Neste ponto da Copa, ninguém tem tanta certeza de mais nada. A Espanha perdeu um jogo inacreditável, venceu os demais na medida. Portugal começou mal, goleou e se apresentou razoavelmente bem contra o Brasil. Previsão de jogo equilibrado, com leve vantagem da fúria. Esperança de brilho de Cristiano Ronaldo.
Mas a previsão, mais uma vez neste mundial, não se concretizou. A principalmente por culpa de Portugal. Cristiano Ronaldo teve como principal preocupação a posição de seu topete nos replays que passavam no telão. A criação sobrava para um esforçado Tiago, mas que não é um fora-de-série, e por isso não dava conta. O Bom Coentrão até colocou em prática uma boa marcação no início, mas a partir do final do primeiro tempo já afrouxou, e Xavi e xabi caíam por ali criando boas chances. Concluídas por Villa e torres, quase sempre para boas defesas do goleiro Eduardo.
Casillas quase colaborou com os lusitanos em algumas jogadas de bola parada, mas logo se redimiu. Simão e Hugo almeida tentaram o que podiam. E CR7 arrumou mais algumas vezes o topete.
Somente o nervosismo separava a Espanha do seu gol. A maior virtude desta equipe é o tempo que têm a Jabulani nos pés, com índices de passe maiores a 60% em quase todas as partidas. Assim, a calma era questão de tempo. Enquanto isso, Eduardo brilhava.
Demorou, mas apareceu a estrela da Copa. Poucas pessoas apostariam nele como o principal destaque do mundial, mas talvez como um dos melhores. Mas a calma e oportunismo estão fazendo de Villa o grande nome da Africa do Sul. Teve frieza para colocar-se no bico da área, receber o passe (ainda que em impedimento), errar o primeiro chute e acertar o segundo, pondo a fúria em vantagem aos 17"do segundo tempo. Enquanto isso, Cristiano Ronaldo ainda arrumava o topete.
Assim, dali em diante a Espanha cozinhou a partida, sem dar chance de reação aos lusitanos. Cristiano Ronaldo voltou para casa sem brilhar, marcando um único gol (apenas por piedade da Jabulani). Esse desempenho em parte foi mesmo culpa dele, pois carece de ser decisivo quando demandado. Mas uma parcela da culpa recai também sobre a seleção portuguesa, formada por vários jogadores médios ou bons, com entrosamento razoável e nenhuma capacidade de inovar. Por mais que seja bom, não tem o ambiente propício para se destacar.
Já Villa, tem todo um ambiente ao redor dele propício para o sucesso, e ele tem aproveitado muito bem isso. Pois então, como diriam os lusitanos, sua estrela "segue a brilhar"!