sexta-feira, 2 de julho de 2010

Dia #19 - Espanha 1 x 0 Portugal - Uns brilham mais, outros menos.

Antes da Copa, qualquer um apostaria numa vitória espanhola, por um placar de muitos gols, sendo alguns para os lusitanos. Isso pela superioridade de um time, o espanhol, contrabalanceada pela superioridade de um jogador, Cristiano Ronaldo, que certamente deixaria suas marcas.

Neste ponto da Copa, ninguém tem tanta certeza de mais nada. A Espanha perdeu um jogo inacreditável, venceu os demais na medida. Portugal começou mal, goleou e se apresentou razoavelmente bem contra o Brasil. Previsão de jogo equilibrado, com leve vantagem da fúria. Esperança de brilho de Cristiano Ronaldo.

Mas a previsão, mais uma vez neste mundial, não se concretizou. A principalmente por culpa de Portugal. Cristiano Ronaldo teve como principal preocupação a posição de seu topete nos replays que passavam no telão. A criação sobrava para um esforçado Tiago, mas que não é um fora-de-série, e por isso não dava conta. O Bom Coentrão até colocou em prática uma boa marcação no início, mas a partir do final do primeiro tempo já afrouxou, e Xavi e xabi caíam por ali criando boas chances. Concluídas por Villa e torres, quase sempre para boas defesas do goleiro Eduardo.

Casillas quase colaborou com os lusitanos em algumas jogadas de bola parada, mas logo se redimiu. Simão e Hugo almeida tentaram o que podiam. E CR7 arrumou mais algumas vezes o topete.

Somente o nervosismo separava a Espanha do seu gol. A maior virtude desta equipe é o tempo que têm a Jabulani nos pés, com índices de passe maiores a 60% em quase todas as partidas. Assim, a calma era questão de tempo. Enquanto isso, Eduardo brilhava.
Demorou, mas apareceu a estrela da Copa. Poucas pessoas apostariam nele como o principal destaque do mundial, mas talvez como um dos melhores. Mas a calma e oportunismo estão fazendo de Villa o grande nome da Africa do Sul. Teve frieza para colocar-se no bico da área, receber o passe (ainda que em impedimento), errar o primeiro chute e acertar o segundo, pondo a fúria em vantagem aos 17"do segundo tempo. Enquanto isso, Cristiano Ronaldo ainda arrumava o topete.

Era o primeiro tento sofrido pelo goleiro Eduardo neste campeonato. Ainda assim, aproveito para apontá-lo como melhor em campo. É um dos que merecem a típica fama pós-copa.

Assim, dali em diante a Espanha cozinhou a partida, sem dar chance de reação aos lusitanos. Cristiano Ronaldo voltou para casa sem brilhar, marcando um único gol (apenas por piedade da Jabulani). Esse desempenho em parte foi mesmo culpa dele, pois carece de ser decisivo quando demandado. Mas uma parcela da culpa recai também sobre a seleção portuguesa, formada por vários jogadores médios ou bons, com entrosamento razoável e nenhuma capacidade de inovar. Por mais que seja bom, não tem o ambiente propício para se destacar.

Já Villa, tem todo um ambiente ao redor dele propício para o sucesso, e ele tem aproveitado muito bem isso. Pois então, como diriam os lusitanos, sua estrela "segue a brilhar"!

Dia #19 - Paraguai 0 (5)x 0(3) Japão - O jogo mais chato dessa copa

A surpresa nipônica prometia dar trabalho à garra paraguaia.

E deu trabalho mesmo não só a eles, mas à garra de todos nós. E o Paraguai também.
Os sulamericanos vieram com 3 atacantes, muita movimentação, pontaria zero. E o Japão teve no time titular os bons Honda e Endo, mas com exceção de pouquíssimas tentativas esporádicas no primeiro tempo, mal chegaram na área adversária.

O jogo foi chato, uma tortura.

E essa tortura durou 120 minutos. Infindáveis 120 minutos de tempo normal mais prorrogação. Quando chegou no 9o. minuto do primeiro tempo da prorrogação, a vontade do público era que ao menos tivesse disputa de pênaltis, para que a partida tivesse alguma emoção. E nos 15 minutos finais, meio que de pirraça, as equipe criaram alguma coisa de maior emoção. Parecia que era mais pelo cansaço da zaga adversária que por qualidade ofensiva.

Mas foi só um alarme falso. Fim de jogo, 0x0, primeira disputa de penalidades máximas da copa. E nem aqui tivemos muita emoção. Os paraguaios foram muito frios e firmes, e acertaram todas as cobranças. Já o japonês Komano não teve toda a frieza oriental necessária, e errou. Final, 5x3, E o Paraguai fazendo história ao chegar nas quartas de final pela primeira vez. Eram 4 sulamericanas entre as oito melhores.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dia #18 - Brasil 3 x 0 Chile - Já era freguês mesmo...


Alguém realmente acreditava que Dunga poderia ter problemas?

O Chile de Bielsa, por mais que seja bem montado, e ofensivo, peca muito na defesa. E para melhorar, os principais defensores estariam suspensos.

Somado a isso, o fato de que Dunga pela primeira vez surpreendeu a todos, e ao invés do marcador Josué apostou na substituição de Felipe Melo por Ramires, peça que naturalmente já deixaria a seleção mais ofensiva. No papel, a seleção vinha com o que tinha de mais ofensivo (dentro da concepção dunguística), considerando Daniel Alves mais meia ofensivo do que Elano. No papel, estávamos nas quartas.

E no jogo, não foi diferente. Com uma postura ofensiva, o time chileno virou presa fácil para a Seleção. A saída de bola do time esteve impecável, fazendo com que os contra-ataques se tornassem muito perigosos. Mas o gol até que demorou a sair. Veio aos 34', num outro ponto forte (que diria) do time, o cruzamento na área. Após escanteio, Juan, para mim o melhor em campo, subiu mais alto do que todo mundo e marcou. Era a coroação de um grande trabalho da defesa brasileira. Neste Brasil defensivo, era justo que fosse marcado o terceiro gol de um defensor em Copas. E os outros foram de Marcio Santos em 94 e Edmilson em 2002, ambas campanhas de título (by Marcelo Barreto, que faz ótima análise da partida)

Mas para ampliar demorou menos. Num contra ataque aos 39', o trio de ouro brasileiro resolveu funcionar. Robinho recebe na direita, encontra Kaká no meio que coloca no limiar do impedimento para Luís fabiano, no meio da área. O atacante, driblou o goleiro e guardou, no melhor estilo matador.

Na volta do segundo tempo, Bielsa resolveu vencer sua birra com Valdívia e coloca El Mago em campo. Mas foi praticamente inútil perante a prestação do setor defensivo brasileiro. Gilberto Silva, Lúcio, e o super Juan estavam intransponíveis , além de Michel Bastos, que fez sua melhor partida com a amarelinha. Júlio César talvez tenha guardado o uniforme do segundo tempo limpo.

E o terceiro gol coroou a ousadia de Dunga: aos 15', Ramires roubou no meio, dominou, conduziu e tocou para Robinho, que em 1 toque botou a Jabulani para dentro e tirou a urucubaca de não fazer gols em Copas.

O único ponto negativo foi o cartão amarelo recebido por Ramires, que o deixou de fora do jogo das quartas. E foi a única falta do jogador no jogo, no meio de campo, bem desenecessária. Na verdade, deve ter sido encomendado pela imprensa, pois o time se portou tão bem, que não teria o que mudar para a próxima partida. Agora, pelo menos vai ter assunto para discussão.

Dos 25' até o final, nada que representasse perigo. O destaque mesmo foi a entrada de Kleberson, que tenho certeza que Dunga o colocou só para justificar a convocação.

Dia #18 - Holanda 2 x 1 Eslováquia - Atenção em cada detalhe

Mais uma vez eu digo que a Holanda era, antes da Copa, minha grande aposta.

Só que mais uma vez não consigo provar a todos que estava certo. É um crime comparar este time com o carrosel de Cruyff, o time de Van Basten ou até mesmo à equipe de Bergkamp. Mas também é crime comparar o time de Telê em 82 com o de 94.

Então, este time de Robben e Snejder continua jogando aquilo que sabe.
A arma deles todo mundo já viu, já entendeu. Cruzamentos de e chutres de fora da área de Snejder, e joadas pela direita com Robben, que por ser canhoto, sempre encerra a jogada com um corte para dentro e o chute direto. Marcar bem eta jogada significa marcar meio time.

Não há muito o que dizer deste jogo, ainda mais pelo meu atraso neste post (o jogo das as quartas contra o Brasil daqui há meia hora). O comentário que melhor sintetiza este time foi feito por PVC: a Holanda não é nenhum bicho papão, mas joga sabendo cada detalhe do que está fazendo.

Sabe até que levar um gol no minuto noventa não muda a classificação. Menção honrosa para Vittek que soube aproveitar a chance de dormir artilheiro.

Será que vou provar minha tese após as quartas?

Dia #17 - Argentina 3 x 1 México - Olhando o replay

Pela primeira vez, o jogo era da Argentina mas outra pessoa brilhou mais do que Maradona.
Antes de começar a partida, viro para e meu pai e digo: "com a eliminação da Italia, esse juiz certamente é um dos cotados para afinal". Engano meu .

O México entrou focado. Tem aquele gol de Maxi Rodriguez em 2006 entalado até hoje, e a disposição era toda para não deixar que ele se repetisse. O time mexicano é leve, rápido, mesmo não tendo o bom Carlos Vela. Criou 3 grandes chances até os 25'.

A Argentina demorava para se encontrar. Tevez mais uma vez era esforçado, mas o resto do time não. Messi não havia tido ainda chance de desequilibrar. Até os 25'

Nesse minuto crucial, aconteceu um lance que poderá selar a maior revolução que este mundial poderá trazer ao futebol. Eis que Messi finalmente tem a chance de criar o lance fatal, e passa milimetricamente para Tevez, que levemente impedido (porém bem na frente ao auxiliar), não alcança a Jabulani antes do goleiro, e fica na linha da pequena área olhando o desenrolar da jogada. O rebote do arqueiro caprichosamente encontra outra vez Messi, que num golpe de vista, sem realmente pensar na situação do companheiro, lança de primeira para o mesmo Tevez, que cabeceia para o gol. Era mais do que claro, o impedimento. Não precisava de replay para atestar isso. Mas o bandeira de início não levantou, e o árbitro italiano Roberto Rossetti validou o tento, apesar de ampla reclamação (falarei mais no fim do post)

A seleção mexicana ali se desestabilizou. Pouco mais de 5 minutos depois do fato capital, a zaga da uma bobeada inadmissível na frente de um sonolento porém oportunista Higuain, e o atacante agradece o presente, dribla o fraco goleiro Perez e amplia.

No segundo tempo, Tevez corou seu esforço com um belo gol, este perfeitamente regular, da intermediária. O placar de 3 x 0 matou as esperanças mexicanas. Ainda tentaram uma reação, diminuindo aos 26' com o jovem Hernandez, mas foi só.

No lance da controvérsia, o replay estava lá. E todo mundo viu. Jogadores do México colaram no bandeira apontando ao telão, enquanto a torcida vaiava. O personagem, chamado Stefano Ayroldi, também viu, por isso chamou o juiz na lateral, e aparentemente tentou voltar atrás na decisão. Mas Rossetti não endossou o arrependimento do auxiliar, e validou o gol. Era injusto, mas era a regra. Como aponta Mauro Beting, o juiz acertou ao errar deliberadamente, pois a Fifa quer que seja assim, não aceita a revisão do lance por meio de imagem, e aceitar tal revisão faria com que todo o regulamento do mundial pudesse ser contestado.

Os mais críticos podem vir com o argumento de que então qualquer erro do juiz poderia gerar também esta contestação. E digo que não, pois como as decisões do juiz são interpretativas, desde que tomada ali apenas pelos 3 árbitros, portanto errar é encarado com interpretado de forma diferente. Neste lance, claramente pode-se ver que houve influência externa.

Obviamente, eu não concordo com isso. Na era tecnológica, a tecnologia tem que fazer parte do maior espetáculo do planeta. E certamente a discussão será levantada após este mundial. Blatter inclusive se "desculpou oficialmente" pelo acontecimentos, e mandou os italiano para casa (junto com o juiz do jogo da Inglaterra). Mas a discussão tem que existir, a pressão para que isso ocorra é fundamental.

Pode não ser com abrangência total, pode ser só em situações de dúvida de eventos fundamentais (foi ou não foi gol, saiu antes do cruzamento ou não, etc), e não em qualquer situação. Pode ser chamado apenas pelo juiz, sem o famoso "challenge" da NFL, mas tem que existir a possibilidade de revisão. Senão, como comentei em post anterior, a credibilidade do esporte vai ser cada vez mais abalada. E a própria Fifa é quem tem mais a perder com isso.

Os quatro próximos anos devem ser de muita reflexão. Mas aposto que certamente em 2014 teremos muitas novidades.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dia #17 - Alemanha 4 x 1 Inglaterra - A Ilusão de ótica


Que o time inglês devia futebol, ninguém nega. Que a Alemanha tem qualidade, também não. Mas Alemanha x Inglaterra é um "clássico", na melhor terminologia do boleiro brasileiro. Se fosse na Itália, seria "Derby"; na Argentina "Superclasico"; e na Inglaterra, "Big Match".

Esses eram o principais elementos e questionamentos antes da partida, que já começou movimentada. Cappello apostou novamente em Defoe no ataque.

(Faço um parêntese aqui sobre os técnicos italianos nessa Copa. Ambos tem um imensa dificuldade em convocar corretamente. As escolhas de Cappello são tão discutíveis quanto as de Lippi. Trazer Heskey e Defoe e deixar Walcott em casa é uma aposta muito duvidosa)

Desde o início, a juventude alemã se impôs. Muller e Ötzil tem um entrosamento fantástico no meio, e não importa quem esteja na frente, eles conseguem servir. Mas por ironia do destino, o passe para o primeiro gol saiu direto do goleiro Neuer para Klose. O atacante muito oportunista, que não desiste de nenhuma jogada, lutou até o fim, e ganhando na corrida do zagueiro, tirou do goleiro e abriu o placar. Eram 20' do primeiro tempo.

Aos 32', Mueller recebe atrás da zaga e tem caminho aberto para o gol. Mas vê Podolski chegando do lado oposto, e serve o companheiro, que domina e chuta cruzado em meio às pernas de James. Placar ampliado em ótima percepção de Mueller, que não foi fominha e serviu o ataque. Tudo levava a crer em goleada histórica.

Porém, 5 minutos depois o time inglês resolveu por em prática o velho estilo chuveirinho, já que conta com dois fantástico cruzadores, Lampard e Gerrard. E este último encontrou Upson na pequena área, que se redimiu na falha de marcação de Klose no início para diminuir.

Aí, lembrei daquele velho jargão: "clássico é clássico, e vice-versa", e não tem favorito. Dois minutos após o gol, Lampard recebe a Jabulani na meia-lua, acha espaço em meio à zaga alemã, e solta um petardo que bate no travessão e no chão, DENTRO DO GOL, e sai na mão do goleiro, que já repõe no ataque. O árbitro uruguaio Jorge Larrionda não da o gol, muito menos seus assistentes. Mas claramente a bola entra, como podemos ver neste vídeo do globoesporte.com:



É, a Fifa insiste com a idéia de poucos juízes em campo e sem ajuda eletrônica, e esses erros comprometem o trabalho de anos de todo um país. Um grande absurdo.

A Inglaterra até tentou mais algumas vezes antes do intervalo, mas o placar ficou neste 2 x 1 mesmo.

No segundo tempo, a Alemanha voltou com a postura de contra-atacar. A Inglaterra pressionou no início sofrendo rápidas investidas de contra golpe. Até que aos 22', uma delas chegou em Schweinsteiger, e ele encontrou Mueller na entrada da área. O bom meia foi premiado com um bonito gol. Era o terceiro gol alemão. Nesse momento, afundou todo ímpeto da esquadra inglesa.

E 3 minutos depois, Özil conseguiu outra boa escapada rente à linha lateral, cruzou ao meio encontrando mais uma vez Mueller, que fez o segundo e coroou sua fantástica atuação, bem como a prestação de toda equipe alemã.

Mas, fica aquela sensação de enganação no ar. Será que a partida teria tomado outros rumos com o empate inglês? O domínio alemão era incontestável, mas ainda assim fica aquela ponta de dúvida, pois seria um empate conseguido na garra em 2 minutos. No futebol, isso é capaz de mudar resultado.

Muitos colocaram este lance como troco pelo que ocorreu na final da copa de 1966, quando um gol inglês contra a Alemanha não entrou mas foi validado. Era um débito que o English Team tinha com história.

O fato é que bateu dentro, e o juiz deveria ter dado. No intervalo, as vaias ao juiz superaram inclusive as incansáveis vuvuzelas. E isso tudo poderia ser evitado se a FIFA resolvesse se modernizar, como toda a humanidade está se modernizando. Deve se utilizar de recursos tecnológicos para aumentar a acurácia dos acontecimentos, neste que é o maior espetáculo esportivo do planeta. Esse cultura da interpretação e da injustiça vai deixar (ou já deixou) de ser um charme do jogo e passar a ser uma mancha que denigre o esporte.

No mundo do twitter, as reclamações não demoram nem um minuto para aparecer. E posto aqui um screenshot tirado minutos após o tal momento controverso daquela página de buzz monitor da CNN que postei no jogo do Uruguai.


Impressionante o fato de que eram 7493 tweets por minutos só sobre "Inglaterra". E pode-se ver também referências ao juiz (referee), aos bandeirinhas (linesman), a 1966 e a "clearly (claramente). Enfim, todo mundo viu.

Outra manifestação que rodou a rede, esta bem humorada e que merece destaque, eu tirei do fotoblog Panettone Fly Free (via @timsleeper):



E você viu gol? O juiz e o bandeira não. Será que foi mesmo ilusão?

Dia #16 - Estados Unidos 1 x 2 Gana - O fim do sonho americano


A expectativa deste jogo era grande. Os Estados Unidos eram a equipe da emoção nessa copa e Gana o último fio de esperança da África. Tinham todo um continente que para incentivá-los.

E parece que isso pesou em favor dos ganeses. Sentindo toda essa motivação, entraram bastante ligados na partida, contra um time sonolento dos norte-americanos. Talvez culpa do vibrante uniforme vermelho e amarelo.

Nem bem começou o jogo, Prince Boateng recebe um passe depois de um desarme no meio de campo, corre quase 40 metros e chuta para abrir o placar, após mau posicionamento do goleiro Howard (na minha opinião).

A partir daí, o nervosismo imperou no time dos EUA. Donovan não tinha muito espaço para desenvolver, diante da forte marcação africana. Altidore novamente era um peso destrutivo no ataque. E Gana corria bastante nos contra-ataques, levando perigo.

No segundo tempo finalmente os Estados Unidos conseguiram jogar com mais objetividade, e empataram a partida com Donovan cobrando pênalti. O jogo ficou equilibrado, mas ninguém conseguiu encaixar mais nenhuma jogada ofensiva, e o jogo foi para a prorrogação.

Mais uma vez, o time africano entrou mais ligado, e logo aos 4 minutos Gyan consegue escapar em meio à defesa norte-americana e bate firme da entrada da área. Os EUA perderam muitos gols durante a partida, e no final, até o goleiro foi à área cabecear. Novamente, um final com muita emoção.

Mas marcação ganesa se impôs, e levou o continente africano mais uma vez às quartas. E decretou-se o fim do sonho americano. Que essa participação seja levada como lição para a constante evolução do soccer, agora com amplo apoio popular.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dia #16 - Oitavas - Uruguai 2 x 1 Coréia do Sul - Celeste à mineira


Começaram as oitavas.

Umas das chaves já garante um time "inédito" na semifinal. Coloquei entre aspas pois nossos hermanos uruguaios já não figuram na elite de algum campeonato há muito tempo. Ganhar algo, já não conseguem desde que Francescoli em 95 bateu aquela falto na barreira mal colocada por Taffarel.

E parece que Oscar Tabares veio decidido a mudar mesmo esta escrita. E tem uma arma mineira para isto: Diego Forlán. Este muito bom jogador chegou na copa de mansinho, saiu de centroavante para armador de jogadas e tem sido o motor de um Uruguai muito consistente. Enfrentou somente a França como adversário que teoricamente ofereceria grande perigo, porém como se viu foi o pior de todos. Mas nenhum dos resultados celestes foi contestado.

Os coreanos até que tentaram. Depois de uma falha inexplicável do goleiro que resultou no primeiro gol de Suarez, e um primeiro tempo muito bagunçado, o time voltou para o segundo tempo muito bem. Os primeiros 23 minutos foram de domínio incontestável, com muita velocidade e Lugano se segurando do jeito que dava. Até que o gol de Lee justamente saiu.

Mas o Uruguai e principalmente Forlán não se abalaram. O time logo acordou, se impôs, e numa jogada de cruzamento, a Jabulani procurou quem entendia. Suarez a pegou com carinho, ajeitou para o meio e acertou um chute fantástico no lado oposto.

Placar final 2 x 1, Uruguai nas quartas depois de 40 anos. Parabéns à Coréia do Sul que caiu lutando até o final. Parabéns ao Uruguai que foi superior e mereceu vencer. E de mansinho vai voltando ao topo.

Aproveito para mostrar um site de monitoramento de Tweets focado em Copa. É um serviço da CNN, que isola as expressões relativas à Copa e faz uma representação de proporção através de figuras. Abaixo, o monitor no momento do gol coreano:



É bem interessante para quem gosta do assunto. Para ver mais, o endereço é esse aqui:

http://edition.cnn.com/SPECIALS/2010/worldcup/twitter.buzz/

Dia #15 - Espanha, Chile e a punição ao anti-jogo

Análise rápida deste grupo.

A Espanha, grande favorita, precisava ganhar. A Suíça, rainha do antijogo, tinha a classificação na mão, era só golear a fraca seleção de Honduras. E o Chile, sensação ofensiva da Copa, poderia ficar de fora.

O que esperar do resultado desse grupo? Apesar de torcer pelo Chile, a impressão era que ficaria pelo caminho. Mas os Deuses do futebol trataram de punir quem denegria a imagem do esporte. Se a Suíça passasse, era a vitória de um time que rejeita o gol num esporte que o objetivo é fazer gols.

A Espanha se impôs no primeiro tempo e abriu 2x0 com Villa e Iniesta, sendo que o primeiro gol foi numa infantilidade sem tamanho do goleiro chileno. Estar perdendo deixou os sulamericanos nervosos, e parecia que a consistente Fúria iria golear.

Mas Bielsa tratou de mudar a postura do time para o segundo tempo. E logo nos primeiros minutos da segunda etapa, Millar chutou a Jabulani de um jeito que pareceu a folha seca de Didi, mas que na verdade foi culpa de um desvio do zagueiro, e entrou. O placar de 2 x 1 obrigava os suíços a vencer por 2 gols.

Coisa difícil. Para variar, a Suíça foi mais adepta do anti-jogo do que de procurar o gol. Aí, não tinha o que fazer. As chances foram iguais, para Honduras e para os europeus. O time centro-americano ficou feliz com o pontinho que levou para casa.

Para o Chile, classificação justa. O único problema foram os 3 desfalques que ganhou para o jogo contra o Brasil, em sua já não tão boa defesa. Vamos ver o que vai dar!

Classificados
1 - Espanha
2 - Chile

domingo, 27 de junho de 2010

Dia #15 - Grupo G - Brasil, Portugal e o Chuck Norris canarinho


O duelo talvez tivesse perdido o brilho com a expulsão de Kaka e a goleada portuguesa na rodada anterior. O Brasil convenceu no jogo anterior, então já era esperado que classificasse em primeiro.

A maior expectativa era como a Seleção se comportaria sem Kaká. O seu substituto Júlio Batista, que foi a questão mais discutida na convocação de Dunga, teria a grande chance de provar que as críticas estavam erradas. De última hora, Robinho foi poupado e deu lugar a Nilmar, e somando-se a Daniel Alves no lugar do machucado Elano, eram essas as três mudanças em relação ao jogo contra a Costa do Marfim.

Porém, o esperado aconteceu. O Brasil começou o jogo sentindo a falta de movimentação e criatividade de Kaká e Robinho. Júlio Batista foi muito mal, Gilberto Silva continua apenas destrutivo, e Felipe Melo estava em noite digna de Bruce Lee. Travou um duelo a parte com o luso-brasileiro Pepe, estava amarelado aos 35, e foi substituído aos 41 do primeiro tempo ainda. Daniel Alves tentou algo a mais, com chutes de fora da área e um passe para Nilmar chutar na trave, mas foi só.

Ficou evidente a kakadependencia. O segundo tempo foi feio e sem emoção. Daniel Alves sumiu da partida, Luís Fabiano estava afobado e sem pontaria, e Dunga demorou demais a mexer na equipe. Colocou Ramires, mas ainda assim pouco ajudou.

Portugal criou algumas poucas chances, quase todas passando por Cristiano Ronaldo, mas ainda assim sem perigo. O capitão Lúcio foi o grande nome do jogo. Se antecipou ao atacante português em praticamente todas as jogadas, deixando-o com pouco espaço para jogar. Em um dos poucos equívocos, na tentativa de proteção dentro da área, tocou para o meio e colocou Raul Meireles na cara do gol, mas Julio Cesar mostrou serviço.

Para completar a performance, o camisa 3 brasileiro em várias oportunidades ainda saiu jogando, chegando até a criar jogadas mais do que o próprio meio campo brasileiro. E aos 42, ainda cabeceou com perigo após cruzamento de escanteio.

Enfim, foi o melhor em campo, indiscutivelmente. Porém, o prêmio da Fifa foi mais uma vez para Cristiano Ronaldo. Não será porque isso é feito via internet, no site da entidade? O português é fenômeno de mídia, esses votos não serão nunca justos. Mesmo se o time perder por goleada ele será o mais votado.

Na outra partida, a Costa do Marfim, sabendo que precisava de um placar elástico, começou até que bem, abrindo 2 x 0. Mas depois parou, só retomando o ritmo no fim do segundo tempo, e o placar ficou só em 3 x 0. Com o empate da outra partida, mesmo um 10 x 0 seria inútil.

O destempero de Felipe Melo foi outro grane assunto do jogo. O jogador não foi bem nesta temporada, e cada vez mais tem se mostrado como um atleta violento. Esperava-se dele um comportamento diferente na copa, e no jogo da Costa do Marfim ele até que se portou bem. Mas nesse jogo, mais difícil, voltou a destemperar-se. Continuando assim, contra Uruguai ou Argentina, teremos ele em campo por 15 minutos apenas. Interessante foram as campanhas que dispararam na internet durante e após a partida. Primeiro, foi o "calma Felipe Melo", por causa das faltas e do amarelo. E após o jogo, pipocaram alguns "Felipe Melo Facts" , no melhor estilo Chuck Norris:

Por causa do Felipe Melo, os melhores momentos da copa vão ser editados pelo Tarantino.

As namoradas de Felipe Melo têm medo de pedir carinho a ele. Ele pode entender carrinho.

Milhares de pessoas no mundo deram entrada no hospital após assistir à atuação de Felipe Melo em transmissão 3D.

O cantor Roberto Carlos e o apresentados Wagner Montes já entraram numa dividida com Felipe Melo...

No jogo de xadrez: Cristiano Ronaldo é a Dama; Kaká é o Bispo; Julio Batista é a Torre; Felipe Melo, o Cavalo.

Uma vez Felipe Melo foi jogar JoKenPo com o presidente Lula. Ele tinha uma tesoura, e o Lula, 5 dedos.

O Michael Jackson morto faz muita falta. O Felipe Melo vivo faz mais ainda.

Felipe Melo é o único jogador que você encontra no FIFA 2010, no Winning Eleven e no Mortal Kombat.

Mais facts no blog do Renato Maurício Prado, Kibe Loco e o mais impressionante, Portal do Vale Tudo.

Classificados

1 - Brasil
2 - Portugal

Dia #14 - Grupo F - Paraguai, Eslováquia e a Culpa italiana


Nesse grupo, não convém falar explicitamente dos jogos. O resultado final é mais importante. Então, vou começar pelo fim, tentando explicar

A desclassificação da Itália foi uma grande vergonha para o futebol italiano. Não é uma novidade, pois a Itália já caiu na primeira fase em outras 5 vezes (as outras foram em 50, 54, 62, 66,74, conforme cita PVC). De quem é a culpa disso? O diário Tuttosport.com, 5 minutos após o fim do jogo, colocou no ar apenas a foto acima, do técnico Marcello Lippi com escrito em cima "COLPA TUA" (culpa tua). Na coletiva pós-jogo, ele mesmo quis assumir toda essa culpa.

O que ele fez? Apostou demais em Simone Pepe, jogador limitado, e que depende de outros jogadores para render, e não tem frieza para decidir, como vimos no último lance da partida. Consequentemente, demorou para encontrar o ataque ideal, dentre as peças que tinha. Só nos últimos 15 minutos de um jogo em que já perdia por 2x0 apostou em Di Natale e Quagliarella ao invés do fraco Iaquinta e da eterna promessa Gilardino. A resposta foram os 3 (1 anulado) gols em 10 minutos, todos resultados de bonitas jogadas, além da bola salva em cima da linha pelo zagueiro eslovaco.

O meio, sem Pirlo (a entrada dele foi um ato de desespero apenas), sofreu com muita aposta no fraco Camoranesi e um De Rossi, que é bom mas pensa que é muito melhor, tanto que cometeu o erro bobo e crucial que resultou no primeiro gol eslovaco. Gattuso, por mais história que tenha, não era jogador para essa copa, já sente muito a idade.

A defesa, sempre o grande ponto forte italiano, tinha uma falha estrutural chamada Fabio Cannavaro. Um jogador de quase 37 anos já deu o que tinha que dar numa Copa. Já foi o melhor do mundo, ainda que em escolha duvidosa. A Itália sofreu 5 gols no torneio, e os 3 principais foram culpa dele: contra o Paraguai, contra a Nova Zelândia e o terceiro gol contra a Eslováquia, quando o time ganhava moral e conseguia mais volume de jogo. E ainda foi num lance besta, de lateral. Inadmissível. Chiellini até tentava compensar, ainda terá uma sobrevida vestindo a azzurra. Zambrotta não merece ser comentado.

E no gol, o tal do Marchetti, não teve culpa de ser convocado e do Buffon dar mal jeito na coluna, que aliás é típico sintoma da idade.

Enfim, Lippi não colocou em campo o melhor time disponível. Confiou demais na sua base campeã mundial, que já não era um time fantástico. Indo mais para trás, convocou mal, mas não como Dunga, explorando um time trabalhado e construído. Quis levar aqueles que estiveram com ele na Alemanha. Para isso, deixou em casa talentos de grande destaque nos últimos campeonatos italianos, como Boriello, os jovens Giuseppe Rossi e Balotelli, e o badboy Cassano, que é melhor do que qualquer um que ele chamou. E é triste saber ele só não vai por birra antiga entre eles.

Enfim, foram sucessivos erros de Lippi. Mas indo ainda um pouquinho mais para trás ainda, errou quem colocou o Lippi lá. Depois de 2006, ele pediu demissão como estrela e tentaram uma experiência "estilo Dunga", com Donadoni, que fracassou na Euro08. E ao invés de inovar, foram lá chamar o Lippi outra vez. E esperavam que ele colocasse em campo um time renovado?

Arrisco dizer que uma das melhores coisas que a Itália tem atualmente é a safra de técnicos: Luciano Spaletti, Roberto Mancini, Carlo Ancelotti, Claudio Ranieri e Cesare Prandelli são todos muito bons. Este último, que para mim é o melhor de todos eles, inclusive já assinou com a Federcalcio (CBF de lá) para o pós-copa. Mas será tarde.

Enfim uma sucessão de erros que vão muito além desta partida, mas que aqui tiveram seu climax. Mérito da Eslováquia, que fez o básico, com um Hamsik mais inspirado que nos outros jogos, e Vittek oportunista. Aproveitaram suas chances com eficiência, e a Itália não.

Itália vai para casa com vergonha. Lippi deixou de ser sinônimo de herói para símbolo do maior fracasso na história do Calcio.

Sobre o outro jogo, parabéns para os paraguaios que confirmaram o 1o. lugar e a hegemonia sulamericana nesta Copa. E parabéns para a Nova Zelândia, que veio com rótulo de saco de pancada e foi embora invicta, na frente de França e Itália. Mas precisa treinar bastante ainda. O jogo foi muito fraco.

Classificados:

1 - Paraguai
2 - Eslováquia