Qual era o tamanho dessa final? Qual a importância que ela tinha para um lado, para o outro, e para o resto do mundo?
Seja lá qual fosse, ela foi maior.
Quanta história foi contada até o apito inicial: influência de bastidores, propina descarada, gente presa. Trabalhadores explorados, gente morrendo nas obras, estádio no deserto com ar condicionado. Violação de direitos humanos, data mudando pra novembro. Brasil sobra nas eliminatórias, jogo com a Argentina é cancelado dentro de campo, Itália é campeã da Euro e fica de fora, Benzema é melhor do mundo e é “cortado” já no Qatar. Repressão LGBTQIA+, censura à críticas, cerveja no estádio é proibida na véspera.
Bola rola, zebra aparece, Arábia ganha, Japão ganha, Bélgica perde, Alemanha tapa a boca mas também perde. França domina, Argentina sofre Brasil sofre, Marrocos encanta. Croácia empata e passa.
Vem oitavas, Holanda vence, Inglaterra convence, Portugal goleia. Mbappe domina, Brasil parece Hexa, Messi controla, Marrocos encanta. Croácia empata e passa.
Nas quartas Messi desabrocha, Van Gaal quase consegue, Kane isola, França domina. CR7 chora, Marrocos encanta, Brasil sofre, Neymar faz golaço, quatro minutos, Croácia empata e passa.
Nas semis, França se impõe, Marrocos perde e ainda assim encanta, Messi doutrina, Croácia finalmente vai embora.
Ufa! E esse jogo ainda nem tinha começado.
Quando começou, estava visivelmente desequilibrado. Eram 11 franceses contra um Messi mais 45 milhões de Argentinos. O time albiceleste estava muito mais dentro do emocional necessário para tal jogo, e traziam consigo a carga emocional do país todo. Como já falei em outros textos desse blog, o cenário pra Argentina é muito parecido com o Brasil, pro bem e pro mal. E nesse jogo, aquele que importa, eles soubera usar a parte para o bem.
Messi veio pro jogo da vida inspirado e comandava um time disciplinado na marcação alta. Defesa da França sofria, um bom Varane não era suficiente para parar o ímpeto portenho. E aos 21, Di Maria, a surpresa do dia na Scaloneta, acha um pênalti maroto, desses que só acontece no futebol sulamericano. Messi abre o placar.
Momento em que Di Maria sofre o pênalti. Cazé TV
primeiro gol do Messi na final. Agencia EFE
O baile de bola fica ainda maior. Aos 35, depois de mais uma infrutífera tentativa francesa, a bola é cortada na zaga, passa a toque único por Mac Allister, Messi, Julian Alvarez, que volta pra Mac Allister. Nesse momento ele já está na entrada da área francesa, e quando qualquer jogador iria para o arremate, ele tem a frieza de jogar pra esquerda, fazê-a passar na frente de 2 franceses e do goleiro, e chegar outra vez em Di Maria, que arremata pro gol. Que fantástico! A baixo o corte do gol na transmissão do Casimiro.
O massacre era tal, que Deschamps troca 2 atacantes aos 40 do primeiro tempo: saem Giroud (reclamando) e Dembele, entram Kolo Muani e Thuram.
A sensação de vitória no time argentino era muito intensa. Não só pelo resultado, mas pelo futebol jogado pela França. Saem pro intervalo e na volta a situação se mantém, tentativas frustradas de um lado e chances boas do outro. De Paul dominava o meio, só era vencido se sofria faltas. Mas a Argentina tinha um histórico de queda em fim de partida (Holanda que o diga), e a França de consistência. O técnico faz mais mudanças, tira até o Griezmann, diferencial do time nos outros jogos. Conforme o tempo avançava, eram mais chances azuis. Até que foi a vez do lado europeu achar um pênalti. Kolo Muani disputa com e chega na frente de Otamendi, este tenta aquele puxão misturado com um grito que passaria como bem duvidoso numa Libertadores, mas pra um juiz polonês não. Mbappe acorda da jaula e marca.
Mbappe no arremate do segundo gol. Getty images
Jogo recomeça, França aperta, retoma, Rabiot pra Mbappe, pra Thuram, que manda de volta Mbappe, acertar bonito chute de primeira e empatar. Cenário completamente diferente em menos de 3 minutos. Sério, aos 78:13 o juiz marcou o pênalti, e quando marcavam 80:59 Mbappe já estava comemorando o empate! Que momento, que virada de astral.
Quem tem chance no final é França, que acordou de uma forma inexplicável. São mais de 5 chances, com duas defesas de Martinez do momento do empate até os 8 minutos de acréscimo. Mas vamos pra prorrogação.
O primeiro tempo extra teve oportunidades criativas dos dois lados, mas sem real chance. Times pareciam meio anestesiados. Já no segundo tempo da prorrogação, a temperatura começou a esquentar de novo. No segundo minuto um ataque em bloco da Argentina, um belo passe de Enzo acha Lautaro, que chuta no goleiro, mas cujo rebote cai caprichosamente no pé do Messi, que faz o terceiro. Que explosão!
A massa portenha mais uma vez toma conta do estádio, aos gritos, parecendo que agora vai. Mas esse jogo reservava mais requintes e emoção. Konate briga para conseguir um escanteio na direita. Depois de batido o corner, a bola sobra pra um chute de fora da área que é desviado com o cotovelo por Montiel. Mais uma vez Mbappe vai pra batida, mais uma vez jogo empatado. O menino que ama jogar copa do mundo, aos 23 anos anotou um Hat trick em final. Que força mental
photo: getty images
Beleza, vamos para os penaltis? Ainda não. Aos 120 + 3, Kolo Muani sobra cara a cara pra fazer o gol do título, mas Dibu Martinez faz com o pé a maior defesa do torneio. Na mesma jogada, contra ataque pela direita, bola cruzada na cabeça do Lautaro Martinez, que não aproveita. 45 segundo que resumem a montruosidade que foi a melhor final de copa da história. Uma defesa tão importante quanto um gol, que reverte o psicológico, e traz os hermanos com cabeça forte para a disputa de penaltis.
Agora sim, vamos a eles. Cada time começando com o que tem de melhor, marcando com Messi e Mbappé. Mas Dibu se consagrou pegando o primeiro "pênalti pegável", batido por Coman. Em seguida, faz a pressão psicológica em Tchouameni, que chuta pra fora. Enquanto isso, os argentinos vão fazendo em chutes seguros, com Dybala e Paredes. Kolo Muani até faz, mas cabe a Montiel, o mesmo que tinha cometido o pênalti do 3 x 3, se redimir e fazer o 4 gol na disputa. Argentina é tricampeã mundial de futebol.
photo: Reuters
A história foi escrita. Messi agora tem todos os argumentos para passar a ser considerado como o melhor de sempre. Ele finalmente é campeão mundial. E muito merecido. Mbappé engrandeceu ainda mais essa conquista. Esse menino tem tudo pra ser o maior jogador da história das copas. Ainda pode jogar mais duas, talvez até 3. Mas pra Messi provavelmente foi a última, fechada em grande estilo.
Parabéns ao hermanos! Que festa espetacular nas ruas de Buenos Aires. Ficará para história.
Este blog, 12 anos depois, pode dizer que finalmente registrou o relato de uma final de copa do mundo. Provavelmente isso estava guardado para essa que foi a maior de todas as finais da história até aqui. E fica o registro que o título deste post, quem deu foi o maior de todos os meus espectadores, meu filho Bê. Filho, amo você!
Obrigado a todos que nesses 28 dias acompanharam, comentaram, criticaram, pediram mais textos. Como prometido lá no início, vivemos intensamente esse momento.
Eu torci muito pelo hexa. Eu realmente torço veementemente pela seleção, com direito a superstições na hora de ver os jogos e tudo mais.
Mas em nenhum dos bolões desses que se preenchem racionalmente antes do torneio começar, eu coloquei o Brasil como campeão, nem como finalista.
Messi e a Argentina sempre foram minha preferência desse lado da chave. Óbvio que depois que a copa começou, entra a emoção e a empolgação, e eu acreditava que chegaríamos longe. Mas não chegamos, e a Argentina chegou, confirmando meu palpite racional.
Só que do outro lado da chave, eu acabei errando bastante. Acreditava numa Bélgica avançando mas caindo, e via uma semifinal entre Inglaterra e Portugal algo bem provável. Estava bastante dividido entre ter Harry Kane & cia na sua segunda final importante em 2 anos, ou ter uma final de copa entre Messi e CR7 (que seria um marco pra toda uma geração).
No fim, quem chegou foi Mbappe, Deschamps e uma França extremamente consistente e regular .
imagem: ge.globo
Desbancaram na semifinal a grande história da Copa, o aplicado time marroquino. Que na minha visão, respeitou demais o time Francês. Ele saiu do seu estabelecido 4-1-4-1, fez uma linha de 5 atrás, e permitiu uma incursão de Griezmann logo no começo do jogo que resultou no gol de Theo Hernandez. Logo depois do gol, os africanos trocaram um zagueiro restabelecendo o esquema original, e deram muito mais trabalho. Mas os azuis já tinham quebrado o ferrolho. A imagem aérea do momento do passe mostra bem isso.
Na outra semifinal, a Croácia na minha opinião entrou de salto alto, muito confiante depois da vitória contra o Brasil. E Scaloni armou o time em função do adversário, coisa que Tite não faz. Os croatas vieram da mesma forma que jogaram contra o Brasil, e foram "quebrados"rapidamente. A liberdade que o Messi tem, somado a Julian Alvarez infiltrado entre os zagueiros, permitiu aos hermanos criarem chances e fecharem um primeiro tempo já em 2x0, com um penalti e um golaço do camisa 9. Modric e
Lançamento que originou o primeiro gol. imagem: ge.globo
cia quando precisam buscar resultado dependem muito de falhas do adversário (como aquela nos últimos 4 minutos). Depois, no segundo tempo, um Messi atraindo todas as atenções, deu bastante trabalho à defesa da seleção europeia, que não conseguia criar com eficiência. E novamente ele, Messi, faz uma jogada digna de sua genialidade, ganhou na corrida de um zagueiro 15 anos mais novo que ele, depois tira ele de novo num
Drible dentro da área e encontra Julian Álvarez outra vez pra decretar a passagem pra final.
Messi faz sua melhor copa. É o grande diferencial desse time. O time joga pra ele, que tem liberdade pra criar, e consegue criar. E está mostrando a Maturidade que faltou em Outras edições.
A França tem Mbappe, tem Giroud, o goleiro Lloris, mas pra mim, no fim das contas, o grande responsável pela chegada na final é Antoine Griezmann. Originalmente um atacante, no torneio foi escalado sempre como meia, e foi visto em todos os cantos do campo. A aplicação tática era grande, com a bola tinha talento pra gerar lances, e sem a bola joga por sí e por Mbappe. O jovem atacante decide sim através dos gols, mas ter o Griezmann é o grande diferencial desse time. Deixo aqui o video que viralizou essa semana, de um Antoine Griezmann criança pedindo autógrafos aos campeões de 98.
Enfim, teremos uma grande final. E que eu esperava metade dela antes da copa começar.
Pra não ficar em cima do muro, meu prognóstico é de Messi campeão.
As quartas foram tristes pro Brasil. Não falarei mais agora, talvez em um post futuro pós-copa. Mas a Croácia foi a primeira semifinalista, com mais uma disputa de pênalti. Estou decepcionado em ver uma seleção que ganhou um jogo em cinco jogados chegar tão longe. Mas se preparam segundo a regra do jogo, e executaram bem.
fonte: instagram @fifaworldcup
Argentina e Holanda fizeram jogão de grandes seleções. Hermanos abriram 2x0 e acharam que estava ganho, empate na última bola do segundo tempo, herói consagrado nos pênaltis. Primeiro tempo bom da Argentina, segundo nem tanto, com crescimento da Holanda. Van Gaal foi o melhor em campo do lado Laranja, tirando da cartola aquela jogada no apagar das luzes. Recomendo ver o lance pela câmera que foi postada no perfil oficial da Copa do Mundo no Instagram (@fifaworldcup) Messi foi o Messi dos ultimos anos, parece que ta meio morto, mas no fim é decisivo. E sem falar que bateu o primeiro penalti...
photo: Luca Bruno / Associated Press
Portugal veio com uma proposta legal, trazendo juventude em campo e um CR7 no banco pra hora que o bicho pegar, mas Marrocos é o time mais aplicado dessa Copa. A disciplina tática deles é tão intensa que compensa o baixo poder de ataque. Teve uma cena impressionante não desse jogo, mas do anterior contra a Espanha, em que a defesa toda anda no mesmo passo enquanto o adversário ataca. É esse aplicação, somada à força da torcida, que levou o time até lá. Fizeram um gol numa falha do goleiro português, e ativaram essa disciplina toda pra segurar por um tempo inteiro. O time jogou com a alma. É a grande história desse mundial, e legal demais de acompanhar. A imagem no final, do Boufal comemorando com a mãe em campo, é incrível e mostra a mistura de culturas, costumes dos povos que esse torneio propicia! Recomendo esse artigo do San Diego Union Tribune sobre a comitiva de mães acompanhando o time deles. Copa do Mundo sempre traz uma história legal dessa pra gente!
E a França ta lá nas semis de novo. Os Bleus mostraram tb que não dependem de Mbappe, em jogo mais apagado. Giroud se fez presente e foi decisivo, mostrando que Benzema nesse time provavelmente seria banco. Foi outro jogo de alto nível, confronto de dois times grandes em Copa do Mundo. Eu teria entrado com Marcus Rashford e Grealish mais cedo, não teria entrado com Sterling. Pensar que Harry Kane tinha a bola pra mudar a história, e errou. A foto aqui tirada do The Guardian mostra o quanto a bola subiu, e a reação corporal dele. Mas no fim, it's not coming home again...
No fim, puro suco de Copa do mundo. Um retranqueiro que joga com o regulamento embaixo do braço, um time talentoso mas que joga com as próprias pressões, uma grande história impossível de superação, e um time favoritaço confirmando favoritismo.
Vou dar meu palpite, e não consigo ser muito ousado. Vou no conservador, mesmo, Argentina x França na final.
Foi frustrante. Mas eu tenho que confessar que eu nunca confiei que esse time ganhasse na disputa de pênaltis. Ele tem ótimas qualidades, considero o melhor time do Brasil desde o penta. Mas ele não me inspirava frieza necessária pra esse momento. E deu no que deu.
Photo: Jewel Samad/AFP
No campo, o jogo foi do jeito que se esperava. A Croácia muito forte taticamente, muito forte fisicamente, e sem poder ofensivo. Um Modric em todos os cantos do campo. Esse infográfico mostra a presença impressionante do atleta de 37 anos. E aqui faço questão de chamá-lo de atleta.
Fonte: Lance!
O Brasil entrou nervoso, mas logo conseguiu propor seu jogo conforme os jogos anteriores. Posse de bola, bola circulando na cabeça de área, tentativa de entradas pelos lados principalmente com Vini jr. Primeira chance de chute a gol só aos 20'. Mas efetivamente o Brasil perdeu a guerra de meio de campo nesse tempo.
Início de segundo tempo, sem mudanças de peças, com mudança de atitude. Boas chances criadas nos primeiros 10 minutos. Uma muito clara do Paquetá começou a consagrar o goleiro croata. Tite troca as duas pontas, saem Vini e Raphinha, entram Rodrygo e Antony . Pressão brasileira aumenta, Croácia inexistente do meio pra frente, goleiro deles continua se consagrando.
Fim de tempo normal, prorrogação.
Na prorrogação o roteiro se mantém. Porém começas a aparecer lampejos de contra ataque croata, com um tal de Bruno Petkovic que tinha entrado. Numa tentativa no primeiro tempo extra, finalização muito errada. Até aqui, não citei a defesa brasileira. E ela estava impecável, como em todos os outros jogos do time titular. Thiago, Marquinhos, Casemiro muito seguros. Eder Militão numa ótima partida, defendendo e também apoiando. Teve chances claríssimas de gol no segundo tempo.
No fim do primeiro tempo da prorrogação, numa jogada trabalhada pelo meio, Rodrygo encontra Neymar que põe no fundo da rede da única forma possível nesse dia: driblando até o goleiro.
Photo: Jewel Sawad /AFP
Neymar também não tinha sido citado até aqui. Ele estava bem na partida, chamando responsabilidade, dando passes decisivos e finalizando. Mas precisávamos de um lampejo de individualidade pra ser diferentes, pra desamarrar o nó. E ele conseguiu, no minuto derradeiro da primeira parte da prorrogação.
Voltando para os últimos 15 minutos, era ficar atrás da bola dando chutão que as semis chegariam. Tite tirou um bom Eder Militão e colocou Alex Sandro, trazendo Danilo pra direita. Até tentou-se criar chances para o 2 x 0. Mas numa dessa incursões ao ataque, FALTANDO 4 MINUTOS, o time perde a bola, a Croácia sai na correria (nas costas do Danilo), pega um time completamente desorganizado atrás, e o tal Bruno Petkovic recebe completamente livre na entrada da área, chuta com veemência e a bola desvia em Marquinhos pra tirar Alisson do lance.
Apesar do abalo moral, o Brasil ainda tem um chance clara aos 120 + 1', mais uma vez defendido pelo goleiro Livakovic, que a essa altura já merece ter o nome citado.
Aí, chegamos nos pênaltis. Pra quem não me conhece pessoalmente (hoje poucos leitores desse blog), em 86 eu era vivo mas não tinha idade pra lembrar da disputa de penaltis contra a França. Então até hoje, eu só tenho lembranças desse tipo de disputa, e bem vivas: a final de 94 contra Italia, a semifinal de 98 contra Holanda, todas vendo Taffarel fazer milagres na minha TV.
Dessa vez, porém, não tinha tanta segurança de que teria outra felicidade. E logo no começo Rodrygo deixa pesar o momento e já perde, defendido por Livakovic. Casemiro faz, Pedro também. Mas a Croácia é bem eficiente, não erra nenhum dos 4 primeiros, Alisson não esboça capacidade de pegar nada. Chegamos no quarto pênalti, quem vai pra bola é o Marquinhos, que bate na trave. Ele que fazia uma Copa impecável até os dois eventos de hoje. E que podemos dizer que por uns 100 minutos hoje também fez um bom jogo. Mas como diria Muricy Ramalho, a bola pune.
Detalhe: Neymar, que vinha de uma copa de superação, sem nenhum motivo para críticas, não bateu pênalti. E agora merece ser criticado.
Passando aqui pra deixar registrado que as oitavas foram fantásticas. Harry Kane desabrochou, Mbappe foi o de sempre, Gonçalo Ramos deixou CR7 no banco pra fazer um Hat trick. Japão e Espanha precisam aprender a bater penalti. Messi foi Messi, Van Gaal foi Van Gaal. Grandes jogos, uma boa “zebra” marroquina, mas que não surpreendeu ninguém.
Um Brasil, dessa vez titular, que encantou. Resolveu na melhor forma da cartilha de escolinha, tudo no primeiro tempo. Neymar fez a diferença. Jogo coletivo funcionou. A defesa e o Casemiro continuam dominantes.
Acompanhando a repercussão em site globais, teve um que chamou a atenção. Foi no “lance a lance” do The Guardian. A descrição que fizeram do gol do Richarlison foi muito legal, e resume bem o jogo:
"What a team goal!" Torcendo para que nessas quartas-de-final esse futebol coletivo aflore novamente.
Serão jogos dignos de copa do mundo. França x Inglaterra, Argentina x Holanda, só clássico. Portugal contra a sensação Marrocos. E Brasil x Croácia.
(Pessoalmente a semana foi um pouco tensa, então hoje o relato vai ser breve. Espero voltar melhor para os próximos 8 jogos dessa copa)
Eu sei, as oitavas já estão rolando. Messi já brilhou mais um pouquinho, e a Holanda mais uma vez mostrou uma disciplina tática invejável.
Mas passados 14 dias, já se foram metade do tempo cronológico e três quartos dos jogos. Quero fazer uma pausa pra falar sobre os melhores da fase de grupos.
Como uma boa copa do mundo temos surpresas únicas. O goleiro da Polônia Szczesny (não sei pronunciar nem escrever, pra colocar aqui foi na base do copy&paste) é indiscutivelmente o melhor da posição, pegando dois pênaltis (um do Messi), sendo decisivo na caminhada de seu time até aqui.
Temos muitos outros destaques interessantes em cada posição. Li diversas análises que lista a seleção até o momento, e o número de diferentes jogadores citados chama atenção.
Existem sim as unanimidades: além do arqueiro polonês, na defesa a surpresa marroquina personificada no lateral Hakimi. No meio, Casemiro é figura carimbada, acompanhado do decisivo português Bruno Fernandes. Na frente Gapko na figura do goleador, e mais uma vez Mbappe, o menino estrela que gosta muito de copas de mundo.
Nas outras posições, muita dispersão de opiniões. Eu aqui coloco minhas preferências: na esquerda, o melhor lateral do mundo, Theo Hernandez.
Na defesa, o croata Gvardiol e o senegalês Koulibaly
No meio eu coloco Messi como armador. Na frente, um ótimo Marcus Rashford
Deixo aqui algumas análises que li por aí:
E o melhor da copa até aqui? Eu voto de novo no goleiro polonês. Ele foi decisivo em três jogos. Logo atrás ponho Mbappe e o português Bruno Fernandes.
Ninguém percebeu, mas estávamos no 13o dia de copa, e era uma sexta-feira. Então pra todos os efeitos, pro Brasil foi uma sexta-feira 13.
A pergunta do Cosme Rimoli na coletiva pós jogo disse bastante: o Tite colocou em campo um time desentrosado. Confiou demais no talento individual e no peso da camisa, subestimou o efeito que treinar e jogar junto pode ter.
Jogo foi feio, ruim, show de horror da seleção canarinho. E um time camaronês limitado, mas esforçado. Fabinho e Fred no meio pareciam nem se conhecer, Rodrygo totalmente deslocado. Alex Telles, que vinha com uma apresentação bem honesta (na copa toda, há de se registrar) sofre o efeito desse dia de terror, sai machucado (e ta fora da copa). Dani Alves mostrou que deveria ficar no pandeiro mesmo.
Quem se salvou nisso tudo foi o Gabriel Martinelli. O garoto tentou ir na linha de fundo e cruzar, tentou infiltrar na área, chutou cruzado, lutou por bolas pressionando a zaga. Se antes era motivo de crítica ao Tite, na minha visão justificou sua convocação.
No fim, praticamente minuto 90, Aboubakar faz uma cabeçada no contrapé e sela esse dia macabro pro Brasil. Primeira derrota em copa para uma seleção africana. Pra eles esse será o grande feito do mundial.
No outro jogo do grupo, muito mais emoção e dinamismo. Times titulares em campo, os craques de cada lado apareceram, emoção até o fim. Se a Suíça marcasse mais um gol, passava o Brasil e ficava em primeiro.
Agora, fim de primeira fase. Vamos pegar a Coréia do Sul, que venceu Portugal, eliminou o Uruguai e praticamente aposentou o Suarez.
Essa derrota vai ser boa pra ligar o alerta. Não subestimar ninguém. Temos uma caminho em teoria mais simples até a semifinal. E com ele temos também um tabu a vencer: nunca fomos campeões sem estar invictos. Será que quebraremos essa?
A terceira rodada da fase de grupos veio pra trazer os jogos mais emocionantes. Times agora tem muito a perder, precisam de resultado. Por isso fica tudo mais dinâmico e intenso.
No primeiro dia, nada muito fora da expectativa. Muita emoção em Equador 1 x 2 Senegal, com a vitória para o time realmente melhor, e que no fim jogou mais com a alma. Nos outros 3 jogos, a única coisa que se pode chamar de surpresa foi a Holanda ganhar só de 2 do Qatar.
photo: Twitter / Confederation of African Football (CAF)
No segundo dia, a emoção cresceu. França entrou com reservas contra a Tunísia, e valeu a máxima "não tem mais bobo no futebol". Time africano saiu ganhando, Deschamps voltou com Mbappe e a cavalaria pro jogo, mas não reverteram. Dinamarca calcificou sua posição entre as decepções perdendo pra Austrália, e voltando pra casa em ultimo do grupo.
Nos jogos da tarde, a Argentina parece realmente ter acordado. Venho falando aqui no blog que nunca duvidei da classificação deles, e isso se confirmou. E num jogo em que o coletivo falou mais alto do que a "messidependencia". Time ta tomando forma.
Na transmissão do Casimiro na Twitch, o Juninho Pernambucano classificou a apresentação da Polonia como "a pior de uma time numa copa do mundo". Realmente jogaram pra não perder, mas não acho que seja pra tanto. É o estilo da Polonia que vimos na copa passada, nas eliminatórias, na Euro. Agora o México ,demorou a acordar, e pagou por isso. Fica o registro pro golaço de falta que eles marcaram. Arabia Saudita pega o carro e vai pra casa com campanha histórica mesmo assim.
A grande decepção da Copa pra mim é Belgica. Apostava bastante nessa geração, desde a copa passada. Sim, era um time envelhecido que vinha pro Qatar, mas ainda com jogadores que desequilibram. O trabalho longo do tecnico Roberto Martinez credenciava para voos mais significativos. Saída melancólica, so um gol marcado, Lukaku chutando na trave e quebrando o banco de reservas. E parabéns pro bem organizado time do Marrocos, passando em primeiro. Uma das grandes histórias dessa copa.
photo: Jennifer Lorenzini/Reuters
Nos jogos do fim do dia, aí a emoção foi no talo. Em algum momento dos 90 minutos, todas as seleções estiveram classificadas. Espanha começou aniquilando o Japão, poderia ter resolvido o placar. Alemanha ia fazendo sua parte, marcando primeiro. Mas foi um daqueles episódios lindos que só a copa do mundo te propicia. Japão volta pro segundo tempo com muita concentração e determinação, e vira o jogo rapidamente, tal qual no primeiro jogo. E com um golzinho bem polemico pra dar mais emoção ainda. Los Ticos de Costa Rica tiram forças não sei de onde e chegam a virar o jogo. Vale guardar o print daquele momento que Espanha e Alemanha estavam desclassificadas. Mas o Harvetz entra em campo e tem um exibição bem sólida, talvez a melhor do time na Copa, faz 2 gols e da assistência pra mais um. No fim, faltava um gol espanhol pra ordem mundial do futebol se reestabelecer, mas ele não rolou.
Print do Globoplay daquele momento que poderia ter ficado para a história da humanidade.
Alemanha classificou a Espanha, mas a Espanha não classificou a Alemanha. Esse time espanhol parece bastante os germânicos de 2010. Vinha com força, mas era inconstante, e parou na semifinal (pra depois ganhar em 2014). Espanha muitas vezes lembra a gente que tem uma média de idade baixíssima, quase que ele todo foi prata olímpica ano passado. Acho que esse ano vão avançar, mas não tanto, e vêm forte na próxima.
Foi um típico jogo do Brasil na Copa. Nervosismo, tentativas frustradas, um time adversário com pelo menos 10 atrás da bola. A emoção do primeiro tempo ficou para as tentativas de saída de bola com os pés do Alisson.
Brasil sentiu a ausência do Neymar bem mais do que o esperado. Ele abre muito espaço atraindo a marcação adversária, mesmo quando joga mal. Sem ele o meio campo fico cheio de gente. As jogadas pelo lado funcionavam so com ViniJr pela esquerda, quase nada com Raphinha pela direita. O Pombo pouco fez, a bola não chegava nele.
Do meio tras, a solidez persistiu. Não fomos realmente incomodados. Um lance suíço mais intenso, que resultou em escanteio. Nada mais.
Pro segundo tempo, Rodrygo entra no lugar de Paquetá e ajuda a mudar o jogo. Não foi um impacto imediato, o jogo demorou a engrenar. Mas ele foi abrindo o espaço, destravando o no do meio-campo, e abusando do entrosamento com Vini Jr. Nesse contexto, no minuto 62’, uma bela jogada de transição pro ataque resultou num belo gol do malvadeza. Mas um impedimento do Richarlison lá atrás, desses que só existem na era do VAR, anulou o gol. Na época do Ronaldo e do Rivaldo estaríamos comemorando até agora.
Photo: Nelson Almeida / AFP
Quando o cenário se encaminhava para mais um empate com a Suíça em copas (seria o 3o), o melhor jogador do Brasil na copa de 2022 apareceu pra resolver. Novamente pelo lado esquerdo, numa jogada que explorou o entrosamento merengue, Vinicius encontra Rodrygo, que num passe de primeira com o lado de fora do pé acha Casemiro infiltrado dentro da área. Ele fuzila pro gol, contando com um desvio leve na zaga. Dessa vez sem VAR.
No primeiro jogo eu havia evidenciado a postura de dominação do Casemiro na cabeça de área. Nesse jogo isso não foi diferente. A atuação defensiva do time é muito sólida , e ele é o principal pilar disso. Fechamos os dois primeiros jogos sem sofrer NENHUM chute na direção do gol. Casemiro é sem sombra de dúvidas o melhor jogador do Brasil na copa até o momento.
Com esse 1x0, temos a classificação pras oitavas garantida.
Bem, em dia de Casemitos, quero deixar aqui nesse blog um registro: Casimiro Miguel, o da Twitch, bateu nesse jogo o recorde mundial de expectadores simultâneos numa live do YouTube: 4,8 milhões de pessoas.
Isso significa a morte da Globo? Claro que não! Mas muda cenários e traz opções diferentes de entretenimento. É a copa mudando mais uma vez o mercado das comunicações. Assim como foi lá em 2010, e eu conto nesse blog alguns episódios sobre a ascensão do Twitter na época.
Nesse domingo aconteceu o primeiro grande jogo da Copa. Não que já não tenham acontecido jogos bons, mas é aquele jogo que antes da bola rolar no Qatar já se cercava da maior expectativa. Espanha e Alemanha seria o primeiro embate entre potencialmente favoritas. No bolão que eu precisava preencher antes da Copa, meu palpite pro jogo foi 0x0.
Daí a copa começou, e as duas foram protagonistas na primeira rodada. Uma pelo lado positivo, demonstrando força e muitos gols. Outra pelo lado negativo, sofrendo uma derrota de virada. E o jogo ganhou ares de mata-mata já no oitavo dia de copa. No bolão que se preenche ao longo do torneio, meu palpite foi Espanha 2x1 Alemanha.
Na minha opinião, o jogo entregou o que se esperava, antes e depois da copa começar. Espanha foi intensa criou, exigiu de Neuer. Alemanha se defendeu muito, fez um gol com Rudiger que estava levemente impedido. Na volta do segundo tempo, times mais cautelosos, e o jogo começou a fluir ao se trocarem as peças. Mais um gol dessa copa no minuto 62, com Alvaro Morata, colocou a Espanha na frente no que parecia ser um resultado obvio. Mas Niclas Fullkrug veio lá da serie B da Bundesliga, entrou no meio do segundo tempo e marcou um gol de centroavante que empatou a partida, deixando tudo aberto pra ultima rodada. Quase rolou uma virada nos acréscimos, mas ficou no 1x1 mesmo. No fim, o palpite do empate foi o que chegou mais próximo.
Jogão! E o mais legal foi ver tantos jogadores jovens dos dois lados sendo protagonistas. Do lado espanhol, apesar de Gavi ser a estrela, destaco o Dani Olmo reafirmando sua capacidade que vemos desde a Olimpíada. E do lado Alemão, um ótimo Musiala, que eu não conhecia, e traz a esperança de uma nova geração surgindo também por lá.
Bem, fica uma aqui para os supersticiosos. A coluna do PVC colocou luz num fato que eu não tinha percebido: a Alemanha nunca mais ganhou um jogo em 90 minutos depois do 7 a 1. Ganhou uma copa na prorrogação, e um jogo em 2018 no minuto 95. Mas nos 90', nunca mais. Seria uma maldição?
E nela, já vimos o Irã voltar a sonhar, Enner Valencia voltar a brilhar, Senegal respirar e no duelo Football x Soccer ninguém empolgar.
Também vimos que a Austrália na força bruta ainda tem chance, e que Lewandowski acordou e jogou um balde de água fria no sonho Saudita de cravar a classificação.
Mas duas partidas é que foram as importantes.
A França mais uma vez calando críticos. Apesar do caminhão de desfalques, encarou a pedreira Dinamarca e desenrolou muito bem. Vale destacar que a Dinamarca fez campanha de 9 vitórias e 1 derrota nas eliminatórias, e na atual UEFA Nations League eles venceram os franceses 2 vezes, em junho e setembro desse ano.
O jogo foi disputado no meio campo, com os Azuis criando chances sem mira no primeiro tempo. Até
photo: Skysports.com
aconteceu uma defesa do dinamarquês Kasper Schmeichel com as pernas, mas foi só. No segundo tempo, foi a individualidade que desequilibrou. O menino Mbappe tá mostrando pra todo mundo que gosta de Copa do mundo, e sabe jogá-la. No minuto 62 ele desenrolou uma jogada pelo lado, usou o Giroud como tabela dentro da área e abriu o placar.
Logo em seguida a Dinamarca mostrou força e empatou em jogada aérea, com Christensen, que apesar de zagueiro deve ser atualmente seu melhor jogador. Esse empate acordou o time nórdico, que criou 3 ótimas chances e exigiram do goleiro Lloris boas participações. Mas no fim, o menino resolveu de novo: cruzamento de Griezmann, gol de coxa em disputa na pequena área, França classificada e Mbappe artilheiro da Copa.
Messi e a Argentina também foram a campo, sob pressão de eliminação com derrota e quase eliminação com empate. Eu vejo essa pressão sofrida pelos hermanos muito parecida com a pressão que o Brasil tinha em 2014 pela copa em casa. Não é uma pressão somente externa, é algo interno, deles mesmos, que gera um nervosismo e acarreta decisões precipitadas e erradas ao longo do jogo.
Há uma dependência da genialidade do Messi muito maior do que a expectativa. Esse Time do Scaloni parecia estar livre dessa dependência no mesmo nível que o Brasil está se libertando do Neymar. Mas não está.
Foi um primeiro tempo muito ruim, com a primeira bola Argentina no alvo aos 33 minutos, e melhor lance uma cobrança de falta mexicana para uma linda defesa de Emiliano Martinez, aos 44.
No segundo sinceramente não mudou muito. Quem teve que resolver foi o Messi mesmo, até então bem apagado. Aos 19’ recebeu um passe de Di Maria, e acertou um chute rasteiro de fora da área naquela janela do espaço-tempo que só os gênios conseguem.Tirou o peso das costas do tamanho de um país.
México até tentou reagir, mudou peças, mas não é a seleção competitiva de outras copas. E os hermanos jogando com mais tranquilidade puderam desenvolver um futebol mais próximo do que se espera. O resultado foi uma jogada dentro da área de Enzo Pérez, sensação do campeonato português desse ano, e um gol maravilhoso. A Argentina definitivamente ressurge, e volta a ser uma das candidatas a ir longe na copa.
A foto desse gol do Richarlison vai ser capa em centenas de sites de jornal. Vai ser publicada em milhões de stories, reels, tiktoks. E já virou figurinha do WhatsApp.
Mas mais do que isso, ficou pra história das copas. Como falado por Juca Kfouri e demais integrantes no podcast Posse de Bola da UOL , hoje presenciamos a melhor estreia do Brasil em copas desde 70. Ou seja, a melhor estreia vista por duas gerações de brasileiros.
Primeiro tempo bem truncado, com Neymar chamando a responsabilidade, mas com o time criando bem pouco. Vini Jr pegou na bola e também tentou, mas de resultados mesmo, só gritos do Galvão Bueno pela expectativa mesmo.
No segundo tempo, outra intensidade. Disse o Tite na coletiva pós jogo que no intervalo corrigiu a posicionamento do Paquetá. Eu vi também uma mudança de postura do time. Mais posse de bola, mais jogadas verticais pelos lados, sem passes de lado. Numa jogada individual do Neymar pelo lado, Vini Jr conclui, goleiro espalma no pés do Pombo que põe na rede.
Dez minutos depois, em nova jogada pelo mesmo lado esquerdo, Vini Jr cruza e vem essa pintura da foto. Mandou pro espaço qualquer tipo de maldição da camisa 9 que pudesse existir.
Acho que o principal motivo dessa estreia tão dominante foi que demos o devido valor ao adversário. Há 7 meses estamos preocupados com a Sérvia. Muitos dizem que no papel era o adversário mais difícil que os grandes favoritos iriam enfrentar. E tratamos eles assim. Diferentemente de Argentina e Alemanha.
No fim das contas a Sérvia até teve alguma posse nos terços finais de cada tempo. Só que uma atuação super concentrada da zaga, e um Casemiro desfilando de smoking com a imponência de um Lorde inglês na cabeça de área não permitiram nenhum susto.
Richarlison mereceu. Por todo carisma que ele tem, pela história de vida que ele não deixa de lembrar sempre, por todo posicionamento que ele teve quando precisava. Ah, e um extra por ser lá de Nova Venécia, representar o povo capixaba, que eu pessoalmente tenho um carinho especial
Mas tivemos um lado negativo do jogo também. Neymar, o jogador que mais recebeu faltas em toda primeira rodada até aqui, saiu machucado, chorou no banco, apareceu mancando na saída, e preocupa. É um tornozelo com crises recorrentes. Fica a tensão para os próximos dias. Mas felizmente, temos a primeira seleção sem "Neymar-dependência"dos últimos 8 anos. Ta claro que teremos um roteiro digno de boas séries para os próximos dias.
Um Marrocos x Croácia logo cedo com um 0 x 0 lembrando um jogo qualquer de campeonato paulista entre times do interior. Times tentando jogadas esporádicas, goleiros fazendo umas poucas defesas importantes. Nada além.
Mas no segundo jogo do dia, Alemanha e Japão, vem a história.
Antes, o time entra em campo com respaldo da federação alemã para um protesto mais incisivo que o da Inglaterra. Neuer inicialmente escondeu qual braçadeira estava usando, e foi questionado pela
arbitragem (usou a permitida). Mas vai ficar pra história mesmo a foto oficial )que a FIFA em si não divulgou) tapando a boca em sinal de censura. Achei um protesto muito bem colocado, impactante, que passou a mensagem. Curioso pra saber de quem foi a ideia l. Pra completar, vi passando no LinkedIn foto de dirigentes alemães usando a braçadeira One Love nas arquibancadas. Infelizmente perdi a referência, se alguém tiver me envie.
Photo by Alexander Hassenstein/Getty Images
No campo, mais história. É um roteiro muito parecido com o dia anterior: muito volume de jogo alemão no primeiro tempo, chances criadas, mas só um gol de pênalti, e mais um anulado. No segundo tempo, afobação da Alemanha e eficiência japonesa, com gols aos 30 e aos 38. No primeiro o Neuer rebateu pra dentro de uma forma que ele não faria em copas anteriores. E no segundo, bela jogada e um chute quase sem ângulo.
A Alemanha tá longe de ser uma favorita que foi em copas anteriores, bem menos que a Argentina. É um momento de transição de gerações, mudança de técnico, medalhões envelhecidos. Vamos ver se junta os cacos pra seguir adiante. Comparando mais a vez com nossos hermanos, vejo aqui um grupo mais difícil, e por isso não cravo uma classificação certa aqui, muito menos em primeiro.
Photo by Javier Solano/AFP
No jogo do almoço, um novo favorito desponta. Desde 2010 a Espanha sempre figura entre os favoritos padrão das Copas, é verdade. Mas dessa vez a percepção era de um “favorita de segundo escalão“, pelo time jovem, ainda em consolidação após uma ótima euro perdendo para a campeã nos pênaltis. Os prognósticos todos indicavam uma vitória espanhola diante da Costa Rica. Mas o que tivemos foi uma vitória maiúscula, pro 7x0, virando 3x0 no intervalo. Troca de passes fácil, chutes certeiros, aproveitamento alto de passes. Um futebol leve, maroto, alegre, com espírito da molecada. Essa apresentação colocou definitivamente a Espanha no rol das favoritas, com imponência.
Bem, teve mais um jogo no dia, bem menos impactante. A geração Belga entrando na sua última chance de copa, mas num ritmo de sofrimento. Lukaku está fora, seu reserva nao correspondeu. De Bruyne esboça lampejos de sabedoria, mas não carrega o piano sozinho. No fim, 1x0 contra um esforçado Canadá, que perdeu um pênalti. Vamos ver os próximos jogos.
Quero ver como ficam os bolões daqui pra frente. Dois dias de muita reviravolta.
Copa começou, com tom de protesto sempre presente. Tão presente que elementos que muitas vezes passariam como normais foram destaque em muitos lugares.
O maior destaque vai pro fato que dos 20 gols marcados até então, 10 foram feitos por jogadores
fonte: IG @ubiraleal
negros. É algo normal no futebol. Mas levando em consideração que dia 20 era dia da consciência negra, é todo o ar de opressão as minorias oriundo do conservadorismo Qatari, esse marco ficou importante. Nesse ponto, um post digno de destaque foi esse do Ubiratan Leal (que é um comentarista de baseball da ESPN, mas foi muito feliz nessa colocação sobre futebol) sobre a importância de Leonidas da Silva nesse processo. O diamante negro foi provavelmente o primeiro negro a fazer um gol numa copa do mundo, em 34.
Jogo de estreia morno. Ninguém sabia o que esperar do Qatar, e a resposta era nada. O goleirinho é que provavelmente vai propiciar risos e emoções, nada muito além disso. Enner Valencia entrou e resolveu com dois gols que valeram. E fez até um terceiro, mas perdeu ele pro VAR, que já vem dando suas caras todos os dias.
Segundo dia, é copa pra valer. Muitos jogos, muitos gols. E o destaque fica claramente pra Inglaterra. Antes do jogo, a polemica pela braçadeira colorida escrito "One Love": a Fifa disse que daria cartão amarelo ao jogador que estivesse em campo com ela. Com a ameaça, o protesto ficou tímido e virou 10 segundos de joelho no chão. Vale uma lida nesse texto do The Guardian que opina como a federação do país foi amarelona neste assunto.
fonte: Reuters via ge.globo
Com a bola rolando, o English Team mostrou o cartão de visitas, dominou o Irã, e fez um 6 a 2 contundente. Curioso é que Harry Kane chega pra mais uma copa como estrela, e nas bolsas de aposta é o principal candidato a artilheiro da competição. Mas ele não fez nenhum dos 6 gols. Já Saka teve dia de goleador e fez dois. (os outros foram de Sterling, Rashford, Belingham e Greslish - 5 gols de negros). Pra mim a Inglaterra chega até a semifinal. Mas pra grande maioria, é fogo de palha e não deve ir longe. Será a carga de tantos resultados frustrantes desde 66. Ou é como diz Mauro Beting: A Inglaterra inventou o futebol, mas não sabe bem o que fazer com ele. Nos outros jogos, destaque pra Tim Weah fazendo gol. Filho de George Weah, é o primeiro filho de um bola de ouro a fazer gol em copas.
Terceiro dia, agora sim a diversão. Jogo das 7 da manhã era estreia de Messi. Argentina favoritaça, não só pela tradição e ótimo material humano, mas pelo ótimo trabalho do técnico Lionel Scaloni, com 36 jogos de invencibilidade. Time sente a pressão, entra nervoso, ainda assim faz 4 gols no primeiro tempo, mas 3 foram bem anulados por uma linha impedimento visivelmente bem treinada. Segundo tempo, o time saudita acha um gol de contra ataque, se empolga, e faz um gol da virada maravilhoso. Dali pra frente, 11 atras da bola, e uma vitória histórica.
fonte: Natacha Pisarenko/AP via si.com
Para a Argentina, um golpe muito duro. O time não desaprendeu a jogar, mas precisa colocar o psicológico em ordem. Para mim ainda é uma grande favorita, e lembremos que a Espanha quando foi campeã perdeu o primeiro jogo. Mas para Arabia Saudita, ou mesmo pro mundo árabe, essa zebra entra pra história, digna de decretar um feriado. E assim fez o Rei.
PS: mais 3 jogos no dia. Vale comentar a estréia da França, que com desfalques mil antes, perdendo mais um no jogo, não teve dificuldade pra fazer 4 x 1 na Australia e espantar a zica do atual campeão. Giroud muito bem, Mbappe decisivo.
A Copa no deserto. A copa em novembro. A copa do estádio com ar condicionado. A copa sem cerveja (pelo menos lá).
A copa sem Direitos humanos. A copa deliberadamente contra a inclusão de todos. A copa em que muita gente morreu na construção. A copa que é descaradamente fruto da corrupção.
A copa em que Cristiano Ronaldo chega em fase odiada. A copa em que Messi chega sem ser a grande estrela do seu clube. A copa que Neymar chega no auge da sua bola e em baixa no holofote. A copa em que as as grandes estrelas são Benzema e Mbappe.
Parece ser a copa de sempre na Globo, com Galvão narrando. Mas que na verdade tão mesmo achando
que vai ser a copa Do Tiago Leifert no Globoplay e do Casimiro no Twitch comentando.
A copa em que parece que o Hexa vem. A copa em que o Tite é incontestável. A copa em que o calcanhar de Aquiles da seleção é o Dani Alves. A copa de 9 atacantes. A copa que Vini Jr é estrela, mas deve começar no banco.
A copa que o campeão da euro não vai jogar. A copa que o campeão da copa América é a Argentina. A ultima vez que essas duas coisas aconteceram juntas foi em 94. Seria um bom presságio?
A copa. Que será vivida intensamente, em todos seus aspectos, positivos e negativos. Que vai gerar histórias, gols, dramas e alegrias. E que vamos comparar com as outras.
Esse blog nesse momento ressuscita, sem compromisso de cobertura diária, nem de falar de tudo, mas com compromisso de curtir a copa e dar uns pitacos. E que provavelmente vai se acabar de novo, depois da final,(mas quem sabe agora vai falar dela!).
Pra aquecer, coloco aqui o comercial da Nike, no clima de Metaverso, pra já deixar no ar a pergunta: quem vai ser o melhor da copa?
Na primeira copa da história sem Brasil, Alemanha ou Argentina nas semifinais, chegamos à final mais inesperada da história. Aliás
Registro aqui que, até em concordância com meu post do Dia#5, que meu palpite racional antes da copa, para a final, era Bélgica x Inglaterra. Cheguei muito, mas muito perto.
Numa análise rápida, Harry Kane acabou sendo pego mais pelo ego estilo Zlatan do que na habilidade de finalizar como Ronaldo. Mas ele ainda tem muitas copas pela frente, assim como 80% dos Three Lions. Destaco um comentário de Mauro Cezar Pereira, da ESPN, que diz que o mundo apostou mais no English Team do que a própria Inglaterra, e por isso chegar em casa com 3o ou 4o lugar já vai colocá-los na história do país.
Do outro lado, a geração de ouro belga vai ser no máximo de bronze. No fim se empolgou com o feito de tirar o Brasil que esqueceu que tinha de jogar os outros jogos. Uma pena. Vai ter mais uma chance de brilhar na próxima Euro, mas creio que não chega no Catar ainda em tão alto nível.
Sobre os finalistas: Mbappe é o símbolo de um França leve, sem pressão, com muita habilidade, e que parece que fez as pazes com Deschamps.
Modric representa a Croácia marcada por uma luta e um esforço pra se tornar independente e relvante, com altos e baixos, mas com imenso talento. E que hoje figura de maneira importante no cenário internacional, com peças titulares fundamentais nos plantéis de Real Madrid, Barcelona, Juventus e outras potências globais.
Espero um ótimo jogo. Uma grande final, para uma copa única.
Para entrar no clima, reproduzo aqui um infográfico do FiveThirtyEight, um portal hoje da rede ABC mas anteriormente do grupo ESPN, especializado em pesquisas e análises sobre política, economia e esporte, sobre a chance de cada time ganhar ao longo do tempo de jogo desde as oitavas de final. Link pra matéria aqui.
O Brasil perdeu. Momento de inúmeras reflexões pipocando pelo país. Caça às bruxas, culpados, motivos, certezas, erros. Todo mundo buscando essa explicação. Eu também tenho a minha.
Perdemos pra um time que jogou melhor. Mais talento? Não. Mais técnica? Talvez. Mas certamente mais eficiência. A proposta belga era simples: jogar simples, criar volume de jogo até que uma chance se convertesse em gol, independentemente de como isso aconteceria. E assim foi, num gol contra de Fernandinho. Até o momento, eram duas chances boas par cada lado, com direito a uma trave de Thiago Silva.
Não lembro em que canal eu assistia na hora (porque eu fico trocando o tempo todo), mas surgiu o comentário de que o Brasil não sentiu. Eu concordo, com exceção de um jogador: o próprio Fernandinho. Se Casemiro era o ponto de equilíbrio do time, seu substituto foi o ponto nevrálgico de desequilíbrio após o gol.
Neymar tentou, Coutinho também. Jesus manteve a média baixa de atuação do resto da Copa, mas sempre muito esforçado taticamente. Marcelo chegou várias vezes, William errava muitos passes.
Já a Bélgica foi eficiente em tudo o que se propôs. A entrada de Fellaini tinha o propósito de congestionar o meio de campo e ganhar os chutões, e isso aconteceu. O zagueiro Meunier, amigo de Neymar no PSG, tinha missão de marcar nosso astro, e foi quem mais tirou sua liberdade. E a proposta ofensiva era sempre procurar Hazard e De Bruyne.
Foi desse jeito que eles ampliaram a vantagem. Um rápido contra-ataque, que levou exatos 13 segundos desde o Brasil perder a bola no ataque e a finalização, encontrou Kevin De Bruyne, que chutou um metro e meio antes da grande área e colocou no espaço perfeito que tirava tanto da zaga quanto de Alisson.
Nesse momento a Seleção se viu num contexto ainda não enfrentado. Na era Tite, o time nunca tinha tomado dois gols, quanto mais estar perdendo. E foi difícil encaixar.
Uma mudança no intervalo colocou Firmino no lugar de Willian. Aos 13, Douglas Costa no lugar de Gabriel Jesus. O time melhorou, e controlou. Criou por ambos os lados. Mas a bola não entrou. quando ia pra direção do gol, parava num inspiradíssimo Courtois, personagem ativo do jogo. Isso é o futebol. São 11 jogadores em campo. Pra ganhar jogo importante, precisa de todos.
A Bélgica mantinha a proposição de jogo. No ataque, Hazard era o principal alvo, e Fagner tinha dificuldades pra acompanhar. Ele tinha o propósito de ficar com a bola no pé, e procurar DeBruyne e Lukaku na frente após alguns minutos de tempo gasto. E fez isso bem. Aliás, o destaque amplamente positivo foi a atuação de Miranda contra Lukaku, amplamente vencido pelo brasileiro. Já De Bruyne, aparecia livre o tempo todo. Ele era responsabilidade de Fernandinho, seu colega de clube, e ganhou de lavada.
Aos 30, Tite tira uma última mágica da cartola, colocando Renato Augusto, seu homem de confiança, no lugar do apagado Paulinho. E foi Renato que reacendeu a esperança brasileira. Numa jogada que se aproveitou do cansaço dos zagueiros vermelhos, marcou de cabeça o gol que reacendeu a esperança brasileira e pôs fogo no jogo. E 4 minutos depois, chutou um bola que passou muito, muito, muito perto. Fora as bolas de Neymar o que Courtois ainda pegou nos últimos 5 minutos.
Mais uma vez, o sonho do hexa vai esperar. Tomara que continue na mão do Tite. Desempenho fantástico, agora com um grande torneio na experiência. Um ciclo completo pode permitir que um trabalho muito mais solido aconteça. Espero que Neymar também amadureça, e entenda o que precisa mudar. Que Firmino, Jesus, Coutinho, entendam que a experiência vai trazer a tranquilidade e a sagacidade pra enfrentar também os momentos adversos. E os que até lá pararem, saibam que saíram de cabeça erguida, tentando até o final. Essa passa a ser a ultima cena do Brasil em um Copa.
Vamos ter que esperar, pelo menos, mais 1627 dias para ver o Brasil numa final de Copa.
O primeiro tempo foi bom. Apesar dos primeiros 20 minutos de sufoco do México, o time manteve o tempo todo a concentração tática. A voz do senso comum vai dizer que o time foi envolvido pelo México e sofreu pra responder. Na minha visão, o Brasil era o time a ser batido, amplamente estudado e conhecido, e se comportou bem sim. Sofreu perigo de uma seleção preparada para jogar uma oitavas de final de copa do mundo. Nada de outro mundo.
Ironicamente, foi quando a seleção resolveu abandonar o rigor tático, trocar posições e e ver o William passar por trás do lado esquerdo, que o gol saiu, com um Neymar entrando de carrinho pela centro direita, pois Gabriel Jesus estava alguns segundos atrasado. Eram 5 do segundo tempo.
Daí pra frente, México demonstrou um pouco de desequilíbrio, e seus contra-ataques deixaram de ser tão perigosos como na primeira etapa. Osório havia colocado Layun especificamente pra tirar o Neymar de campo na base do anti-jogo. Ele tentou, fez jogada desleal, deu muita pancada. Felizmente, Neymar mostrou maturidade pra enfrentar isso tudo, jogando bola, sem firula, com efetividade.
Gabriel Jesus mostrou muita aplicação, tirou bola na defesa, ocupou o meio, roubou bola... mas não fez gol! Centroavante vive de gol. Já Firmino, que entrou no lugar do Coutinho com mais de 40 do segundo tempo, na segunda vez que tocou na bola já apareceu pra completar um cruzamento de Neymar na pequena área pra fazer o segundo do Brasil e selar o resultado.
Neymar foi o nome do jogo. E bem por isso escrevo o nome dele pela quinta vez neste texto. Parece estar chegando perto da maturidade exigida pela expectativa que temos nele. Mas ainda precisa evoluir, nessa toada. Ainda cai bastante, menos para cavar e mais pro pancada. Mas ainda dramatiza demais estes eventos.
Destaque para William, que fez a diferença também. Num dia de um Coutinho apagado, ele chamou o jogo pra si e se movimentou bastante, errou pouquíssimos passes, criou o primeiro gol. E por fim, Casemiro mais uma vez foi um gigante. Infelizmente tomou amarelo e não jogará as quartas. Mas foi fundamental, vai fazer falta.
Mais um passo foi dado. Chegamos no quinto jogo. Que venha Lukaku, DeBruyne e todos da turma. Esse jogo pende pro Brasil unicamente pelo peso da camisa.
Se antes da copa o único problema da lista de 23 era o Fagner, hoje ninguém reclama dele. Mas hoje a ausência de Douglas Costa, ninguém sabe bem por quanto tempo, parece o fim do mundo. Parecia o salvador da pátria, quem iria resolver a Neymardependencia desse time.
Porém, essa seleção já não depende de Neymar há 6 meses, e nós é que não conseguimos perceber. Quem faz falta absurda é o Coutinho. É ele que carrega esse time nas costas. E a Sérvia sabia disso, por isso marcou ele muito bem.
Passamos um começo de primeiro tempo apático como todos os outros, que dava a entender que teríamos mais do mesmo. Marcelo pede pra sair aos 10’, e a catástrofe parece se aproximar. A grandalhona Sevia agredia, sem porém chances reais de gol. Porque dois personagens trabalhavam pro baixo do pano de maneira impecável: Casemiro e Thiago Silva.
Estes dois estavam realmente muito efetivos na destruição e controle de campo, tanto que fizeram com que a Sérvia desistisse de atacar, mas também faziam a bola transitar muito na intermediária brasileira. Até que Coutinho mostrou porque é ele o cara fundamental, e lançou Paulinho por trás da linha reta de 4 defensores. Ele deu o totozinho suficiente pra tirar o goleiro e junto à pressão básica que o Brasil sempre tem.
O segundo tempo já começou mais tranquilo, mas a seleção não conseguiu criar o suficiente pra marcar. A Sérvia começou a crescer no jogo, criou diversas chances, mas nesse melhor momento, numa jogada de escanteio na primeira trave, Thiago Silva subiu da altura da sua importância, mais alto que qualquer um dos eslavos gigantes, . Aí sim o Brasil liquidou a fatura, os adversários ficaram sem reação, sem tentar atacar de maneira contundente. O Brasil controlou como realmente se espera que o Brasil controle.
Reitero aqui a avaliação de que o Casemiro foi, silenciosamente, o melhor em campo.
Brasil primeiro do grupo, pega o México nas oitavas, conforme esperado lá em dezembro no sorteio. Jogar com time latino-americano nas oitavas é um bom presságio. Em 98 foi o Chile. Mas pode ser ruim tb, pois em 2014 também foi. O fato é que Juan Carlos Osório passou um tempinho razoável aqui em casa pra entender um pouco do futebol nacional. Esperemos que suas canetas azul e vermelha não estejam tão certeiras assim.