sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dia #25 - Holanda 3 x 2 Uruguai - A consistência laranja termina com o sonho celeste.


Mesmo sendo encarado com menor importância, este ainda era um jogo de semifinal de Copa do Mundo. A Holanda representava o time eficiente, que desclassificou o Brasil e está invicto há 2 anos. O Uruguai era a sensação do torneio, surpresa total até para eles mesmos, mas que trazia o melhor treinador da Copa e a esperança de todos os não europeus.

Muitos desfalques deixavam a celeste bastante desfigurada. O incrível sacrifício de Luiz Suarez desfalcava o ataque, e o multi-caras Lugano era o grande desfalque da defesa. Já a laranja vinha com peças até que bem substituídas, pois trocar um coadjuvante por outro é bem fácil.

O primeiro tempo teve um início de domínio holandês, sendo logo em seguida revertido para a celeste. Até que Giovanni Van Bronchorst acertou aos 17' um petardo no lugar geométrico mais próximo possível do que a linguagem boleira gosta de chamar de forquilha! Golaço incrível! Contando com um pouco da sobrenaturalidade da Jabulani, apenas para dar o toque milimétrico-plástico-cinematográfico do lance. Podia ser uma latinha amassada dessas que se usa pra jogar no recreio de milhares de escolas brasileiras, que entraria bem perto daquele lugar.

Vantagem holandesa acho que não merecida. O empate era o mais justo. E ele logo aconteceu nos pés do craque sulamericano: Forlán chutou também de longe, e dessa vez contou com bastante das danças da Jabulani para empatar, bem no final da primeira etapa. Todo mundo para o chuveiro na igualdade.

Para a segunda etapa, o técnico holandês tirou um volante e colocou Van de Vaart, visando o crescimento do volume de jogo laranja. Mas o Uruguai teve um virtude que o Brasil não teve, que foi tocar mais curto e manter a posse à espera de uma oportunidade. A Holanda realmente aumentava seu volume no ataque, porém sem conseguir envolver o uruguaios como fez em outros jogos.

Foi quando a individualidade de Sneijder, o maior candidato a craque da Copa, apareceu, junto com mais um capítulo da maior candidata a vexame da Copa, a arbitragem. O meia holandês limpou a marcação e chutou da entrada da área em direção ao gol. No meio do caminho, Van Persie, em posição de impedimento, não toca a Jabulani, mas claramente tenta e atrapalha o goleiro, caracterizando participação na jogada. É gol ilegal aos 25', vantagem laranja.

O Uruguai reclama, mas ainda acredita que o jogo pode ser ganhou em campo. Porém, 3 minutos depois Kuyt encontra Robben bem colocado para ampliar a contagem. Portenhos sentem um pouco o golpe desta vez. Mas continuam tentando.

Pela ausência de Suarez, Forlán veio mais adiantado, ao lado de Cavani, e assim o Uruguai perdeu seu grande trunfo na Copa até então, que era a armação de sua estrela. Oscar Tabarez até tentou, mas não tinha peças em seu elenco à altura de um semifinal de Copa, por isso optou por jogar com as melhores peças que tinha em mãos. A garra uruguaia se fez presente em muitos momentos do jogo, coisa que o Brasil não sabia fazer. E no fim, Maxi Rodriguez diminuiu o placar, colocando emoção nos instantes finais.

Mas não deu. A Holanda jogou a sua pior partida no torneio, mas estava na final 32 anos depois. Os uruguaios caíam com honra. Será que foi diretamente culpa do juiz, como defende Vitor Birner? E o que será que aconteceria com mais 10 minutos de jogo (pergunta que Andre Loffredo colocou no pós jogo da Sportv)?

O fato principal é que o Uruguai se redescobriu para o futebol. Teve uma chance bem aproveitada para mostrar para si mesmo que não é só passado, mas que tem um história de glórias que pode voltar no futuro. Ótimos textos sobre isso podem ser lidos em Lédio Carmona e Marcelo Barreto.

Mas os laranjas estão na final, com muitas chances de titulo. Será que Cruyff está feliz, ou vai dar uma das suas e mostrar dor de cotovelo?

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