sexta-feira, 13 de julho de 2018

Dia #30 - Definida uma final completamente inesperada.

Na primeira copa da história sem Brasil, Alemanha ou Argentina nas semifinais, chegamos à final mais inesperada da história. Aliás

Registro aqui que, até em concordância com meu post do Dia#5, que meu palpite racional antes da copa, para a final, era Bélgica x Inglaterra. Cheguei muito, mas muito perto.

Numa análise rápida, Harry Kane acabou sendo pego mais pelo ego estilo Zlatan do que na habilidade de finalizar como Ronaldo. Mas ele ainda tem muitas copas pela frente, assim como 80% dos Three Lions. Destaco um comentário de Mauro Cezar Pereira, da ESPN, que diz que o mundo apostou mais no English Team do que a própria Inglaterra,  e por isso chegar em casa com 3o ou 4o lugar já vai colocá-los na história do país.

Do outro lado, a geração de ouro belga vai ser no máximo de bronze. No fim se empolgou com o feito de tirar o Brasil que esqueceu que tinha de jogar os outros jogos. Uma pena. Vai ter mais uma chance de brilhar na próxima Euro, mas creio que não chega no Catar ainda em tão alto nível.

Sobre os finalistas: Mbappe é o símbolo de um França leve, sem pressão, com muita habilidade, e que parece que fez as pazes com Deschamps.

Modric representa a Croácia marcada por uma luta e um esforço pra se tornar independente e relvante, com altos e baixos, mas com imenso talento. E que hoje figura de maneira importante no cenário internacional, com peças titulares fundamentais nos plantéis de Real Madrid, Barcelona, Juventus e outras potências globais.

Espero um ótimo jogo. Uma grande final, para uma copa única.

Para entrar no clima, reproduzo aqui um infográfico do FiveThirtyEight, um portal hoje da rede ABC mas anteriormente do grupo ESPN, especializado em pesquisas e análises sobre política, economia e esporte, sobre a chance de cada time ganhar ao longo do tempo de jogo desde as oitavas de final. Link pra matéria aqui.

sábado, 7 de julho de 2018

Dia #23 - A eficiência manda o Brasil pra casa. Mas caímos de pé.

O Brasil perdeu. Momento de inúmeras reflexões pipocando pelo país. Caça às bruxas, culpados, motivos, certezas, erros. Todo mundo buscando essa explicação. Eu também tenho a minha.

Perdemos pra um time que jogou melhor. Mais talento? Não. Mais técnica? Talvez. Mas certamente mais eficiência. A proposta belga era simples: jogar simples, criar volume de jogo até que uma chance se convertesse em gol, independentemente de como isso aconteceria. E assim foi, num gol contra de Fernandinho. Até o momento, eram duas chances boas par cada lado, com direito a uma trave de Thiago Silva. 

Não lembro em que canal eu assistia na hora (porque eu fico trocando o tempo todo), mas surgiu o comentário de que o Brasil não sentiu. Eu concordo, com exceção de um jogador: o próprio Fernandinho. Se Casemiro era o ponto de equilíbrio do time, seu substituto foi o ponto nevrálgico de desequilíbrio após o gol.

Neymar tentou, Coutinho também. Jesus manteve a média baixa de atuação do resto da Copa, mas sempre muito esforçado taticamente. Marcelo chegou várias vezes, William errava muitos passes. 

Já a Bélgica foi eficiente em tudo o que se propôs. A entrada de Fellaini tinha o propósito de congestionar o meio de campo e ganhar os chutões, e isso aconteceu. O zagueiro Meunier, amigo de Neymar no PSG, tinha missão de marcar nosso astro, e foi quem mais tirou sua liberdade. E a proposta ofensiva era sempre procurar Hazard e De Bruyne.

Foi desse jeito que eles ampliaram a vantagem. Um rápido contra-ataque, que levou exatos 13 segundos desde o Brasil perder a bola no ataque e a finalização, encontrou Kevin De Bruyne, que chutou um metro e meio antes da grande área e colocou no espaço perfeito que tirava tanto da zaga quanto de Alisson.

Nesse momento a Seleção se viu num contexto ainda não enfrentado. Na era Tite, o time nunca tinha tomado dois gols, quanto mais estar perdendo. E foi difícil encaixar.

Uma mudança no intervalo colocou Firmino no lugar de Willian. Aos 13, Douglas Costa no lugar de Gabriel Jesus. O time melhorou, e controlou. Criou por ambos os lados. Mas a bola não entrou. quando ia pra direção do gol, parava num inspiradíssimo Courtois, personagem ativo do jogo. Isso é o futebol. São 11 jogadores em campo. Pra ganhar jogo importante, precisa de todos.

A Bélgica mantinha a proposição de jogo. No ataque, Hazard era o principal alvo, e Fagner tinha dificuldades pra acompanhar. Ele tinha o propósito de ficar com a bola no pé, e procurar DeBruyne e Lukaku na frente após alguns minutos de tempo gasto. E fez isso bem. Aliás, o destaque amplamente positivo foi a atuação de Miranda contra Lukaku, amplamente vencido pelo brasileiro. Já De Bruyne, aparecia livre o tempo todo. Ele era responsabilidade de Fernandinho, seu colega de clube, e ganhou de lavada.

Aos 30, Tite tira uma última mágica da cartola, colocando Renato Augusto, seu homem de confiança, no lugar do apagado Paulinho. E foi Renato que reacendeu a esperança brasileira. Numa jogada que se aproveitou do cansaço dos zagueiros vermelhos, marcou de cabeça o gol que reacendeu a esperança brasileira e pôs fogo no jogo. E 4 minutos depois, chutou um bola que passou muito, muito, muito perto. Fora as bolas de Neymar o que Courtois ainda pegou nos últimos 5 minutos.

Mais uma vez, o sonho do hexa vai esperar. Tomara que continue na mão do Tite. Desempenho fantástico, agora com um grande torneio na experiência. Um ciclo completo pode permitir que um trabalho muito mais solido aconteça. Espero que Neymar também amadureça, e entenda o que precisa mudar. Que Firmino, Jesus, Coutinho, entendam que a experiência vai trazer a tranquilidade e a sagacidade pra enfrentar também os momentos adversos. E os que até lá pararem, saibam que saíram de cabeça erguida, tentando até o final. Essa passa a ser a ultima cena do Brasil em um Copa.

Vamos ter que esperar, pelo menos, mais 1627 dias para ver o Brasil numa final de Copa.

fonte: (craqueneto10.com.br)

terça-feira, 3 de julho de 2018

Dia #19 - Neymar vai se levantando

O primeiro tempo foi bom. Apesar dos primeiros 20 minutos de sufoco do México, o time manteve o tempo todo a concentração tática. A voz do senso comum vai dizer que o time foi envolvido pelo México e sofreu pra responder. Na minha visão, o Brasil era o time a ser batido, amplamente estudado e conhecido, e se comportou bem sim. Sofreu perigo de uma seleção preparada para jogar uma oitavas de final de copa do mundo. Nada de outro mundo.

Ironicamente, foi quando a seleção resolveu abandonar o rigor tático, trocar posições e  e ver o William passar por trás do lado esquerdo, que o gol saiu, com um Neymar entrando de carrinho pela centro direita, pois Gabriel Jesus estava alguns segundos atrasado. Eram 5 do segundo tempo.

Daí pra frente, México demonstrou um pouco de desequilíbrio, e seus contra-ataques deixaram de ser tão perigosos como na primeira etapa. Osório havia colocado Layun especificamente pra tirar o Neymar de campo na base do anti-jogo. Ele tentou, fez jogada desleal, deu muita pancada. Felizmente, Neymar mostrou maturidade pra enfrentar isso tudo, jogando bola, sem firula, com efetividade.

Gabriel Jesus mostrou muita aplicação, tirou bola na defesa, ocupou o meio, roubou bola... mas não fez gol! Centroavante vive de gol. Já Firmino, que entrou no lugar do Coutinho com mais de 40 do segundo tempo, na segunda vez que tocou na bola já apareceu pra completar um cruzamento de Neymar na pequena área pra fazer o segundo do Brasil e selar o resultado.

Neymar foi o nome do jogo. E bem por isso escrevo o nome dele pela quinta vez neste texto. Parece estar chegando perto da maturidade exigida pela expectativa que temos nele. Mas ainda precisa evoluir, nessa toada. Ainda cai bastante, menos para cavar  e mais pro pancada. Mas ainda dramatiza demais estes eventos.

Destaque para William, que fez a diferença também. Num dia de um Coutinho apagado, ele chamou o jogo pra si e se movimentou bastante, errou pouquíssimos passes, criou o primeiro gol. E por fim, Casemiro mais uma vez foi um gigante. Infelizmente tomou amarelo e não jogará as quartas. Mas foi fundamental, vai fazer falta.

Mais um passo foi dado. Chegamos no quinto jogo. Que venha Lukaku, DeBruyne e todos da turma. Esse jogo pende pro Brasil unicamente pelo peso da camisa.



Fonte: abril.com.br

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Dia #14 - Passou!

Se antes da copa o único problema da lista de 23 era o Fagner, hoje ninguém reclama dele. Mas hoje a ausência de Douglas Costa, ninguém sabe bem por quanto tempo, parece o fim do mundo. Parecia o salvador da pátria, quem iria resolver a Neymardependencia desse time.

Porém, essa seleção já não depende de Neymar há 6 meses, e nós é que não conseguimos perceber. Quem faz falta absurda é o Coutinho. É ele que carrega esse time nas costas. E a Sérvia sabia disso, por isso marcou ele muito bem.

Passamos um começo de primeiro tempo apático como todos os outros, que dava a entender que teríamos mais do mesmo. Marcelo pede pra sair aos 10’, e a catástrofe parece se aproximar. A grandalhona Sevia agredia, sem porém chances reais de gol. Porque dois personagens trabalhavam pro baixo do pano de maneira impecável: Casemiro e Thiago Silva.

Estes dois estavam realmente muito efetivos na destruição e controle de campo, tanto que fizeram com que a Sérvia desistisse de atacar, mas também faziam a bola transitar muito na intermediária brasileira. Até que Coutinho mostrou porque é ele o cara fundamental, e lançou Paulinho por trás da linha reta de 4 defensores. Ele deu o totozinho suficiente pra tirar o goleiro e junto à pressão básica que o Brasil sempre tem.

O segundo tempo já começou mais tranquilo, mas a seleção não conseguiu criar o suficiente pra marcar. A Sérvia começou a crescer no jogo, criou diversas chances, mas nesse melhor momento, numa jogada de escanteio na primeira trave, Thiago Silva subiu da altura da sua importância, mais alto que qualquer um dos eslavos gigantes, . Aí sim o Brasil liquidou a fatura, os adversários ficaram sem reação, sem tentar atacar de maneira contundente. O Brasil controlou como realmente se espera que o Brasil controle.

Reitero aqui a avaliação de que o Casemiro foi, silenciosamente, o melhor em campo.

Brasil primeiro do grupo, pega o México nas oitavas, conforme esperado lá em dezembro no sorteio. Jogar com time latino-americano nas oitavas é um bom presságio. Em 98 foi o Chile. Mas pode ser ruim tb, pois em 2014 também foi. O fato é que Juan Carlos Osório passou um tempinho razoável aqui em casa pra entender um pouco do futebol nacional. Esperemos que suas canetas azul e vermelha não estejam tão certeiras assim.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Dia #11 - O fim da segunda rodada. O campeão voltou. Mas qual deles?


Jogo tenso. Um país de imensa tradição, outro de nem tanta assim. Um time cheio de estrelas, outro com uma ou outra cara bem conhecida, e outros vários carregadores de piano. 

Os olhos todos sobre o jogo, agora empatado. Não é este o resultado que decreta a morte em si, mas vai dar discurso e pressão sobre o vexame da desclassificação precoce sobre a equipe de tradição. Uma bola serve pra mudar o jogo. Mudar a pressão. Mudar tudo. E uma bola veio. O gol veio. O choro veio. O campeão voltou.

Essa narrativa resume sem problemas os dois principais jogos da segunda rodada na visão do público brasileiro.

Primeiro, o nosso jogo. Crescimento técnico e de atitude foi visível em relação ao jogo anterior. O adversário era mais fraco, mas não houve chance pro azar. No segundo tempo, com a entrada de Douglas Costa o time melhorou ainda mais, e o gol era realmente questão de tempo. Foram muitos chutes a gol, muitas bolas pro Navas aparecer. 

E valeu a persistência e o volume de jogo imposto. Tentativas seguidas, criações seguidas. Jogo até o fim. Nos descontos também vale. Prêmio a um ótimo Coutinho, eficiente e trabalhador. O cara ideal pra tirar o peso das costas do time. Pra trazer de volta o campeão. O maior deles.

No fim, ainda deu tempo de mais um, como se a porteira tivesse sido escancarada. Assim como a imagem do choro. Quatro anos depois, mais uma vez o choro...

Agora, o jogo deles. Suécia é bem melhor que a Costa Rica. Mas a Alemanha era até então bem pior que Brasil. Nada encaixa, passes errados, finalizações ruins. Sai atrás no placar, até de pouco. 

Segundo tempo, cenário melhora. Empate logo no início, e dali jogo de ataque contra defesa. Problemas técnicos vão aparecendo, mas principalmente o nervosismo. Goleiro sueco pega bolas “sinistras”, a trave aparece onde não deveria. O emocional pegou mesmo o frio povo alemão.

Chegamos também nos descontos. Um cara pega a bola, sofre aquela falta naquele lugar. Pra um time desses, vc não dá uma falta dessas nesse momento. O alemão é um povo frio, calculista. E preciso. Kroos rolou a bola os 137 centímetros que ele precisava pra tirar da barreira. E fez. E trouxe o campeão de volta. Atualmente, o melhor de todos.

(fonte: The Guardian)

Bem, que campeão que vai prevalecer? Será que os campeões vão se encontrar? Eu torço para que sim. E pra que seja após duas grandes vitórias de ambos na terceira rodada, ambos com a moral lá em cima. Pra vermos se a frieza voltou, se o choro foi desabafo e descarrego, se técnica e a classe vão ser testadas, se vai ter ousadia e alegria, se o 7a1 foi acidente de percurso ou freguesia. Tomara que venha.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Dia #6 - Fim da primeira rodada e adeus de Salah

Acabou a primeira fase. E não podemos colocar outro protagonista maior do que o VARdinei. CR7 ficou logo atrás, bem perto.

Não pude infelizmente acompanhar os jogos do grupo H. O único lance que vi ao vivo foi o polêmico gol de Senegal na hora do almoço. E não vi anda de errado. Defesa da Polônia dormiu no ponto. 

Japão surpreendeu, Colombia não mostrou pra que veio. Não sei se ainda vem.

No fim, O VAR, o e os camarada que pode lotam o VAR foram os grandes protagonistas. Seja quando apareceram, ou quando deixaram de aparecer. Li que a CBF tá reclamando e pedindo áudio da comunicação entre os juízes. Não sei pra que, não adianta nada. Não vai mudar. Desperdício de força e aumento no desgaste de imagem. Melhor concentrar na Costa Rica.

Segunda rodada tb já começou, e a surpreendente Rússia mandou pra casa o frustrante Egito. Salah até deixou o dele, mas infelizmente vai ficar na expectativa apenas. Levanto aqui a polêmica: será que Putin pagou Sérgio Ramos???

Sobre o Gajo, só podemos dizer que ele ta voando. Vai levar o time nas costas.

Vamos esperar os próximos jogos. Mais gente vai passar e mais gente vai pra casa. Copa tá chegando na metade já!


terça-feira, 19 de junho de 2018

Dia #5 - dos candidatos a craque da Copa

Kevin De Bruyne e Harry Kane.
Pra mim, esses dois caras são os candidatos a craque da copa.
E hoje eles estrearam, e bem.



(crédito: http://nxtmag.tech)

Antes de falar deles, uma breve menção ao jogo da manhã, Suécia 1x0 Coreia do Sul: mais um jogo chato, protagonizado pelo VAR. Alemanha não vai ter dificuldade de passar nesse grupo.

Agora, a Bélgica, que mais uma vez vem com o status de “segunda mais favorita”. E digo segunda porque ninguém tem coragem de dizer que de bate-pronto que ela é a mais favorita. Mas quando vc pergunta, dois terços das pessoas dizem:  “acho que a seleção X é favorita, mas tem a Bélgica...”

Primeiro tempo do jogo com o Panamá foi bem ruim, terminando num 0x0 merecido. Mas no segundo tempo, o time desencantou. Mostrou a maturidade adquirida nesses 4 anos. Mestre De Bruyne distribuiu jogo, colocou bolas em lugares improváveis, e o time ganhou confiança. Final 3x0 foi pouco (coloquei 4x0 no Bolao). Destaque para os dois gols de Lukaku.

Ultimo jogo do dia, Inglaterra x Tunísia. 
Até a copa passada, eu achava que a Inglaterra era o único time no mundo com pressão maior do que a Seleção Brasileira. Só que depois do fiasco no Brasil, acho que a galera desistiu, e nem pressão mais eles sofrem. Ninguém acredita neles.

Mas o tal do Kane não vai ser o craque da Copa? Esse cara é realmente diferenciado. Centroavante de ofício, sabe muito bem estar no lugar certo na hora certa, no melhor estilo Tulio Maravilha e Pippo Inzaghi. E tem velocidade e porte físico, lembrando em certos momentos Ronaldo Fenômeno. Chuta bem. E tem a humildade do Zlatan.
É melhor que Rooney, melhor que Owen, melhor que Alan Shearer. (aliás, recomendo pra quem gosta de Twitter seguir @alashearer)

No jogo, confesso que ouvi no rádio a maior parte. E a impressão foi de um time Inglês consistente, com volume de jogo, sem dar espaços. Abriu o placar com Harry Kane aparecendo pra pegar o rebote certo. Mas quando tomou o empate, parece que todo o trauma de mais de 40 anos caiu sobre o time. Foi praticamente uma hora de jogo tentando furar o bloqueio africano. 

Consegui  assistir aos últimos 7 minutos de jogo. Foi suficiente pra ver Kane mais uma vez aparecer no lugar certo, na hora certa, pra desviar a bola pro gol e vencer a partida. E pra reforçar meu palpite de candidato à craque.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Dia #4 (Parte 2) - Rodrigo Hilbert e o cabelo de miojo (1a Rodada: Brasil 1 x 1 Suíça)

Pela vigésima primeira vez na história, tivemos uma estreia do Brasil na copa. E como sempre, é um momento nervoso.
A pressão aplicada sobre a seleção Brasileira definitivamente não é algo normal, algo simples. Estamos no país onde o segundo colocado é sempre o primeiro dos últimos, em qualquer que seja o tipo de competição. No futebol, isso sobre diversas ordens de grandeza.
É compreensível que um grupo de humanos sinta uma pressão fora do comum nessa situação.

Por outro lado, temos a seleção mais bem aceita que eu vi em vida (nasci em 84), mais até que 2006. Seja no jogo coletivo, seja no jogo individual, seja no banco, todo mundo acredita que essa seleção é boa, aliás , é muito boa, joga bem, tem entrosamento, faz gol feio e gol bonito. 

Essa situação antagônica que gerou a grande frustração no resultado desse domingo. A expectativa de um jogo difícil contra a indigesta  Suíça era real. Mas até o momento, algo difícil pra esse time significava ganhar de pouco. Por isso, tanto o time quanto o publico estavam mal acostumados. Apesar do nervosismo, da pressão, esse time era capaz de absorver. Ao menos é o que a maioria achava.

"Ah, mas só perdemos porque o bendito VARdinei não quis ver o que era óbvio, que o suíço empurrou o Miranda". Na hora do jogo, tive a mesma opinião. Mas revendo  lance em diversos ângulos, nas mesmas condições que o rapaz que pilota o VAR tem, eu não daria a falta. Isso acontece em 100% dos escanteios do futebol europeu. O problema ali era um posicionamento mal feito.

E o pênalti do Gabriel Jesus? Eu daria, depois de olhar o replay. Mas é um lance interpretativo, não é indiscutível. E a principal crítica ao arbitro de vídeo funcionar ou não é que não vai mudar a questão da interpretação humana.

Quem deixou a desejar muito foi Neymar. Destaque dele ontem foi só o cabelo de miojo. Não da pra não comentar, excesso de estilo pra ocasião. Cada um tem seu gosto, eu sei, mas...
Mestre Eric Cantona concorda comigo.

(Fonte: Instagram)
De resto, foi o Neymar padrão em dia ruim, carregando muita bola, tomando muita falta, caindo mais umas várias vezes quando não precisa. Ele precisava chamar a responsabilidade, ele é o principal jogador. Mas nessas horas ele se prova ainda imaturo. Lembrou bastante aquele Neymar da Libertadores de 2011. (aliás, se vc é novo nesse blog, tem um ou outro texto sobre essa época aí no histórico). 

Alguém chamou boa atenção? Sinceramente, não. Gabriel Jesus sentiu o peso da estreia. Coutinho fez um golaço, mas sumiu no resto do jogo. Casemiro tomou cartão cedo e saiu. MArcelo tava irreconhecível. Talvez o William tenha corrido e se esforçado mais que os outros, mas sem efetividade. E as mudanças do Tite foram bem infelizes.

O que me chamou atenção mesmo foi o goleiro da Suiça, Yann Sommer. Pegou algumas bolas mais complexas, mas não foi o grande responsável pelo resultado. Ele chama atenção mesmo é pelo que descobri dele fora do mundo de futebol. Além de jogar bola, o cara tem um blog de culinária e faz pontinha em programa de TV. Praticamente o Rodrigo Hilbert. Pra quem duvida, segue o link. Se manjar de alemão, traduza por favor uma receita e manda pra gente.


Bom, futebolisticamente falando, o que tirar desse jogo? O principal, é descer do salto alto. Mostrar que existe sim a necessidade de se esforçar pra ganhar o mundial. Em termos de resultado, acho que não mudou muita coisa. Ainda da pra se classificar tranquilo em primeiro. Mas com certeza esse choque de realidade vai fazer o time entrar de maneira muito mais concentrada, com muito mais preocupação com a pressão, e pode gerar um saldo bem positivo. Vamos esperar até dia 22.

Dia #4 (Parte1) - O abalo sismico na certeza Alemã

Nas duas últimas copas do mundo, a equipe que vinha como atual campeã foi desclassificada na fase de grupos. Apesar de ser um estatística que salta os olhos, não era algo minimamente mencionado para o caso deste ano. A Alemanha caiu num grupo aparentemente fácil, vem com mais de 10 campeões mundiais, time é entrosado, etc...

Mas aí que ninguém menos que nosso conhecido Juan Carlos Osorio, sua prancheta e canetinhas azul e vermelha agem para acabar com toda essa certeza. Time mexicano vem com uma aplicação tática invejável. troca passes e envolve o adversário, e marca um merecidíssimo gol em Neuer.
Já a Alemanha é irreconhecível no primeiro tempo. Joachim Low caiu no nó tático de Osório.

No segundo tempo, os alemão melhoram um pouco, mas novamente a aplicação tática do México prevalece. e o jogo termina no 1 x 0 mesmo. O elenco do México comemorou como se fosse final. Impressionante como uma mesma vitória pode ter tantos significados diferentes nos diversos povos. Destaque negativo par aa participação pífia de Chicharito Hernandez.

Agora, diante desse cenário, já não vejo como tão absurda a possibilidade dos alemães irem embora depois de 3 jogos. O grupo é fácil, mas agora vão jogar com um pressão gigante nas costas. Bem no estilo que o Brasil jogou 2014. 

Tem um lenda urbana circulando na internet que a Cidade do México sentiu um tremor na hora do Gol. Legal ver o que o e como futebol pode mover a sociedade, gerando as reação mais singulares.

Vamos ver o que sai daqui pra frente. Nesse grupo.

Outro jogo que veio antes foi Sérvia 1 x 0 Costa Rica, do grupo do Brasil. O destaque fica puramente a boas defesas do goleiro do Real Madrid Keylor Navas. Não fosse por ele, teríamos tido goleada.

(*Post sob jogo do Brasil a parte)

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domingo, 17 de junho de 2018

Dia #3 - No dia da chegada de Messi, Griezmann e Guerreiro, quem brilhou foi o VARdinei. E meu palpite pro jogo.


Juizão tá andando pelo campo, de repente para tudo como se tivesse recebendo um espírito e sai correndo pra olhar na janelinha. Aí volta desenhando um quadrado no ar, esse gesto que é uma abreviação pra “a culpa não foi minha, foi o outro cara, o tal do VARdinei”. E aponta a marca do pênalti.

Finalmente ele apareceu. Ano e pouco de debate, o senso comum dizendo que é a solução contra o juiz ruim, outros batendo o pé de que ele não vai substituir a interpretação, esta que é o subterfúgio das coisas absurdas feitas pelo assopradores de apito. Mas hoje, no terceiro dia, ele apareceu. O famigerado VARdinei mostrou para o que veio. E logo marcou dois pênaltis. 

O primeiro pra ajudar a praticamente adolescente França a quebrar o gelo com a felicidade do gol, com Griezman. A Austrália até tentou voltar pro jogo, num outro pênalti que não foi o VARdinei que deu, mas depois o Pogba achou mais um tento pra acalmar os 75% dos bolões do país.

 Na estreia de Messi, deu o normal em copa. Ele Jogou bem mais ou menos, Kun Aguero até tentou resolver, mas no fim o mundo Viking é que comemorou. Com direito ao Goleirosson pegar um penaltisson batido pelo Lionel. Final 1a1 pra Islândia.

Terceiro jogo do dia, expectativa pelo retorno do Peru à copa. Mas quem apareceu foi mais uma vez o VARcinei. Resolveu baixar de novo no juiz de campo e marcar outro pênalti. Só que dessa vez, Cueva mandou numa altura tão alta que saiu do enquadramento da TV pela borda de cima. E a Dinamarca, na posição de pais modelo que propicia estado mínimo e bem estar social, fez o suficiente 1x0 e levou os 3 pontos. Guerreiro acho que ainda tá brigando am algum tribunal pra vir jogar, pq não fez muito

Ainda aconteceu um quarto jogo, Croácia e Nigéria. De destaque, só a competição de polígonos nos uniformes. Jogo sem muita emoção, placar 2x0 pros europeus, líderes do grupo da Argentina.

Tenho que confessar que gostei desse tal de VARdinei. É um cara que remove a desconfiança de onde estiver, e que vai colaborar pra redução drástica no índice de mimimi nas entrevistas coletivas pôs jogo

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Créditos: Portal CNN.com

No próximo dia teremos estreia do Brasil.
Meu palpite é vitória apertada e sofrida por 2x1, gol do Ney e de um jogador defensivo.

sábado, 16 de junho de 2018

Dia #2 - O Gajo chegou. Ou será que foi LeBron?


Começamos o dia 2 com a questão de Salah ou não Salah. E Salah ficou sentado, assistiu ao jogo brigado e viu seu time perder no finalzinho, já na hora do cansaço.

Depois, um jogo digno de “Marrocos e Irã”: feio, chato, decido com gol contra nos acréscimos. 

Aí, veio o jogo mais esperado da primeira fase.
Jogos normais são brigados, feios, carrancudos. 
Jogos bons são abertos, com toque de bola, bola rolando, chute a gol. 
Jogos com o Gajo não são jogos. São um espetáculo. Um evento oficial de entretenimento

Se nas outras duas disputas só valeram os últimos 3 minutos, nesse jogo o gajo só aguentou 3 minutos até cair malandramente na área e descolar um Pênalti. “Golo”!
Diego Costa traidor marrento mostrou que faz falta de jogando de amarelo, conseguiu uma firula na área e empatou. Aí, DE GEA,  candidatíssimo a melhor do mundial, se rendeu ao Gajo e frangou, no melhor estilo mão de alface.

Veio o segundo tempo. Kevin Durant se impôs na jogada de infiltração no garrafão e igualou a partida. Curry acertou uma bola de 3 maravilhosa pra tomar a frente no placar. O time adversário lutou, tentou, errou vários tiros ao alvo, e só empatou mesmo quando o LeBron, dono do time, resolveu com as próprias mãos num Lance magistral.

Trocadilhos a parte, a melhor definição que li sobre o jogo de hoje foi do pós jogo da rádio Jovem Pan (aqui). A Espanha se impõe como o Golden State Warriors se impõe na NBA, com o melhor jogo, mais habilidade, mas precisão. E Portugal foi o Cleveland Cavaliers: um time esforçado, com alguns bons jogadores, mas que o tempo todo procuram o melhor do mundo pra jogar nele e ver se ele resolve. E ele resolve.
 
De quebra, CR7 marcou golo na sua 4 copa, e igualou um recorde de Pelé...

O resultado é um espetáculo sensacional. Aliás, como disse Mauro Beting, esse foi o melhor jogo das últimas 3 copas juntas.
 
LeBron James and Cristiano Ronaldo 
Gregory Shamus and Denis Doyle/Getty Images

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Dia #1, 2018

Há muito tempo, numa galáxia muito distante, um cara gostava de ver jogo de futebol, principalmente na Copa do mundo, mas mais do que isso, ver gente palpitando depois do jogo palpitar o palpite dos outros e depois deixar seu palpite também.

Esse cara gostava do que fazia. Muito. Mas as obrigações da vida o fizeram ter que deixar esse hobby de lado e empregar seu  tempo com outras coisas mais prioritárias, do tipo trabalhar. Nesse meio tempo, Deus ainda descolou pra ele não um, mas  três filhos, e muitas responsabilidades em casa e no trabalho.

Rolou uma copa, no País dele. Mas esse cara não teve como gastar tempo pra palpitar o palpite alheio. O pouco tempo que tinha ele gastou vivendo o astral que a copa em casa propiciou, que aliás foi bem legal. O fim esportivo dela foi meio decepcionante, daqueles que vc pensa e repensa 7 vezes pra tentar achar uma explicação . Ele teve que tirar o filho de 3 anos da sala pois começou a chorar de ver a esperança ser escorraçada por uns caras de vermelho e preto que falam frases com verbo no final. Mas mesmo assim, viver a copa em casa  foi inesquecível, cheio de palpites sobre a palpitaria de todos em todas as línguas, mas que ele guardou pra si ou dividiu em algumas poucas rodas de bar. Nada escrito.

Agora, bem, oito anos depois daquele epifania de palpitação durante o mundial africano, e 4 depois das emoções da copa em casa,  a vida continua corrida. Talvez como nunca antes. Mas vai ter outra copa. Já tá tendo outra copa. Hoje é o dia #1. E alguns raros espectadores, em especial o mascote de todos os assíduos espectadores, que se recordam daqueles palpites, estão tentando reavivar aquele espírito de palpiteiro que existe dentro dele. E confesso que acho que praticamente conseguiram.

Dessa forma, a copa da Rússia começou.

O tempo passou, a mídia esportiva em parte evoluiu e em parte regrediu. Mas palpiteiros continuam a existir.

Vamos lá: 

Cerimônia de abertura econômica, direta e reta. Ronaldo e a bola se entrelaçando de um Modo único, quase que como seres redondos da mesma espécie.
Um jogo que tinha tudo pra ser horroroso. E quase foi. Mas aí vem um rapaz do banco, mostra que ele é o único cara que sabe jogar coma bola no pé naquele país, e encaçapa dois golaços dignos de copa do mundo. E a seleção da casa, que não ganhava jogo sabe lá desde quando, sai com um inacreditável 5x0 sobre um combinado de árabes corredores, sem muito propósito e direção.

Agora, man of the match não foi o russo ponta de banco goleador. Não foi o camisa 17 com 2 assistências e um gol de falta a lá Zico. Foi certamente o amplamente ovacionado Presidente Putin, com seu discurso de ditador democrata e a jogada de mestre: sua comemoração do 5 gol soviético, e sua escolha em ligar pro técnico pra parabeniza-ló bem na hora que ele estava  rede intenacional dando entrevista coletiva.
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(Foto: Reprodução / TV Globo)