quinta-feira, 28 de junho de 2018

Dia #14 - Passou!

Se antes da copa o único problema da lista de 23 era o Fagner, hoje ninguém reclama dele. Mas hoje a ausência de Douglas Costa, ninguém sabe bem por quanto tempo, parece o fim do mundo. Parecia o salvador da pátria, quem iria resolver a Neymardependencia desse time.

Porém, essa seleção já não depende de Neymar há 6 meses, e nós é que não conseguimos perceber. Quem faz falta absurda é o Coutinho. É ele que carrega esse time nas costas. E a Sérvia sabia disso, por isso marcou ele muito bem.

Passamos um começo de primeiro tempo apático como todos os outros, que dava a entender que teríamos mais do mesmo. Marcelo pede pra sair aos 10’, e a catástrofe parece se aproximar. A grandalhona Sevia agredia, sem porém chances reais de gol. Porque dois personagens trabalhavam pro baixo do pano de maneira impecável: Casemiro e Thiago Silva.

Estes dois estavam realmente muito efetivos na destruição e controle de campo, tanto que fizeram com que a Sérvia desistisse de atacar, mas também faziam a bola transitar muito na intermediária brasileira. Até que Coutinho mostrou porque é ele o cara fundamental, e lançou Paulinho por trás da linha reta de 4 defensores. Ele deu o totozinho suficiente pra tirar o goleiro e junto à pressão básica que o Brasil sempre tem.

O segundo tempo já começou mais tranquilo, mas a seleção não conseguiu criar o suficiente pra marcar. A Sérvia começou a crescer no jogo, criou diversas chances, mas nesse melhor momento, numa jogada de escanteio na primeira trave, Thiago Silva subiu da altura da sua importância, mais alto que qualquer um dos eslavos gigantes, . Aí sim o Brasil liquidou a fatura, os adversários ficaram sem reação, sem tentar atacar de maneira contundente. O Brasil controlou como realmente se espera que o Brasil controle.

Reitero aqui a avaliação de que o Casemiro foi, silenciosamente, o melhor em campo.

Brasil primeiro do grupo, pega o México nas oitavas, conforme esperado lá em dezembro no sorteio. Jogar com time latino-americano nas oitavas é um bom presságio. Em 98 foi o Chile. Mas pode ser ruim tb, pois em 2014 também foi. O fato é que Juan Carlos Osório passou um tempinho razoável aqui em casa pra entender um pouco do futebol nacional. Esperemos que suas canetas azul e vermelha não estejam tão certeiras assim.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Dia #11 - O fim da segunda rodada. O campeão voltou. Mas qual deles?


Jogo tenso. Um país de imensa tradição, outro de nem tanta assim. Um time cheio de estrelas, outro com uma ou outra cara bem conhecida, e outros vários carregadores de piano. 

Os olhos todos sobre o jogo, agora empatado. Não é este o resultado que decreta a morte em si, mas vai dar discurso e pressão sobre o vexame da desclassificação precoce sobre a equipe de tradição. Uma bola serve pra mudar o jogo. Mudar a pressão. Mudar tudo. E uma bola veio. O gol veio. O choro veio. O campeão voltou.

Essa narrativa resume sem problemas os dois principais jogos da segunda rodada na visão do público brasileiro.

Primeiro, o nosso jogo. Crescimento técnico e de atitude foi visível em relação ao jogo anterior. O adversário era mais fraco, mas não houve chance pro azar. No segundo tempo, com a entrada de Douglas Costa o time melhorou ainda mais, e o gol era realmente questão de tempo. Foram muitos chutes a gol, muitas bolas pro Navas aparecer. 

E valeu a persistência e o volume de jogo imposto. Tentativas seguidas, criações seguidas. Jogo até o fim. Nos descontos também vale. Prêmio a um ótimo Coutinho, eficiente e trabalhador. O cara ideal pra tirar o peso das costas do time. Pra trazer de volta o campeão. O maior deles.

No fim, ainda deu tempo de mais um, como se a porteira tivesse sido escancarada. Assim como a imagem do choro. Quatro anos depois, mais uma vez o choro...

Agora, o jogo deles. Suécia é bem melhor que a Costa Rica. Mas a Alemanha era até então bem pior que Brasil. Nada encaixa, passes errados, finalizações ruins. Sai atrás no placar, até de pouco. 

Segundo tempo, cenário melhora. Empate logo no início, e dali jogo de ataque contra defesa. Problemas técnicos vão aparecendo, mas principalmente o nervosismo. Goleiro sueco pega bolas “sinistras”, a trave aparece onde não deveria. O emocional pegou mesmo o frio povo alemão.

Chegamos também nos descontos. Um cara pega a bola, sofre aquela falta naquele lugar. Pra um time desses, vc não dá uma falta dessas nesse momento. O alemão é um povo frio, calculista. E preciso. Kroos rolou a bola os 137 centímetros que ele precisava pra tirar da barreira. E fez. E trouxe o campeão de volta. Atualmente, o melhor de todos.

(fonte: The Guardian)

Bem, que campeão que vai prevalecer? Será que os campeões vão se encontrar? Eu torço para que sim. E pra que seja após duas grandes vitórias de ambos na terceira rodada, ambos com a moral lá em cima. Pra vermos se a frieza voltou, se o choro foi desabafo e descarrego, se técnica e a classe vão ser testadas, se vai ter ousadia e alegria, se o 7a1 foi acidente de percurso ou freguesia. Tomara que venha.