Alguém realmente acreditava que Dunga poderia ter problemas?
O Chile de Bielsa, por mais que seja bem montado, e ofensivo, peca muito na defesa. E para melhorar, os principais defensores estariam suspensos.
Somado a isso, o fato de que Dunga pela primeira vez surpreendeu a todos, e ao invés do marcador Josué apostou na substituição de Felipe Melo por Ramires, peça que naturalmente já deixaria a seleção mais ofensiva. No papel, a seleção vinha com o que tinha de mais ofensivo (dentro da concepção dunguística), considerando Daniel Alves mais meia ofensivo do que Elano. No papel, estávamos nas quartas.
E no jogo, não foi diferente. Com uma postura ofensiva, o time chileno virou presa fácil para a Seleção. A saída de bola do time esteve impecável, fazendo com que os contra-ataques se tornassem muito perigosos. Mas o gol até que demorou a sair. Veio aos 34', num outro ponto forte (que diria) do time, o cruzamento na área. Após escanteio, Juan, para mim o melhor em campo, subiu mais alto do que todo mundo e marcou. Era a coroação de um grande trabalho da defesa brasileira. Neste Brasil defensivo, era justo que fosse marcado o terceiro gol de um defensor em Copas. E os outros foram de Marcio Santos em 94 e Edmilson em 2002, ambas campanhas de título (by Marcelo Barreto, que faz ótima análise da partida)
Mas para ampliar demorou menos. Num contra ataque aos 39', o trio de ouro brasileiro resolveu funcionar. Robinho recebe na direita, encontra Kaká no meio que coloca no limiar do impedimento para Luís fabiano, no meio da área. O atacante, driblou o goleiro e guardou, no melhor estilo matador.
Na volta do segundo tempo, Bielsa resolveu vencer sua birra com Valdívia e coloca El Mago em campo. Mas foi praticamente inútil perante a prestação do setor defensivo brasileiro. Gilberto Silva, Lúcio, e o super Juan estavam intransponíveis , além de Michel Bastos, que fez sua melhor partida com a amarelinha. Júlio César talvez tenha guardado o uniforme do segundo tempo limpo.
E o terceiro gol coroou a ousadia de Dunga: aos 15', Ramires roubou no meio, dominou, conduziu e tocou para Robinho, que em 1 toque botou a Jabulani para dentro e tirou a urucubaca de não fazer gols em Copas.
O único ponto negativo foi o cartão amarelo recebido por Ramires, que o deixou de fora do jogo das quartas. E foi a única falta do jogador no jogo, no meio de campo, bem desenecessária. Na verdade, deve ter sido encomendado pela imprensa, pois o time se portou tão bem, que não teria o que mudar para a próxima partida. Agora, pelo menos vai ter assunto para discussão.
Dos 25' até o final, nada que representasse perigo. O destaque mesmo foi a entrada de Kleberson, que tenho certeza que Dunga o colocou só para justificar a convocação.
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