sábado, 16 de junho de 2018

Dia #2 - O Gajo chegou. Ou será que foi LeBron?


Começamos o dia 2 com a questão de Salah ou não Salah. E Salah ficou sentado, assistiu ao jogo brigado e viu seu time perder no finalzinho, já na hora do cansaço.

Depois, um jogo digno de “Marrocos e Irã”: feio, chato, decido com gol contra nos acréscimos. 

Aí, veio o jogo mais esperado da primeira fase.
Jogos normais são brigados, feios, carrancudos. 
Jogos bons são abertos, com toque de bola, bola rolando, chute a gol. 
Jogos com o Gajo não são jogos. São um espetáculo. Um evento oficial de entretenimento

Se nas outras duas disputas só valeram os últimos 3 minutos, nesse jogo o gajo só aguentou 3 minutos até cair malandramente na área e descolar um Pênalti. “Golo”!
Diego Costa traidor marrento mostrou que faz falta de jogando de amarelo, conseguiu uma firula na área e empatou. Aí, DE GEA,  candidatíssimo a melhor do mundial, se rendeu ao Gajo e frangou, no melhor estilo mão de alface.

Veio o segundo tempo. Kevin Durant se impôs na jogada de infiltração no garrafão e igualou a partida. Curry acertou uma bola de 3 maravilhosa pra tomar a frente no placar. O time adversário lutou, tentou, errou vários tiros ao alvo, e só empatou mesmo quando o LeBron, dono do time, resolveu com as próprias mãos num Lance magistral.

Trocadilhos a parte, a melhor definição que li sobre o jogo de hoje foi do pós jogo da rádio Jovem Pan (aqui). A Espanha se impõe como o Golden State Warriors se impõe na NBA, com o melhor jogo, mais habilidade, mas precisão. E Portugal foi o Cleveland Cavaliers: um time esforçado, com alguns bons jogadores, mas que o tempo todo procuram o melhor do mundo pra jogar nele e ver se ele resolve. E ele resolve.
 
De quebra, CR7 marcou golo na sua 4 copa, e igualou um recorde de Pelé...

O resultado é um espetáculo sensacional. Aliás, como disse Mauro Beting, esse foi o melhor jogo das últimas 3 copas juntas.
 
LeBron James and Cristiano Ronaldo 
Gregory Shamus and Denis Doyle/Getty Images

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Dia #1, 2018

Há muito tempo, numa galáxia muito distante, um cara gostava de ver jogo de futebol, principalmente na Copa do mundo, mas mais do que isso, ver gente palpitando depois do jogo palpitar o palpite dos outros e depois deixar seu palpite também.

Esse cara gostava do que fazia. Muito. Mas as obrigações da vida o fizeram ter que deixar esse hobby de lado e empregar seu  tempo com outras coisas mais prioritárias, do tipo trabalhar. Nesse meio tempo, Deus ainda descolou pra ele não um, mas  três filhos, e muitas responsabilidades em casa e no trabalho.

Rolou uma copa, no País dele. Mas esse cara não teve como gastar tempo pra palpitar o palpite alheio. O pouco tempo que tinha ele gastou vivendo o astral que a copa em casa propiciou, que aliás foi bem legal. O fim esportivo dela foi meio decepcionante, daqueles que vc pensa e repensa 7 vezes pra tentar achar uma explicação . Ele teve que tirar o filho de 3 anos da sala pois começou a chorar de ver a esperança ser escorraçada por uns caras de vermelho e preto que falam frases com verbo no final. Mas mesmo assim, viver a copa em casa  foi inesquecível, cheio de palpites sobre a palpitaria de todos em todas as línguas, mas que ele guardou pra si ou dividiu em algumas poucas rodas de bar. Nada escrito.

Agora, bem, oito anos depois daquele epifania de palpitação durante o mundial africano, e 4 depois das emoções da copa em casa,  a vida continua corrida. Talvez como nunca antes. Mas vai ter outra copa. Já tá tendo outra copa. Hoje é o dia #1. E alguns raros espectadores, em especial o mascote de todos os assíduos espectadores, que se recordam daqueles palpites, estão tentando reavivar aquele espírito de palpiteiro que existe dentro dele. E confesso que acho que praticamente conseguiram.

Dessa forma, a copa da Rússia começou.

O tempo passou, a mídia esportiva em parte evoluiu e em parte regrediu. Mas palpiteiros continuam a existir.

Vamos lá: 

Cerimônia de abertura econômica, direta e reta. Ronaldo e a bola se entrelaçando de um Modo único, quase que como seres redondos da mesma espécie.
Um jogo que tinha tudo pra ser horroroso. E quase foi. Mas aí vem um rapaz do banco, mostra que ele é o único cara que sabe jogar coma bola no pé naquele país, e encaçapa dois golaços dignos de copa do mundo. E a seleção da casa, que não ganhava jogo sabe lá desde quando, sai com um inacreditável 5x0 sobre um combinado de árabes corredores, sem muito propósito e direção.

Agora, man of the match não foi o russo ponta de banco goleador. Não foi o camisa 17 com 2 assistências e um gol de falta a lá Zico. Foi certamente o amplamente ovacionado Presidente Putin, com seu discurso de ditador democrata e a jogada de mestre: sua comemoração do 5 gol soviético, e sua escolha em ligar pro técnico pra parabeniza-ló bem na hora que ele estava  rede intenacional dando entrevista coletiva.
Resultado de imagem para putin comemorando

(Foto: Reprodução / TV Globo)