuda jornalismo na Universidad Catolica de Chile e traz o comentário do jogo com um pouco da empolgação que os chilenos estão vivendo com a sua equipe no mundial.
Possivelmente, era o principal jogo do grupo. Chile e Suíça, devido ao “favoritismo” espanhol, são (ou eram, quem sabe...) os dois principais concorrentes para a segunda vaga nas oitavas. Por isso, já era de esperar um jogo pegado e tenso.
De um lado do campo (ou ringue?), os baixinhos e ligeiros chilenos, que nesta copa apresentam uma proposta do jogo ofensivo e firuleiro. E do outro lado, os grandalhões e corpulentos suíços, partidários da retranca absoluta e da marcação dura, praticamente onze judocas.
No jogo em geral, o cenário foi o seguinte: os suíços, inoperantes no ataque, aguentavam com firmeza as tentativas ofensivas chilenas, respondidas com uma marcação muito dura. Os europeus derrubavam os chilenos com facilidade, e o time de Bielsa retrucava. O resultado foi que tivemos um festival de cartões amarelos, enfeitado com um cartão vermelho aos 30 do primeiro tempo, quando Behrami, em um show de cavalaria, distribuiu puxões e “braçadas” em Beausejour e Vidal em menos de 15 segundos.
Fora isso, no primeiro tempo, em suas poucas chances de gol, o Chile esbarrou em Benaglio, que mostrou segurança quando exigido. E foi exigido pouco, porque a retranca suíça estava lá, intocável. Já o ataque europeu limitava-se a tentativas de tirar uma lasca de alguma falha adversária. Quando o único erro aconteceu, após um passe estranho de Isla perto da área, foi desperdiçado.
Mas nada como um tempo após o outro.
Na segunda etapa, Bielsa mostrou genialidade nas substituições. Trocou Valdivia por um apático Suazo, González por Vidal e Paredes por Fernández. E foram justamente esses 3 jogadores que definiram o rumo da partida com destaque para Paredes, que no pouco que esteve em campo, fez estragos na zaga adversária.
O time logo ganhou poder ofensivo e abriu o placar aos 3 minutos, com chute de Sanchez desviado em González. Pena que o gol foi anulado. Mas o Chile não se abateu, e continuou pressionando.
Até que aos 30', num contra-ataque fulminante, Valdivia lança Paredes na lateral, que, após driblar Benaglio, cruza na medida para que González, de cabeça, abrisse efetivamente o placar. Bem que Lichtsteiner tentou evitar o gol, mas não conseguiu.
Só a partir desse momento que, na base do desespero, a Suíça resolve atacar de verdade. E de novo, como no jogo contra Espanha, Derdiyok (que entrara há pouco tempo, no lugar de Nkufo) desperdiça uma ótima chance no final do jogo. Só que desta vez, sem por a culpa na trave; o atacante chutou muito mal, mesmo.
No fim, venceu o jogo ofensivo e firuleiro dos baixinhos chilenos. E mostrou que o ditado “A defesa é o melhor ataque” é traiçoeiro e nem sempre tem razão.
E digo uma coisa: a Espanha que se cuide. Já que o Chile anda mostrando que não é nada bobo...
Só para complementar, queria falar do recorde finalmente encerrado da Suíça, que ficou 550 sem tomar gol em copas. Eles praticam um anti-jogo horroroso, que faz mal para o esporte. Para o bem do futebol, espero que não se classifique.
E destaco ainda que o Chile perdeu muitas chances de gol. Nesse grupo que pode ser decidido no saldo, pode fazer falta no final. Veja comentário sobre isso no Blog do Marcelo Salas, atacante chileno na Copa de 98.
Interesante também é o comentário de Rodrigo Goldberg, sobre a entrada de Valdivia no jogo mudando a cara do time.
As fotos abaixo foram publicada pela TVN, rede de televisão estatal antes e depois do jogo. Sensacional!
Possivelmente, era o principal jogo do grupo. Chile e Suíça, devido ao “favoritismo” espanhol, são (ou eram, quem sabe...) os dois principais concorrentes para a segunda vaga nas oitavas. Por isso, já era de esperar um jogo pegado e tenso.
De um lado do campo (ou ringue?), os baixinhos e ligeiros chilenos, que nesta copa apresentam uma proposta do jogo ofensivo e firuleiro. E do outro lado, os grandalhões e corpulentos suíços, partidários da retranca absoluta e da marcação dura, praticamente onze judocas.
No jogo em geral, o cenário foi o seguinte: os suíços, inoperantes no ataque, aguentavam com firmeza as tentativas ofensivas chilenas, respondidas com uma marcação muito dura. Os europeus derrubavam os chilenos com facilidade, e o time de Bielsa retrucava. O resultado foi que tivemos um festival de cartões amarelos, enfeitado com um cartão vermelho aos 30 do primeiro tempo, quando Behrami, em um show de cavalaria, distribuiu puxões e “braçadas” em Beausejour e Vidal em menos de 15 segundos.
Fora isso, no primeiro tempo, em suas poucas chances de gol, o Chile esbarrou em Benaglio, que mostrou segurança quando exigido. E foi exigido pouco, porque a retranca suíça estava lá, intocável. Já o ataque europeu limitava-se a tentativas de tirar uma lasca de alguma falha adversária. Quando o único erro aconteceu, após um passe estranho de Isla perto da área, foi desperdiçado.
Mas nada como um tempo após o outro.
Na segunda etapa, Bielsa mostrou genialidade nas substituições. Trocou Valdivia por um apático Suazo, González por Vidal e Paredes por Fernández. E foram justamente esses 3 jogadores que definiram o rumo da partida com destaque para Paredes, que no pouco que esteve em campo, fez estragos na zaga adversária.
Até que aos 30', num contra-ataque fulminante, Valdivia lança Paredes na lateral, que, após driblar Benaglio, cruza na medida para que González, de cabeça, abrisse efetivamente o placar. Bem que Lichtsteiner tentou evitar o gol, mas não conseguiu.
Só a partir desse momento que, na base do desespero, a Suíça resolve atacar de verdade. E de novo, como no jogo contra Espanha, Derdiyok (que entrara há pouco tempo, no lugar de Nkufo) desperdiça uma ótima chance no final do jogo. Só que desta vez, sem por a culpa na trave; o atacante chutou muito mal, mesmo.
No fim, venceu o jogo ofensivo e firuleiro dos baixinhos chilenos. E mostrou que o ditado “A defesa é o melhor ataque” é traiçoeiro e nem sempre tem razão.
E digo uma coisa: a Espanha que se cuide. Já que o Chile anda mostrando que não é nada bobo...
Só para complementar, queria falar do recorde finalmente encerrado da Suíça, que ficou 550 sem tomar gol em copas. Eles praticam um anti-jogo horroroso, que faz mal para o esporte. Para o bem do futebol, espero que não se classifique.
E destaco ainda que o Chile perdeu muitas chances de gol. Nesse grupo que pode ser decidido no saldo, pode fazer falta no final. Veja comentário sobre isso no Blog do Marcelo Salas, atacante chileno na Copa de 98.
Interesante também é o comentário de Rodrigo Goldberg, sobre a entrada de Valdivia no jogo mudando a cara do time.
As fotos abaixo foram publicada pela TVN, rede de televisão estatal antes e depois do jogo. Sensacional!
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Dia #11 - Portugal 7 x 0 Coréia do Norte - Ketchup português
É, parece que o cara acertou. Disse que quando os gols saíssem, ia ser que nem Ketchup, sairia tudo de uma vez. Essa expressão não muito comum de Cristiano Ronaldo, se concretizou, ao menos no que diz respeito à avalanche de gols.
Para este jogo, novamente pedi ajuda de meu amigo Daniel Goldener que acompanhou de perto. Confesso que não pude acompanhar, vi somente o 6o. e o 7o. gol.
Lá vai:
Ainda sob o impacto do falecimento de seu ícone literário, Portugal entrou em campo de luto, com um faixa preta ostentada no braço direito. Nada que tenha afetado o seu futebol, ora pois. Pelo contrário. Das lembranças póstumas de Saramago, incorporou-se ao time português a inspiração e a criatividade do grande mestre.
Abatida mesmo era a Coréia do Norte. Não por Saramago, mas sim por conta de seu técnico. Depois de segurar um placar apertado contra a seleção brasileira, o treinador norte-coreano se empolgou. Contra Portugal, ele desarmou a retranca, e mudou o esquema de jogo do time. Um erro fatal. Uma bomba atômica nas ilusórias pretensões desta seleção na Copa.
O primeiro tempo do jogo foi de muito estudo e tensão. As duas seleções tinham que vencer para viabilizar seus objetivos no torneio. No começo, a Coréia do Norte ameaçou os portugueses, trazendo uma emoção ao jogo. Apenas um fogo de palha. Aos poucos, os lusitanos encaixaram seu estilo de jogo. Na figura de linguagem, os portugueses foram desarmando os norte-coreanos. Chutes na trave, no gol, perto do gol. Essas eram as armas portuguesas. Apesar de um bom jogo até então, o placar parcial foi 1x0, gol de Raul Meireles.
No segundo tempo, fez-se história. Remetendo ao famoso duelo entre Portugal e Coréia do Norte na Copa de Mundo de 1966, na Inglaterra. Naquele fatídico 5 x 3, o pantera Eusébio desequilibrou e marcou quatro gols. Na verdade, não sei se o problema dos norte-coreanos é a seleção portuguesa ou o próprio Eusébio, já que ele estava presente no estádio para ver repetir, com juros, o episódio que outrora protagonizara.
Os portugueses voltaram com apetite. Os norte-coreanos, com ousadia. Que se traduziu em atrevimento, e que resultou em tragédia. Para eles. A seleção de Portugal, com muita facilidade, chegava ao gol adversário e trocava passes na intermediária de ataque. Jogava um futebol simples e objetivo. Começou então uma sequencia de gols que parecia interminável. Na verdade, um círculo virtuoso. A cada gol português, aumentava o desespero norte-coreano, que por sua vez dava mais espaço para um novo tento lusitano. Foram sete gols, sendo seis no segundo tempo. O meio-campista Tiago, que entrou no lugar de Deco, foi o único a fazer dois gols.
Vale dizer que em grande parte do jogo a seleção portuguesa atuou desprovida de seus talentos tupiniquins. Somente aos 30 minutos do 2º tempo entrou Liedson, que não podia deixar de marcar o seu, assim como Cristiano Ronaldo. Jogando muito bem pelos lados do campo, servindo seus companheiros e dando passes para os gols portugueses, o craque conseguiu finalmente marcar um gol para sua seleção, depois de 16 meses (ou 8 partidas).
Para a atuação norte-coreana, apesar o placar desastroso, resta ainda um grande destaque positivo. Em todo o jogo eles fizeram somente TRÊS faltas no adversário. A primeira só foi assinalada aos 12' do 2º tempo, quando o time já perdia por 4 x 0! Ou seja, a seleção da Coréia do Norte, diante de um oponente mais forte, decidiu reagir e concentrar suas forças na arma mais óbvia, o futebol. Poderia sim ter apelado para faltas, violência, tomando como exemplo a crueldade da Costa do Marfim. Mas, honrosamente, retribuíram ao esporte o que o esporte lhes proporciona: respeito. Vimos em campo um grande espetáculo de futebol, jogado dentro de suas regras, respeitado.
Esta fraca seleção norte-coreana, agora eliminada da Copa do Mundo, fez-me lembrar de uma grande lição de vida do personagem Rocky Balboa em seu último filme: o importante não é o quanto você consegue bater, e sim o quanto você aguenta apanhar, e ainda ficar de pé. Espero que seu país tal qual aprenda esta lição.
Vou fazer alguns adendos ao texto. Primeiro, dar nomes aos gols que faltam, de Hugo Almeida e Simão Sabrosa. Esse último, com direito a merchan pro McDonalds, no melhor estilo Milton Neves Cristiano Ronaldo merecia fazer logo seu gol, pelo bem da Copa do mundo, e a Jabulani sabia disso. Mas ela resolveu deixar somente após demonstrar que quem manda mesmo é ela. E caprichosamente chegou ao gol após dançar no pé dele, subir e se colocar por cima, no ponto mais alto, aparecendo depois entre o craque o gol, somente para ser empurrada. Essa bola ta demonstrando que além de tudo, é orgulhosa.
Para este jogo, novamente pedi ajuda de meu amigo Daniel Goldener que acompanhou de perto. Confesso que não pude acompanhar, vi somente o 6o. e o 7o. gol.
Lá vai:
Ainda sob o impacto do falecimento de seu ícone literário, Portugal entrou em campo de luto, com um faixa preta ostentada no braço direito. Nada que tenha afetado o seu futebol, ora pois. Pelo contrário. Das lembranças póstumas de Saramago, incorporou-se ao time português a inspiração e a criatividade do grande mestre.
O primeiro tempo do jogo foi de muito estudo e tensão. As duas seleções tinham que vencer para viabilizar seus objetivos no torneio. No começo, a Coréia do Norte ameaçou os portugueses, trazendo uma emoção ao jogo. Apenas um fogo de palha. Aos poucos, os lusitanos encaixaram seu estilo de jogo. Na figura de linguagem, os portugueses foram desarmando os norte-coreanos. Chutes na trave, no gol, perto do gol. Essas eram as armas portuguesas. Apesar de um bom jogo até então, o placar parcial foi 1x0, gol de Raul Meireles.
No segundo tempo, fez-se história. Remetendo ao famoso duelo entre Portugal e Coréia do Norte na Copa de Mundo de 1966, na Inglaterra. Naquele fatídico 5 x 3, o pantera Eusébio desequilibrou e marcou quatro gols. Na verdade, não sei se o problema dos norte-coreanos é a seleção portuguesa ou o próprio Eusébio, já que ele estava presente no estádio para ver repetir, com juros, o episódio que outrora protagonizara.
Vale dizer que em grande parte do jogo a seleção portuguesa atuou desprovida de seus talentos tupiniquins. Somente aos 30 minutos do 2º tempo entrou Liedson, que não podia deixar de marcar o seu, assim como Cristiano Ronaldo. Jogando muito bem pelos lados do campo, servindo seus companheiros e dando passes para os gols portugueses, o craque conseguiu finalmente marcar um gol para sua seleção, depois de 16 meses (ou 8 partidas).
Para a atuação norte-coreana, apesar o placar desastroso, resta ainda um grande destaque positivo. Em todo o jogo eles fizeram somente TRÊS faltas no adversário. A primeira só foi assinalada aos 12' do 2º tempo, quando o time já perdia por 4 x 0! Ou seja, a seleção da Coréia do Norte, diante de um oponente mais forte, decidiu reagir e concentrar suas forças na arma mais óbvia, o futebol. Poderia sim ter apelado para faltas, violência, tomando como exemplo a crueldade da Costa do Marfim. Mas, honrosamente, retribuíram ao esporte o que o esporte lhes proporciona: respeito. Vimos em campo um grande espetáculo de futebol, jogado dentro de suas regras, respeitado.
Vou fazer alguns adendos ao texto. Primeiro, dar nomes aos gols que faltam, de Hugo Almeida e Simão Sabrosa. Esse último, com direito a merchan pro McDonalds, no melhor estilo Milton Neves Cristiano Ronaldo merecia fazer logo seu gol, pelo bem da Copa do mundo, e a Jabulani sabia disso. Mas ela resolveu deixar somente após demonstrar que quem manda mesmo é ela. E caprichosamente chegou ao gol após dançar no pé dele, subir e se colocar por cima, no ponto mais alto, aparecendo depois entre o craque o gol, somente para ser empurrada. Essa bola ta demonstrando que além de tudo, é orgulhosa.
domingo, 20 de junho de 2010
Dia #10 - Brasil 3 x 1 Costa do Marfim - O time venceu e convenceu. Já o Dunga...
Depois de mais 5 dias de treinos secretos, brigas com a imprensa e polemização de coisas não polêmicas, a Seleção foi finalmente conhecer o Soccer City. O adversário, a Costa do Marfim, para muitos da imprensa e do povo era o maís difícil desta primeira fase, e vinha com o astro Drogba desde o primeiro minuto.
A formação era a de sempre. Escalada de 1 a 11, inclusive, fato que ganhou destaque na mídia internacional (aqui gazzetta.it) por demonstrar que o time é este e não tem quem mude. Gilberto Silva não tinha nada no tornozelo, e Luís Fabiano ia ter que curar sua crise existencial enfrentando a Jabulani mesmo.
O jogo começou com uma grande arrancada de Robinho, apoiado por Kaká e Luís Fabiano, contra 2 defensores marfinenses. O santista porém foi fominha e deu um belo chute de longe, que passou por cima. E essa foi a única aparição individual significativa da parte dele
A Costa do Marfim, vestida de listras horizontais no estilo de uniformes de rugby, se impôs no primeiro quarto de jogo, com mais posse mas sem levar muito perigo. Kaká tinha dificuldades para desenvolver suas arrancadas, Elano não agregava nada, Gilberto Silva e Felipe Melo destruíam bem, porém sem saber o que fazer depois. Yaya Touré e Eboue movimentavam a Jabulani na intermediária brasileira esperando que Drogba se livrasse da marcação, mas isso era difícil de acontecer. Inclusive, na primeira disputa fora da área entre ele e o capitão Lúcio, o zagueiro canarinho tratou logo de dar um pancada no braço machucado do africano.
Na segunda etapa, o Brasil veio com mais ímpeto de jogo. Logo aos 5 minutos, veio a pintura do dia: o camisa 9 brasileiro ganha disputa no alto matando a Jabulani involuntariamente no braço, dando um chapéu no primeiro defensor, outro no segundo, e driblando o terceiro numa matada de peito, e que de longe parece que foi mesmo no peito, mas de perto todo mundo viu que foi de *bíceps muito voluntário. Houve muitas reclamações dos marfinenses, mas como o juiz era francês, e com diz Gustavo Poli, na França com a mão vale, obviamente ele não deu nada. Ele ainda perguntou para o Fabigol, o qual de maneira marota falou que foi no peito.
O fato é que esse gol deu a confiança para os brasileiros, e fez os africanos se descontrolarem. Começaram a disputar a bola de maneira desleal, mostrando as travas da chuteira mais de uma vez. Kaká chegou até a levar um ippon. Mas quando conseguiu escapar uma vez pela esquerda, chegou na linha de fundo e cruzou para a marca do pênalti. Elano antecipou o zagueiro e mandou a Jabulani para dentro, e comemorou mostrando as caneleiras com o nome das filhas.
Aos 34 minutos, Gervinho, que acabara e entrar e dera uma cara muito melhor ao ataque africano, escapou em contra-ataque numa corrida de uns 70 metros, achou Touré livre um pouco atrás, e este cruzou na medida para a entrada de Drogba por trás de Felipe Melo. Era o primeiro africano gol sofrido pelo Brasil em copas.
Os 11 minutos que seguiram foram bastante disputados, mas esquecendo a Jabulani. Os Marfinenses liderados por Tiote distribuíam pancadas nos jogadores brasileiros, sem nenhum pudor, sob os olhares do árbitro francês Stephane Lannoy. Contei ao menos 3 jogadas de solada intencional. O anseio deles era desestabilizar o Brasil, e quem caiu na armadilha foi Kaká. Levou um primeiro cartão por falta boba, e um segundo teve um choque com o adversário que caiu no chão fazendo um grande teatro. O juiz francês era muito fraco, e não soube aplicar o mesmo critério para os dois times. Kaká não merecia ter sido expulso.
E para quem pensou que quando o juiz apitou a diversão tinha acabado, se enganou de verde e amarelo! Dunga resolveu levar sua implicância com a imprensa a níveis mais altos. Durante a coletiva, parou de responder uma pergunta para tirar satisfações com outro repórter (Alex Escobar, o dos palpites da Globo), diferente daquele que o tinha questionado. Como se não bastasse, ficou balbuciando palavrões contra ele enquanto os outros perguntavam, e na saída resolveu ir tirar satisfações. Completamente desnecessário, ele já está passando dos limites. Manchou um vitória incontestável, que só serviria para calar todos os críticos.
Só para mostrar como ele podia só viver do sucesso, olhem esse comentário daquele cara da Sports Illustrated:
"I'll just come right out and say it: Brazil's winning this thing--the whole thing."
E PVC, antes crítico do time baseado no futebol defensivo:
"Quem precisa de contra-ataque? Agora é o Brasil da posse da Jabulani" (mudei uma palavrinha aí para não insultar a personagem desse blog)
Mas não, ele quer manter a polêmica. Vamos ver até onde isso vai.
Voltando para a análise, Brasil e Argentina são as únicas equipes que demonstraram padrão de jogo e ímpeto para vencer. Como disse Benjamin Back, nessa Copa somos nós e eles, o resto é resto.
E por fim, só uma menção honrosa ao Trending topics do twitter, que não faço já há um bom tempo: durante jogo, chegou na lista dos 10 mais mundial a expressão "Juiz Ladrão". Com razão.
Sexta-feira tem mais, no capítulo contra Cristiano Ronaldo.
*Corrigido, foi de bíceps!
Assinar:
Postagens (Atom)