Ninguém percebeu, mas estávamos no 13o dia de copa, e era uma sexta-feira. Então pra todos os efeitos, pro Brasil foi uma sexta-feira 13.
A pergunta do Cosme Rimoli na coletiva pós jogo disse bastante: o Tite colocou em campo um time desentrosado. Confiou demais no talento individual e no peso da camisa, subestimou o efeito que treinar e jogar junto pode ter.
Jogo foi feio, ruim, show de horror da seleção canarinho. E um time camaronês limitado, mas esforçado. Fabinho e Fred no meio pareciam nem se conhecer, Rodrygo totalmente deslocado. Alex Telles, que vinha com uma apresentação bem honesta (na copa toda, há de se registrar) sofre o efeito desse dia de terror, sai machucado (e ta fora da copa). Dani Alves mostrou que deveria ficar no pandeiro mesmo.
Quem se salvou nisso tudo foi o Gabriel Martinelli. O garoto tentou ir na linha de fundo e cruzar, tentou infiltrar na área, chutou cruzado, lutou por bolas pressionando a zaga. Se antes era motivo de crítica ao Tite, na minha visão justificou sua convocação.
No fim, praticamente minuto 90, Aboubakar faz uma cabeçada no contrapé e sela esse dia macabro pro Brasil. Primeira derrota em copa para uma seleção africana. Pra eles esse será o grande feito do mundial.
No outro jogo do grupo, muito mais emoção e dinamismo. Times titulares em campo, os craques de cada lado apareceram, emoção até o fim. Se a Suíça marcasse mais um gol, passava o Brasil e ficava em primeiro.
Agora, fim de primeira fase. Vamos pegar a Coréia do Sul, que venceu Portugal, eliminou o Uruguai e praticamente aposentou o Suarez.
Essa derrota vai ser boa pra ligar o alerta. Não subestimar ninguém. Temos uma caminho em teoria mais simples até a semifinal. E com ele temos também um tabu a vencer: nunca fomos campeões sem estar invictos. Será que quebraremos essa?