sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dia #7 - Grécia 2 x 1 Nigéria - Enyeama vai do céu ao inferno

Não tem muito o que dizer desse jogo. Ele, o paredão amarelo da primeira rodada, ia ser fácil o melhor goleiro da Copa. Lindas defesas à queima roupa, salvando gols que a sua fraca defesa foi incapaz de marcar. Mas a profissão de goleiro é ingrata mesmo.

O time da Nigéria é bem aquém da tradição nigeriana em copas. Oba Oba Martins, e nosso velho conhecido Kanu, jogadores que tem mais experiência no elenco, não tem condições físicas de jogo. Poderiam ajudar no meio de campo e na ligação de ataque, pois no time que joga, existe a dependência total pelo chutão. No jogo, o time ainda saiu na frente em um gol achado, desses que saem nos jogos de série B: Uche bate falta na área, ninguém pega, goleiro grego também não, e a bola entra. Resultado injusto, o empate seria melhor

O time grego era melhor. tinha volume de ataque, com jogadas trabalhadas, ainda que pouco efetivas. Mas lá no fundinho dava para ver alguma coisa daquela Grécia trabalhadora e ganhou a Euro 2004. Aliás, vale lembrar que Otto Rehhagel é o técnico do time desde aquela época.

Do jeito que estava, o jogo não iria mudar. Por isso que disse que o empate seria o resultado mais justo. Mas o jogo mudou: aos 33 Kaita agride de maneira ridícula um jogador grego em uma disputa que já estava fora do campo, e deixa a Nigéria com um a menos. Era a vantagem que os helênicos precisavam.

Daí em diante, o volume de ataque grego aumentou, as tentativas realmente sufocavam a defesa africana, mas paravam no personagem da noite: o goleiro Enyeama. Até chute na pequena área ele tava pegando. Porém, no final do primeiro tempo ele foi traído pelo próprio zagueiro, que desviou e o tirou da jogada, e a Grécia empatou. Era o primeiro gol grego na história das Copas.

Na segunda etapa, o cenário continuou igual. A Grécia tinha mais cara de Eurocopa ainda. (via PVC) Rehhagel colocou o time dominando o meio e criando chances, mas não tinha achado ainda uma solução para vencer a estrela de Enyeama. O goleirão defendia tudo, com personalidade. saía no pé do atacante sem medo e parava chute à queima-roupa. A grécia não ia conseguir.

Mas tem coisas que o futebol faz por si só. Numa jogada fácil, chutada de longe após rebote de escanteio, Enyeama foi traído pelo poder sobrenatural da Jabulani, não conseguiu encaixar e a soltou no meio da área. O lateral Torosidis estava no lugar certo e na hora certa, e colocou para dentro. O goleirão ainda pulou no pé do adversário sem sucesso.

Os últimos 12 minutos foram de total desespero nigeriano, com jogadas de ataque velozes mas pouco perigosas. A Grécia se fechou no contra-ataque, ainda criou novos oportunidades, parando sempre no goleiro.

No final veio a primeira vitória grega em copas. O time tinha seu mérito, mas a culpa foi de um vilão que tinha pinta de herói. São coisas que só o futebol permite.

Queria muito ter lido alguma análise de goleiro sobre a atuação de Enyeama, mas não achi nenhum blog bom de goleiro. Se alguém conhecer algum, compartilhe!

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