Possivelmente, era o principal jogo do grupo. Chile e Suíça, devido ao “favoritismo” espanhol, são (ou eram, quem sabe...) os dois principais concorrentes para a segunda vaga nas oitavas. Por isso, já era de esperar um jogo pegado e tenso.
De um lado do campo (ou ringue?), os baixinhos e ligeiros chilenos, que nesta copa apresentam uma proposta do jogo ofensivo e firuleiro. E do outro lado, os grandalhões e corpulentos suíços, partidários da retranca absoluta e da marcação dura, praticamente onze judocas.
No jogo em geral, o cenário foi o seguinte: os suíços, inoperantes no ataque, aguentavam com firmeza as tentativas ofensivas chilenas, respondidas com uma marcação muito dura. Os europeus derrubavam os chilenos com facilidade, e o time de Bielsa retrucava. O resultado foi que tivemos um festival de cartões amarelos, enfeitado com um cartão vermelho aos 30 do primeiro tempo, quando Behrami, em um show de cavalaria, distribuiu puxões e “braçadas” em Beausejour e Vidal em menos de 15 segundos.
Fora isso, no primeiro tempo, em suas poucas chances de gol, o Chile esbarrou em Benaglio, que mostrou segurança quando exigido. E foi exigido pouco, porque a retranca suíça estava lá, intocável. Já o ataque europeu limitava-se a tentativas de tirar uma lasca de alguma falha adversária. Quando o único erro aconteceu, após um passe estranho de Isla perto da área, foi desperdiçado.
Mas nada como um tempo após o outro.
Na segunda etapa, Bielsa mostrou genialidade nas substituições. Trocou Valdivia por um apático Suazo, González por Vidal e Paredes por Fernández. E foram justamente esses 3 jogadores que definiram o rumo da partida com destaque para Paredes, que no pouco que esteve em campo, fez estragos na zaga adversária.
Até que aos 30', num contra-ataque fulminante, Valdivia lança Paredes na lateral, que, após driblar Benaglio, cruza na medida para que González, de cabeça, abrisse efetivamente o placar. Bem que Lichtsteiner tentou evitar o gol, mas não conseguiu.
Só a partir desse momento que, na base do desespero, a Suíça resolve atacar de verdade. E de novo, como no jogo contra Espanha, Derdiyok (que entrara há pouco tempo, no lugar de Nkufo) desperdiça uma ótima chance no final do jogo. Só que desta vez, sem por a culpa na trave; o atacante chutou muito mal, mesmo.
No fim, venceu o jogo ofensivo e firuleiro dos baixinhos chilenos. E mostrou que o ditado “A defesa é o melhor ataque” é traiçoeiro e nem sempre tem razão.
E digo uma coisa: a Espanha que se cuide. Já que o Chile anda mostrando que não é nada bobo...
Só para complementar, queria falar do recorde finalmente encerrado da Suíça, que ficou 550 sem tomar gol em copas. Eles praticam um anti-jogo horroroso, que faz mal para o esporte. Para o bem do futebol, espero que não se classifique.
E destaco ainda que o Chile perdeu muitas chances de gol. Nesse grupo que pode ser decidido no saldo, pode fazer falta no final. Veja comentário sobre isso no Blog do Marcelo Salas, atacante chileno na Copa de 98.
Interesante também é o comentário de Rodrigo Goldberg, sobre a entrada de Valdivia no jogo mudando a cara do time.
As fotos abaixo foram publicada pela TVN, rede de televisão estatal antes e depois do jogo. Sensacional!
Deu pra ver que todo mundo detesta "ferrolhos" e jogos duros como o da Suíça... mas, sinceramente, essa seleçao me desperta simpatia.
ResponderExcluirNao sei por que, mas talvez porque eu gosto de fortes sistemas defensivos... hahaha (admiro o recorde de minutos sem gols que conseguiram)
Na minha opiniao e de acordo ao meu gosto, devia classificar a Suíça e o Chile.
A seleçao espanhola é, na minha opiniao,um grande "cavalo paraguaio".
Eles nao merecem se achar do jeito que estao se achando! Precisam levar ferro!
E em relaçao ao Chile, o país está eufórico; e desde que cheguei ao Chile, em 2000, nunca os vi tao confiantes com sua seleçao. Uma hipotética eliminaçao na 1a. fase seria uma tragédia pra eles.
Mas também, pudera: a seleçao está jogando bem, é competente, e a classificaçao ás oitavas está muito perto. Vejo difícil o time desperdiçar a chance que tem nas maos.