Foi frustrante. Mas eu tenho que confessar que eu nunca confiei que esse time ganhasse na disputa de pênaltis. Ele tem ótimas qualidades, considero o melhor time do Brasil desde o penta. Mas ele não me inspirava frieza necessária pra esse momento. E deu no que deu.
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Photo: Jewel Samad/AFP |
No campo, o jogo foi do jeito que se esperava. A Croácia muito forte taticamente, muito forte fisicamente, e sem poder ofensivo. Um Modric em todos os cantos do campo. Esse infográfico mostra a presença impressionante do atleta de 37 anos. E aqui faço questão de chamá-lo de atleta.
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Fonte: Lance! |
O Brasil entrou nervoso, mas logo conseguiu propor seu jogo conforme os jogos anteriores. Posse de bola, bola circulando na cabeça de área, tentativa de entradas pelos lados principalmente com Vini jr. Primeira chance de chute a gol só aos 20'. Mas efetivamente o Brasil perdeu a guerra de meio de campo nesse tempo.
Início de segundo tempo, sem mudanças de peças, com mudança de atitude. Boas chances criadas nos primeiros 10 minutos. Uma muito clara do Paquetá começou a consagrar o goleiro croata. Tite troca as duas pontas, saem Vini e Raphinha, entram Rodrygo e Antony . Pressão brasileira aumenta, Croácia inexistente do meio pra frente, goleiro deles continua se consagrando.
Fim de tempo normal, prorrogação.
Na prorrogação o roteiro se mantém. Porém começas a aparecer lampejos de contra ataque croata, com um tal de Bruno Petkovic que tinha entrado. Numa tentativa no primeiro tempo extra, finalização muito errada. Até aqui, não citei a defesa brasileira. E ela estava impecável, como em todos os outros jogos do time titular. Thiago, Marquinhos, Casemiro muito seguros. Eder Militão numa ótima partida, defendendo e também apoiando. Teve chances claríssimas de gol no segundo tempo.
No fim do primeiro tempo da prorrogação, numa jogada trabalhada pelo meio, Rodrygo encontra Neymar que põe no fundo da rede da única forma possível nesse dia: driblando até o goleiro.
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Photo: Jewel Sawad /AFP |
Neymar também não tinha sido citado até aqui. Ele estava bem na partida, chamando responsabilidade, dando passes decisivos e finalizando. Mas precisávamos de um lampejo de individualidade pra ser diferentes, pra desamarrar o nó. E ele conseguiu, no minuto derradeiro da primeira parte da prorrogação.
Voltando para os últimos 15 minutos, era ficar atrás da bola dando chutão que as semis chegariam. Tite tirou um bom Eder Militão e colocou Alex Sandro, trazendo Danilo pra direita. Até tentou-se criar chances para o 2 x 0. Mas numa dessa incursões ao ataque, FALTANDO 4 MINUTOS, o time perde a bola, a Croácia sai na correria (nas costas do Danilo), pega um time completamente desorganizado atrás, e o tal Bruno Petkovic recebe completamente livre na entrada da área, chuta com veemência e a bola desvia em Marquinhos pra tirar Alisson do lance.
Apesar do abalo moral, o Brasil ainda tem um chance clara aos 120 + 1', mais uma vez defendido pelo goleiro Livakovic, que a essa altura já merece ter o nome citado.
Aí, chegamos nos pênaltis. Pra quem não me conhece pessoalmente (hoje poucos leitores desse blog), em 86 eu era vivo mas não tinha idade pra lembrar da disputa de penaltis contra a França. Então até hoje, eu só tenho lembranças desse tipo de disputa, e bem vivas: a final de 94 contra Italia, a semifinal de 98 contra Holanda, todas vendo Taffarel fazer milagres na minha TV.
Dessa vez, porém, não tinha tanta segurança de que teria outra felicidade. E logo no começo Rodrygo deixa pesar o momento e já perde, defendido por Livakovic. Casemiro faz, Pedro também. Mas a Croácia é bem eficiente, não erra nenhum dos 4 primeiros, Alisson não esboça capacidade de pegar nada. Chegamos no quarto pênalti, quem vai pra bola é o Marquinhos, que bate na trave. Ele que fazia uma Copa impecável até os dois eventos de hoje. E que podemos dizer que por uns 100 minutos hoje também fez um bom jogo. Mas como diria Muricy Ramalho, a bola pune.
Detalhe: Neymar, que vinha de uma copa de superação, sem nenhum motivo para críticas, não bateu pênalti. E agora merece ser criticado.
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